FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
13/11/2014 10h43
"AQUELE QUE É FIEL NAS PEQUENAS COISAS, TAMBÉM SERÁ FIEL NAS GRANDES"

“AQUELE É FIEL NAS PEQUENAS COISAS, TAMBÉM SERÁ FIEL NAS GRANDES”.

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul

Discursos, 1ª série, n°30

«O Reino de Deus está entre vós e dentro de vós»

A ação de graças, a gratidão daquele que recebe incita aquele que dá a dar sempre mais. Mas aquele que não dá graças pelas coisas mais pequenas só pode ser mentiroso e injusto no caso das grandes. Aquele que está doente e conhece a sua doença pode pedir a cura; aquele que reconhece o seu sofrimento está perto da sua cura e encontrá-la-á facilmente. […]

Lembra-te da queda daqueles que pensavam ser fortes e sê humilde nas tuas virtudes. […] Afasta-te de ti mesmo e o teu inimigo será afastado para longe de ti. Tranquiliza-te e o céu e a terra encher-te-ão de paz. Esforça-te por entrar no tesouro do teu coração e verás o tesouro do céu. Porque um e outro são o mesmo. Entrando num, contemplas os dois. A escada deste Reino está em ti, escondida na tua alma. Mergulha em ti mesmo para descobrires o teu pecado: aí encontrarás os degraus pelos quais poderás elevar-te […]: «O Reino dos céus está dentro de vós.»

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 13/11/2014 às 10h43
 
07/11/2014 09h02
IDE PELO MUNDO E PREGAI O EVANGELHO A TODA CRIATURA...

IDE PELO MUNDO E PREGAI O EVANGELHO À TODA CRIATURA...

São Francisco Xavier (1506-1552), missionário jesuíta

Carta de 15/01/1544

Viver gerindo bem os dons de Deus

Dessas regiões [Índia e Sri Lanka] só consigo escrever o seguinte: são tão grandes as consolações comunicadas por Deus nosso Senhor àqueles que vão para o meio dos pagãos para os converter à fé de Cristo que, se há alguma alegria nesta vida, é essa mesmo. Muitas vezes acontece-me ouvir a alguém que vai para o meio desses cristãos: «Senhor, não me deis tantas consolações nesta vida! Mas, uma vez que na vossa bondade e misericórdia infinitas Vós mas dais, levai-me para a vossa santa glória! Na verdade, custa tanto viver sem Vos ver, depois de Vos terdes mostrado desse modo à vossa criatura.»

Ah, se aqueles que buscam o saber nos estudos se dessem ao mesmo trabalho na busca das consolações do apostolado! Se as alegrias que procura um estudante naquilo que aprende, as procurasse fazendo sentir ao seu próximo aquilo de que precisa para conhecer e servir Deus, quão mais consolado e mais bem preparado estaria para prestar contas de si próprio, quando Cristo vier e lhe pedir: «Presta-me contas da tua gestão.» […]

Termino pedindo a Deus nosso Senhor […] que nos reúna na sua santa glória. E, para obter essa benfeitoria, tomemos como intercessoras e advogadas todas as almas santas das regiões onde me encontro. […] A todas essas santas almas, peço que nos obtenham de Deus nosso Senhor que, durante o tempo que resta desta separação, nos dê a graça de sentir no fundo da alma a sua santíssima vontade e de a realizar perfeitamente.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 07/11/2014 às 09h02
 
05/11/2014 09h40
RENUNCIAR A SI MESMO, REQUER ADESÃO TOTAL AO SENHOR

RENUNCIAR A SI MESMO, REQUER ADESÃO TOTAL AO SENHOR

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja - Carta 197 de 1896/09/17

«Qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo»

Minha querida irmã, como pode perguntar-me se lhe é possível amar o Bom Deus como eu o amo? […] Os meus desejos de martírio nada são, não são eles que me dão a confiança ilimitada que sinto em meu coração. Na verdade, as riquezas espirituais tornam-nos injustos, quando repousamos nelas com complacência e acreditamos que são algo grande. […] Eu sinto que […] o que agrada ao Bom Deus na minha alminha é Ele ver que amo a minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na sua misericórdia. Esse é o meu único tesouro. […]

Ó minha querida irmã […], perceba que, para amar Jesus, […] quanto mais fraco se é, sem desejos, nem virtudes, mais se está preparado para as operações deste Amor consumidor e transformador. O simples desejo de ser vítima já é suficiente, mas é preciso o consentimento para permanecer pobre e sem poder, e isso é difícil porque «onde encontrar o verdadeiro pobre em espírito? Devemos procurá-lo longe», disse o salmista. Ele não diz que se deve procurar entre as grandes almas, mas «longe», quer dizer, na baixeza, no nada.

