FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
06/06/2009 13h20
VEDE COMO É FORTE O AMOR (Cant. 8,6)
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja
Poema «Vivo sin vivir en mí»
 
 
«Ela, da sua penúria, deitou tudo»
 
Vivo sem viver em mim;
e minha esperança é tal,
que morro de não morrer.
 
Vivo já fora de mim
desde que morro de amor;
pois vivo no Senhor
que me quis para Si.
Quando Lhe dei o coração,
nele inscreveu estas palavras:
morro de não morrer. [...]
 
Ah! que triste é a vida
que não se alegra no Senhor!
E, se o amor é doce,
não o é a longa espera;
livra-me, meu Deus, desta carga,
mais pesada que o aço,
pois morro de não morrer.
 
Vivo só da confiança
de que um dia hei de morrer,
pois pela morte é a vida
que a esperança me promete.
Morte em que se ganha a vida,
não tardes, que te espero,
pois morro de não morrer.
 
Vede como é forte o amor (Cant 8,6);
ó vida, não me sobrecarregues!
Vê o que apenas resta:
para te ganhar, perder-te! (Lc 9,24)
Venha ela, a doce morte!
Que minha morte venha bem cedo,
pois morro de não morrer.
 
Esta vida lá do alto,
que é vida verdadeira,
até que morra a vida cá de baixo
enquanto se viver não se a tem.
Ó morte, não te escondas!
Que viva porque morro já,
pois morro de não morrer.
 
Ó vida, que posso eu dar
a meu Deus, que vive em mim,
senão perder-te, a ti,
para merecer prová-Lo!
Desejo, morrendo, obtê-Lo,
pois tenho tal desejo do meu Amado
que morro de não morrer.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 06/06/2009 às 13h20
 
06/06/2009 13h14
JESUS CRISTO É O SENHOR
Santo Ambrósio (v. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja
Sermão sobre o salmo 35, 4-5 (trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 124)
 
«O próprio David chama-Lhe Senhor»
 
Presta atenção ao mistério de Cristo! Ele nasceu do seio da Virgem, quer como Servo quer como Senhor; Servo para executar, Senhor para mandar, para enraizar no coração dos homens um Reino para Deus. Ele tem uma dupla origem, mas é um só ser. Não é um quando vem do Pai e outro quando vem da Virgem. Ele é o mesmo, nascido do Pai antes de todos os séculos, que encarnou pela Virgem no tempo.

Eis a razão pela qual é chamado Servo e Senhor: Servo por nossa causa; mas, devido à unidade da substância divina, Deus de Deus, Príncipe dos Príncipes, Filho igual em tudo ao Pai, Seu igual. O Pai não criou um Filho estranho a Si mesmo, este Filho sobre quem declarou: «N'Ele pus todo o Meu agrado» (Mt 3, 17). [...]

 
O servo mantém sempre os títulos da sua dignidade. Deus é grande, e grande é o Seu servo: ao tomar carne, Ele não perde esta «grandeza que não tem limites» (Sl 144, 3). [...] «Ele, que era de condição divina, não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de servo» (Fil 2, 6-7). [...] Ele é portanto igual a Deus, como Filho de Deus; tomou a condição de Servo ao encarnar; experimentou a morte (Heb 2, 9), Ele cuja «grandeza não tem limites». [...]
 
É boa, esta condição de servo, que nos libertou a todos! Sim, é boa! Ela valeu-Lhe «o nome que está acima de todo o nome»! É boa, esta humildade! Ela conseguiu que «ao nome de Jesus, todo o joelho se dobre, nos céus, na terra e nos infernos e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai» (Fil 2, 10-11).

Paze Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 06/06/2009 às 13h14
 
04/06/2009 10h26
AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, COM TODO O TEU CORAÇÃO..
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
«Avisos e Máximas» (121-143 in trad. Seuil 1945, p. 1199)
 
«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma [...] e com todas as tuas forças»
 
A força da alma reside nas suas potências, impulsos e faculdades. Se a vontade os volta para Deus e os mantém longe de tudo o que não é Deus, a alma reserva para Ele toda a sua força; ama com todas as suas forças, como o próprio Deus lhe manda. Buscar-se a si mesmo em Deus é buscar as doçuras e consolações de Deus, e isto é contrário ao puro amor de Deus. É um grande mal ter em vista os bens de Deus e não a Deus mesmo, a oração e o desprendimento.
 
Há muitos que procuram em Deus as suas próprias consolações e gostos, e desejam que Sua Majestade os encha dos Seus favores e dons, mas o número dos que se esforçam por agradar-Lhe e oferecer-Lhe algo de si mesmos, rejeitando qualquer interesse próprio, é muito pequeno. São poucos os homens espirituais, mesmo entre os que temos por muito avançados na virtude, que conseguem uma perfeita determinação de fazer o bem.

