FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
23/09/2009 11h37
QUANTO MAIS PROVADOS, MAIS AMADOS
Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Comentário ao salmo 65, §§ 19-29
 
«Iam de aldeia em aldeia, anunciando a Boa Nova»
 
Qual é «a palavra de louvor» (Sl 65, 8) que é preciso proclamar? Seguramente aquela: «Ele deu a vida à alma» dos crentes (v. 9); porque Deus atribuiu a constância e a perseverança na profissão da fé à pregação dos apóstolos e à confissão dos mártires, e o anúncio do Reino dos céus percorreu a terra em todos os sentidos como que por passos. Com efeito, «a sua mensagem espalhou-se por toda a terra» (Sl 18, 5). E o Espírito Santo proclama a glória desta corrida espiritual: «Como são belos os pés dos que anunciam a boa nova, dos que anunciam a paz» (Is 52, 7).
 
É, pois esta palavra de louvor a Deus que é necessário proclamar, segundo o testemunho do salmista: «Deu a vida à minha alma e não deixou que os meus passos vacilassem». Com efeito, os apóstolos não se deixaram desviar do curso espiritual da sua pregação pelo terror das ameaças humanas, e a firmeza dos seus passos solidamente colocados não os deixou afastarem-se do caminho da fé. [...]
 
Contudo, depois de ter dito: «Ele não deixou que meus passos vacilassem», o salmista acrescenta: «Ó Deus, tu provaste-nos, purificaste-nos pelo fogo como se purifica a prata» (v. 10). Esta palavra, começada no singular, refere-se, portanto, a muitos. Pois único é o Espírito e uma a fé dos crentes, segundo o que está dito nos Atos dos Apóstolos: «Os crentes tinham uma só alma e um só coração» (Act 4, 32). [...]
 
Mas o que significa esta comparação: «Foram purificados pelo fogo, como se purifica a prata»? Para mim, purifica-se a prata, apenas para dela separar o lixo que adere à matéria ainda em bruto. [...] É por isso que, quando Deus põe à prova os que crêem Nele, não é porque ignore a sua fé, mas porque «a perseverança produz a virtude» como diz o apóstolo Paulo (Rom 5, 4). Deus submete-os à prova, não para os conhecer, mas para os levar à consumação da virtude. Assim, purificados pelo fogo e separados de qualquer ligação aos vícios da carne, poderão resplandecer no brilho de uma inocência que estas provas lhes proporcionaram.
                    
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 23/09/2009 às 11h37
 
21/09/2009 11h02
SÃO MATEUS
Rupert de Deutz (v. 1075-1130), monge beneditino
As Obras do Espírito Santo, IV, 14 (a partir da trad. SC 165, p. 183 rev.)
 
O cobrador de impostos foi libertado para o Reino de Deus
 
Mateus, o publicano, recebeu por alimento «o pão da vida e da inteligência» (Sir 15, 3); e dessa mesma inteligência, fez em sua casa um grande banquete para o Senhor Jesus, pois tinha recebido uma graça abundante, em conformidade com o seu nome [que quer dizer «dom do Senhor»]. Um presságio desse banquete de graças havia sido preparado por Deus: tendo sido chamado enquanto estava no seu posto de cobrança, seguiu a Cristo e «ofereceu-Lhe, em sua casa, um grande banquete» (Lc 5, 29). Ofereceu-Lhe, portanto, um banquete dos grandes – um banquete real, diríamos.
 
Mateus é de fato o evangelista que nos mostra Cristo Rei através da Sua família e dos Seus atos. Logo no início da obra, declara que se trata do livro da «Genealogia de Jesus Cristo, filho de David» (Mt 1, 1). Em seguida, comenta como o recém-nascido é adorado pelos magos como rei dos judeus; depois, tecendo o resto da narração com régios feitos e parábolas do reino, termina por fim com as próprias palavras de um Rei que já está coroado pela glória da ressurreição: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra» (28, 18).
 
Se examinarmos bem o conjunto da sua redação, reconheceremos que toda ela respira os mistérios do Reino de Deus. Nada de espantoso há nisto; Mateus tinha sido publicano, lembrava-se de ter sido chamado do serviço público do reino de pecado para a liberdade do Reino de Deus, do Reino de justiça. Como homem verdadeiramente grato para com o grande Rei que o tinha libertado, serviu com fidelidade as leis do Seu Reino.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 21/09/2009 às 11h02
 
19/09/2009 12h31
"QUEM TIVER OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA!"
São João Crisóstomo (v. 345-407), presbítero em Antioquia seguidamente Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Sermão n° 44 sobre S. Mateus; PG 57, 467 (a partir da trad. Véricel, o Evangelho comentado, p. 140)
 
«Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!»
 
Se a semente seca, não é devido ao calor. Jesus não disse que a semente secou por causa do calor, mas sim pela «falta de raiz». Se a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de quem os deixou crescer em liberdade. Se quiseres, podes impedir que cresçam, podes fazer bom uso da riqueza. É por isso que o Salvador não fala «do mundo» mas dos «cuidados do mundo», não fala «da riqueza» mas da «sedução da riqueza». Por conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção da nossa consciência. [...]
 