Permaneçamos, portanto, longe de tudo o que brilha, amemos a nossa pequenez, amemos não sentir nada, e então seremos pobres em espírito e Jesus virá procurar-nos; por mais longe que estejamos, Ele nos transformará em labaredas de amor. Oh, como gostaria de poder fazer-lhe entender o que sinto! Só a confiança, e nada mais que a confiança, deve levar-nos ao Amor. O medo não leva à Justiça? (À justiça severa como a que se apresenta aos pecadores, mas não a esta justiça que Jesus terá para aqueles que O amam.) Uma vez que vemos o caminho, caminhemos juntas. Sim, eu sinto-o, Jesus quer dar-nos as mesmas graças, quer dar-nos gratuitamente o seu Céu.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 05/11/2014 às 09h40
 
27/10/2014 13h31
SÓ SE AMA PERFEITAMENTE QUEM AMA A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS...

UMA QUESTÃO DE AMOR: Só ama perfeitamente quem ama a Deus sobre todas as coisas...

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja

Sermão inédito sobre a carta de São Tiago

Deus não te pede muitas coisas porque, por si mesma, a caridade é o pleno cumprimento da Lei (Rom 13,10). Mas este amor é duplo: amor a Deus e amor ao próximo. […] Quando Deus te manda amar o próximo, não te diz: ama-o com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente; mas diz-te: ama o teu próximo como a ti mesmo. Portanto, ama a Deus com todo o teu ser, porque Ele é maior do que tu; ama o teu próximo como a ti mesmo, porque ele é como tu. […]

Mas, se há três objetos do nosso amor, porque há apenas dois mandamentos? Vou dizer-te: Deus não julgou necessário encarregar-te de te amares a ti próprio porque não há ninguém que não se ame a si mesmo. Mas muita gente se perde porque se ama mal. Ao mandar-te amá-Lo com todo o teu ser, Deus deu-te a regra segundo a qual deves amar. Queres amar-te? Então ama a Deus com todo o teu ser. Com efeito, é Nele que te encontrarás, evitando assim perderes-te em ti. […] Deste modo é te dada a regra segundo a qual deves amar-te: ama Aquele que é maior do que tu e amar-te-ás a ti mesmo [e ao teu próximo como a ti mesmo].

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 27/10/2014 às 13h31
 
18/10/2014 10h34
AS SAGRADAS ESCRITURAS...

AS SAGRADAS ESCRITURAS SÃO O PARAÍSO E FONTE QUE DEUS PLANTOU EM NOSSAS ALMAS PELO SANTO BATISMO...

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja - 3ª Homilia sobre a inscrição dos Atos dos Apóstolos; PG 51,87

São Lucas, evangelista: «Resolvi […] expor-vos por escrito» (1,3)

A leitura das Sagradas Escrituras é um prado espiritual e um paraíso de delícias, bem mais agradável do que o Paraíso de outrora. Deus não plantou este paraíso na terra, mas nas almas dos fiéis. Não o plantou no Éden nem no Oriente, num local específico (cf. Gn 2,8), mas espalhou-o por todo o mundo, até aos confins da terra habitada. E, uma vez que compreendes que ele espalhou as Sagradas Escrituras por toda a terra habitada, escuta o profeta que diz: «Por toda a terra caminha o seu eco, até aos confins do universo a sua palavra» (Sl 18,5; Rom 10,18). […]

Este paraíso também tem uma fonte, como o de outrora (Gn 2,6.10), fonte de onde nascem inúmeros rios. […] Quem o diz? O próprio Deus, que nos dá todos estes rios: «Do seio daquele que acredita em Mim correrão rios de água viva, como diz a Escritura» (Jo 7,38). […] Esta fonte é incomparável, não apenas pela sua abundância, mas também pela sua natureza; com efeito, dela não jorram rios de água, mas os dons do Espírito. Esta fonte divide-se por todas as almas dos fiéis, mas não fica por isso diminuída: divide-se, mas não se esgota. […] Inteira em nós e inteira em cada um: tais são, com efeito, os dons do Espírito.

Queres saber qual é a abundância destes rios? Queres saber a natureza destas águas? Em que é que elas são diferentes das águas aqui da terra, porque são melhores e mais magníficas? Escuta novamente Cristo, quando fala com a Samaritana, e compreenderás a abundância da fonte: «Porque a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma nascente de água a jorrar para a vida eterna» (Jo 4,14). […] Também queres conhecer a sua natureza? Utiliza-a! Na verdade, ela não é útil para a vida aqui na terra, mas sim para a vida eterna. Passemos, pois, o nosso tempo neste paraíso: sejamos convidados a beber desta nascente.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 18/10/2014 às 10h34



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