Não chegam nunca a renunciar por completo a si mesmos em algum aspecto do espírito do mundo ou da natureza, nem a desprezar aquilo que se pensará ou dirá deles, quando se trata de cumprir, por amor a Jesus Cristo, as obras da perfeição e do desprendimento. [...]

 
Aqueles que amam só a Deus não caminham nas trevas, por muito pobres e privados de luz que possam ver-se aos próprios olhos. [...] A alma que, no meio das securas e abandonos, conserva sempre a sua atenção e solicitude em servir a Deus poderá sofrer, poderá temer não conseguir, mas, na realidade, oferecerá a Deus um sacrifício de agradável odor (Gn 8, 21).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/06/2009 às 10h26
 
03/06/2009 10h16
"CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE"
Catecismo da Igreja Católica
§§ 988-994
 
«Ele não é o Deus dos mortos mas dos vivos»
 
«CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE»
 
O Credo cristão — profissão da nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na sua ação criadora, salvadora e santificadora — culmina na proclamação da ressurreição dos mortos no fim dos tempos, e na vida eterna. Nós cremos e esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia.
 
Tal como a d'Ele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade. [...] A palavra «carne» designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade. «Ressurreição da carne» significa que, depois da morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas também os nossos «corpos mortais» (Rom 8, 11) retomarão a vida.
 
Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o princípio, um elemento essencial da fé cristã. «A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: é por crer nela que somos cristãos» (Tertuliano). [...] A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus ao seu povo.
 
A esperança na ressurreição corporal dos mortos impôs-se como consequência intrínseca da fé num Deus criador do homem todo, alma e corpo. O Criador do céu e da terra é também Aquele que mantém fielmente a sua aliança com Abraão e a sua descendência. É nesta dupla perspectiva que começará a exprimir-se a fé na ressurreição. [...] 
 
Os fariseus e muitos contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus ensina-a firmemente. E aos saduceus, que a negavam, responde: «Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus.» (Mc 12, 24). A fé na ressurreição assenta na fé em Deus, que «não é um Deus de mortos, mas de vivos» (Mc 12, 27).

Mas há mais: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: «Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11, 25). É o próprio Jesus que, no último dia, há de ressuscitar os que n'Ele tiverem acreditado, comido o seu Corpo e bebido o seu Sangue (Jo 6, 40.54).


Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 03/06/2009 às 10h16
 
01/06/2009 08h30
NA TERRA DA VOSSA HUMANIDADE...
Santa Catarina de Siena (1347-1380), leiga da Ordem Terceira de S. Domingos, Doutora da Igreja, co-Padroeira da Europa
Diálogo 23 (trad. cf Hurtaud, et Guigues, Seuil 1953)

O dono da vinha

[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe]: «Toda a criatura dotada de razão possui em si uma vinha, que é a vinha da alma. A vontade, pelo livre arbítrio, é o obreiro dessa vinha durante o tempo da vida; passado esse tempo, já ela não pode ali fazer mais nenhum trabalho, bom ou mau, mas, durante a vida, pode cultivar a sua vinha, vinha para a qual Eu a enviei. Esse obreiro da alma recebeu de Mim uma força tal, que não há demônio ou criatura alguma que lha possa tirar, se a estes se opuser. 

Foi no batismo que recebeu essa força e ao mesmo tempo o gládio do amor pela virtude e do ódio ao pecado. Foi por esse amor e esse ódio, pelo amor por vós e pelo ódio ao pecado, que morreu o Meu Filho unigénito, por vós derramando todo o Seu sangue. E é este amor pela virtude e este ódio ao pecado que vós encontrais no santo batismo, que vos dá vida pela força do seu sangue [...].

«Arrancai pois os espinhos dos pecados mortais e plantai as virtudes [...], praticai a contrição, tende  desgosto pelo pecado e amor à  virtude; recebereis então os frutos do sangue do Meu Filho. Não podereis recebê-los se não vos dispuserdes a tornar-vos bons ramos unidos ao tronco da videira, o Meu Filho, que disse: "Eu sou a videira verdadeira, o meu pai é o agricultor, e vós, os ramos" (Jo 15, 1.5).

«Esta é a verdade. Sou Eu o verdadeiro agricultor, pois toda a coisa que possui ser veio e vem de mim. O Meu poder é insondável e pelo Meu poder e força governo todo o universo, pois nada é feito nem ordenado sem ser por Mim. Sim, sou o agricultor; fui Eu Quem plantou a verdadeira videira, o meu Filho unigênito, na terra da vossa humanidade, para que vós, que sois ramos unidos a esta videira, deis fruto».

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 01/06/2009 às 08h30



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