FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
11/08/2009 11h38
EXPERIMENTO-O EM MIM
 
Santa Faustina Kowalska (1905-1938), religiosa
Pequeno Diário, § 244 (a partir da trad. de Parole et Dialogue 2002, p. 128)
 
«Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do Céu.»
 
Já recomeçou o cinzento da rotina do dia a dia. Os momentos solenes dos meus votos perpétuos passaram, mas esta grande graça de Deus permanece na minha alma. Sinto que pertenço totalmente a Deus, sei que sou a Sua filha, sinto que sou inteiramente Sua propriedade. Experimento-o de maneira física e sensível. Estou perfeitamente tranquila em tudo, porque sei que é tarefa do Esposo pensar em mim. Estou completamente esquecida de mim própria
 
A minha confiança no Seu Coração misericordioso não tem limites. Estou continuamente unida a Ele. Vejo que é como se Jesus não pudesse ser feliz sem mim, nem eu sem Ele. Compreendo bem que, sendo Deus feliz em Si mesmo, e não precisando de criatura absolutamente nenhuma para a Sua felicidade, no entanto, a Sua bondade força-O a dar-Se à Sua criatura – e fá-lo com uma generosidade inconcebível.
 
Paz e Bem!
 
         ©Evangelizo.org 2001-2009

Publicado por Frei Fernando Maria em 11/08/2009 às 11h38
 
10/08/2009 14h13
DA PALAVRA AO SILÊNCIO
DA PALAVRA AO SILÊNCIO
 
Da escuta obediente da Palavra brota, então, a eloqüência silenciosa da vida: «Nós agradecemos continuamente a Deus porque tendo recebido a palavra divina pela pregação, a acolheste não como palavra de homens mas como ela é verdadeiramente, palavra de Deus que age em vós os crentes» (1Tes 2,13). Esta existência habitada pelo Eterno nutre-se de novo da escuta do Seu Silencio, que nos alcança através da Palavra e nos abre ao silencio do desejo e da esperança.
 
Quem ama a Palavra, sabe o quanto é necessário o silencio, interior e exterior, para a escutar verdadeiramente, e para deixar que a sua luz nos transforme mediante a oração, a reflexão e o discernimento: no clima do silencio, à luz das Escrituras, aprendemos a reconhecer os sinais de Deus e a referir os nossos problemas ao desígnio da salvação que a Escritura nos testemunha.
 
A escuta é o silencio fecundo habitado pela Palavra: «O Pai pronunciou uma palavra, que foi seu Filho e sempre a repete num eterno silencio; por isso em silencio dever ser sempre escutada pela alma…» (S. João da Cruz, Sentenze. Spunti di amore, n. 21, in Opere, Roma 1972, 1095). Não pronuncies nunca, então, a palavra da vida sem primeiro teres longamente caminhado pelos caminhos do silêncio, na escuta meditada e profunda da Palavra que vem da Eternidade!
 
O ícone de Maria, Virgem da escuta
 
Maria é o ícone da escuta fecunda da Palavra: ela nos ensina a acolhê-la, a guardá-la e a meditá-la incessantemente: «Maria, por seu lado, observava todas estas coisas meditando-as em seu coração» (Lc 2,19). Imagem perfeita da Igreja, Maria deixa-se plasmar pela Palavra de Deus: «Faça-se em mim segundo o que disseste» (1,38). E a escuta faz-se dom de amor: «a Virgem da anunciação vai até Isabel para a ajudar nas suas necessidades.
 
Mulher da escuta, Maria apresenta-se na visitação como Mãe do Amor: «a que devo que a mãe do meu Senhor venha a mim?» (2,43). A sua voz traz a alegria messiânica: «Eis que quando a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos o menino exultou de alegria no meu seio» (v. 44). A sua bem-aventurança foi ter ouvido e acreditado na Palavra do Eterno: «Feliz aquela que acreditou no cumprimento das palavras do Senhor» (2,45).
 
A Maria —criatura da Palavra, que intercede por nós na glória de Deus— peço para nos ajudar a viver como Ela na escuta da Palavra, para acolhermos o Verbo da vida e levá-lo aos outros, na transparência e no empenho de todos os nossos dias. Rezar com Maria, confiar-se à Sua intercessão (por exemplo com a oração do rosário, tão rica de motivos bíblicos), nos ajudará a guardar e viver as divinas Escrituras.
 
Paz e Bem!
 
Autor: Bruno Forte, Arcebispo de Rieti-Vasto
 
Fonte: http://o-bom-pastor.blogspot.com/2007/01/palavra-para-viver-bruno-forte-10-11.html#links

Publicado por Frei Fernando Maria em 10/08/2009 às 14h13
 
10/08/2009 10h06
OS TESOUROS DA IGREJA
Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja
Sobre os Ofícios dos ministros I, 84; II, 28; PL 16, 84 (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, p. 468)
 
«Se morrer, dá muito fruto»
 
Ao ver que levavam o bispo Sixto para o martírio, São Lourenço pôs-se a chorar. Não era o sofrimento do seu bispo o que lhe arrancava lágrimas, mas o fato de este partir para o martírio sem ele. Por isso pôs-se a interpelá-lo nestes termos: «Onde vais, meu Pai, sem o teu filho? Apressas-te tanto em direção a quê, padre santo, sem este teu diácono? Tu tinhas por hábito nunca oferecer o sacrifício sem ministro! [...] Dá, pois prova de que escolheste um bom diácono, a quem confiaste o ministério do sangue do Senhor, com quem partilhas os sacramentos; recusar-te-ias a comungar com ele no sacrifício do sangue?» [...]
 