Não é o agricultor, como vês, não é a semente, é a terra onde ela é recebida que explica tudo, ou seja, as disposições do nosso coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa, dado que, longe de exigir a mesma medida de virtude, acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos terceiros. [...]
 
É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, depois desprezar a riqueza e livrar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a Palavra, antes de todas as outras condições, é porque é a condição fundamental. «E como hão de acreditar Naquele de Quem não ouviram falar?» (Rom, 10, 14).
 
Também nós, se não dermos atenção ao que nos é dito, não conheceremos os deveres a cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer profundamente as nossas raízes e desembaracemo-nos de todas as preocupações do mundo.
 
Paz e Bem!
 
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 19/09/2009 às 12h31
 
11/09/2009 22h23
ORAÇÃO PARA ALCANÇAR A HUMILDADE
ORAÇÃO PARA ALCANÇAR A HUMILDADE
 
Composta por Santa Teresinha
 
Ó Jesus, estando Vós sobre a terra, dissestes: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para a vossa alma." Ó poderoso Monarca dos Céus, a minha alma acha o seu repouso contemplando-Vos revestido das aparências e da natureza de escravo, abaixando-Vos até lavar os pés aos Vossos discípulos.

Recordo, ó Jesus, as palavras que, para me ensinardes a humildade, pronunciastes nessa ocasião: "Eu vos dei o exemplo, para que, assim como eu vos fiz, assim vós também façais. Não é o discípulo maior do que o seu mestre... Se sabeis estas coisas, bem-aventurados se as praticardes".

 
Senhor, eu compreendo estas palavras saídas do Vosso coração, manso e humilde, e quero praticá-las, ajudada pela Vossa divina graça. Quero humilhar-me e sujeitar a minha vontade à de minhas irmãzinhas, sem nunca contradizê-las, sem investigar se têm ou não sobre mim direito de mandar.
 
Ninguém, meu Deus, tinha este direito sobre Vós, e todavia obedecestes, não só à Santíssima Virgem e a São José, mas até aos Vossos algozes! E na Santa Eucaristia pondes o cúmulo ao Vosso aniquilamento.
 
Com que humildade, ó Divino Rei da glória, obedeceis a todos os sacerdotes, fervorosos ou tíbios no Vosso divino serviço! Eles podem apressar ou retardar a hora do sacrifício, e Vós estais sempre pronto a descer do Céu.
 
Ó meu bom Jesus, como Vos mostrais manso e humilde debaixo do véu da hóstia imaculada!
 
Ah! Não poderíeis Vos humilhar demais para me ensinar a humildade! Para corresponder, pois, ao Vosso amor, quero colocar-me no último lugar e partilhar Convosco as humilhações, afim de ter parte Convosco no reino dos Céus. Suplico-Vos, Divino Jesus, me mandeis uma humilhação toda vez que ousar elevar-me sobre os outros.
 
Mas oh! Como sou fraca; de manhã proponho ser humilde, e à noite reconheço ter pecado por orgulho.
 
Vendo-me tal, sou tentada a desanimar, mas sei que também o desânimo é orgulho. Portanto, quero fundar a minha esperança somente em Vós, meu Deus.
 
E já que Vós sois todo poderoso, concedei-me esta virtude, muito desejada. E para que eu seja atendida, repetirei: "Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso!"
 
Paz e Bem!
 
Fonte:
http://permanencia.org.br/revista/vida/SantaTeresinha/oracao.htm

Publicado por Frei Fernando Maria em 11/09/2009 às 22h23
 
11/09/2009 13h53
NUNCA TOME DECISÕES ENCOLERIZADO
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (norte de África) e Doutor da Igreja
Explicação do Sermão da Montanha , 19, 63 (a partir da trad. DDB 1978, p.133)
 
A palha e o argueiro
 
Nesta passagem, o Senhor previne-nos contra os juízos temerários e injustos, pois pretende que ajamos com um coração simples, olhando sempre só para Deus. Dado que ignoramos o motivo de muitas ações, seria temerário da nossa parte julgá-las. Os mais dispostos a fazer juízos temerários e a condenar os outros são aqueles que preferem condená-los a corrigi-los e trazê-los ao bem, uma atitude que denota orgulho e mesquinhez. [...]
 
Por exemplo, um homem peca por cólera, e tu repreende-o com ódio. Entre a cólera e o ódio vai a mesma distância que separa a palha do argueiro. O ódio é uma cólera inveterada que, com o tempo, assumiu proporções tais, que bem merece o nome de argueiro. Pode acontecer que te encolerizes quando pretendias corrigir, mas não deves nunca deixar-te levar pelo ódio. [...] Afasta primeiro o ódio para longe de ti, e poderás depois corrigir aquele que amas.
 
Nunca tome decisões encolerizado, porque seria um mal a mais...um alma mansa e humilde segue o caminho do Senhor que é "manso e humilde de coração"...
 
Paz e Bem!
         ©Evangelizo.org 2001-2009

Publicado por Frei Fernando Maria em 11/09/2009 às 13h53



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