O Papa Sixto respondeu a Lourenço: «Não te esqueço, meu filho, nem te abandono. Mas deixo-te maiores combates. Sou velho e já só aguento uma ligeira luta. Quanto a ti, és jovem e hás de obter um triunfo bem mais glorioso contra o tirano. Logo virás ter comigo. Seca essas lágrimas. Dentro de três dias, seguir-me-ás. [...]»
 
Três dias depois, foi dada ordem de prisão a Lourenço. Ordenaram-lhe que levasse os bens e os tesouros da Igreja. Prometeu obedecer. No dia seguinte, apresentou-se com os pobres. Perguntaram-lhe onde estavam os tesouros que deveria ter trazido. Apontou os pobres, dizendo: «Eis os tesouros da Igreja. Teria Cristo tesouros melhores que esses acerca dos quais disse: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes»» (Mt 25, 40)? Lourenço apresentou aqueles tesouros e saiu vencedor, porque o seu presecutor não teve vontade de lhos tirar. Mas, cheio de raiva, mandou-o queimar vivo.
 
Paz e Bem!
 
        ©Evangelizo.org 2001-2009

Publicado por Frei Fernando Maria em 10/08/2009 às 10h06
 
08/08/2009 12h37
SENHOR, EU CREIO!
São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
«Dialog of Comfort Against Tribulation»

«Senhor, eu creio! Aumenta a minha fé!» (Mc 9, 24)

«Senhor, aumenta a nossa fé» (Lc 17, 5). Meditemos nas palavras de Cristo e convençamo-nos de que, se não permitirmos que a nossa fé se torne morna ou mesmo fria, que perca a sua força dispersando-se por pensamentos fúteis, deixaremos de dar importância às coisas deste mundo e concentrá-la-emos num cantinho da nossa alma.

Então, depois de termos arrancado todas as ervas daninhas do jardim do nosso coração, semeá-la-emos como o grão de mostarda, e o rebento crescerá. Com uma firme confiança na palavra de Deus, removeremos uma montanha de aflições; ao passo que, se a nossa fé fosse hesitante, não deslocaria nem um montículo de toupeira.

Enfim, para finalizar esta dissertação, digo-vos que, uma vez que toda a consolação espiritual pressupõe uma base de fé – e só Deus a pode dar –, devemos pedir-lha sem cessar.

Paz e Bem!

    ©Evangelizo.org 2001-2009

Publicado por Frei Fernando Maria em 08/08/2009 às 12h37
 
07/08/2009 21h37
NO REINO DE DEUS, É PRECISO PERDER PARA GANHAR
NO REINO DE DEUS, É PRECISO PERDER PARA GANHAR
 
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
Cântico Espiritual, 20 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 452 rev.)
 
«Quem perder a sua vida por Minha causa, há de encontrá-la»
 
«Quis perder-me e assim fui ganha»
 
Aquele que está abrasado do amor de Deus não ambiciona outra coisa, não procura ganho nem recompensa, não aspira senão a tudo perder e a perder-se a si mesmo, no que se refere à vontade, por amor do seu Deus. A seus olhos, está aí o verdadeiro ganho. De fato assim é, de acordo com a palavra de São Paulo: «morrer é uma vantagem» (Fil 1, 21), isto é, a minha morte por Cristo é o meu ganho; morrer espiritualmente para todas as coisas e para mim mesmo é o meu ganho.
 
É por esse motivo que, neste verso do poema, a alma se serve daquela expressão: «Fui ganha». Com efeito, o que não sabe perder-se não se ganha; perde-se, de acordo com esta palavra de nosso Senhor no Evangelho: «Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há de encontrá-la».
 
Se quisermos compreender este verso de maneira mais espiritual [...], diremos isto: quando uma alma chegou, no seu caminho espiritual, ao ponto de perder todas as vias e todas as formas naturais de lidar com Deus; quando já não O procura pelas reflexões ou pelas imagens, nem pelo sentimento, nem por qualquer meio derivado dos sentidos e das coisas criadas; mas, ultrapassando tudo isso, deixando toda a maneira pessoal e toda a mediação, seja ela qual for, se relaciona com Deus e Dele goza pela fé e pelo amor, pode dizer-se então que encontrou verdadeiramente a Deus, porque na verdade perdeu tudo o que não é Deus e ela própria se perdeu verdadeiramente.
 
Paz e Bem!
 
         ©Evangelizo.org 2001-2009

Publicado por Frei Fernando Maria em 07/08/2009 às 21h37



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