![]() 19/03/2023 08h10
HOMILIA DO 4°DOM DA QUARESMA...
Homilia do 4°Dom da Quaresma (Jo 9,1-41)(19/03/23)
Caríssimos, o tema da liturgia deste quarto domingo da Quaresma é a luz de Deus que ilumina as nossas almas e nos arranca das trevas do pecado que nos mantinha fechados em nós mesmos nos impedindo de enxergar a luz de Cristo. Sem dúvida, diariamente convivemos com a realidade cruel que se abate sobre a humanidade por conta da violência advinda dos pecados praticados neste mundo.
Com efeito, esse tema está na raiz do anúncio profético da vinda do Messias como profetizou Isaías: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz." (Is 9,1.5).
Na primeira leitura de hoje o Profeta Samuel sofreu a tentação de escolher o ungido do Senhor pela aparência. "Mas o Senhor disse-lhe: Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”. (1Sm 16,7). Samuel, então, seguiu as suas instruções e assim escolheu Davi que depois tornou-se rei e o progenitor do Messias.
De fato, se tem algo que não falta neste mundo diria que são as tentações. Mas, por que elas existem? Porque a graça da felicidade eterna já nos foi dada por Cristo no batismo, Ele é o Messias prometido que veio ao mundo para nos salvar. Por isso, não somos mais escravos do pecado e nem do maligno que gerou o pecado.
No entanto, não basta ser batizado, é necessário manter o diálogo interior com o Senhor Jesus para obedece-lo em tudo, e não ceder às tentações e ao pecado, que nos leva à perca da graça da felicidade eterna, amargando com isso o vazio e a tristeza que o pecado gera.
No Evangelho de hoje Jesus cura um cego de nascença, e assim realiza a vontade do Pai; mas, por realizar esse sinal divino em dia de sábado, foi equivocadamente julgado pelos fariseus como um pecador por não obedecer a Lei. Por outro lado, o homem que foi curado, quando interrogado, deu uma verdadeira lição de teologia e de humildade ao acreditar no Senhor; no entanto, foi expulso da Sinagoga pela cegueira da soberba e do preconceito daqueles que deviam acreditar e acolher o Senhor Jesus, e não rejeita-lo.
Portanto, caríssimos, prestemos atenção na conclusão deste Evangelho: "Então, Jesus disse: 'Eu vim a este mundo para exercer um julgamento, a fim de que os que não veem, vejam, e os que veem se tornem cegos.' Alguns fariseus, que estavam com ele, ouviram isto e lhe disseram: 'Porventura, também nós somos cegos?' Respondeu-lhes Jesus: 'Se fôsseis cegos, não teríeis culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece." (Jo 9,39-41). Ou seja, o pecado do orgulho e soberba cega aqueles que o comete.
Destarte, não sabemos quanto tempo ainda temos neste mundo até que venha a plinitude do Reino de Deus, como disse o Senhor; todavia, de uma coisa fiquemos certos, a justiça divina se cumprirá na íntegra; e, quem ficará de pé quando este dia chegar? O salmo 14 responde: "É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; que pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua. Jamais vacilará quem vive assim!" . Paz e Bem! . Frei Fernando Maria OFMConv. Publicado por Frei Fernando Maria em 19/03/2023 às 08h10
22/08/2022 04h57
A TRISTEZA DO REMORSO SEM ARREPENDIMENTO LEVA À MORTE...
Voltar a Deus com arrependimento verdadeiro
"O sentimento da presença de Deus não é apenas o fundamento da paz numa consciência reta; é também o fundamento da paz no arrependimento. À primeira vista, pode parecer estranho que o arrependimento do pecador produza nele conforto e paz. É certo que o evangelho promete transformar toda a dor em alegria; temos, pois, de nos alegrar até na dor, na fraqueza e no desprezo.
Gloriamo-nos «também nas tribulações [...] porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido», diz o apóstolo Paulo (Rom 5,3-5). Mas, se há dor que pode parecer um mal absoluto, que continua a ser um mal no reinado do evangelho, é claramente a consciência de não termos correspondido ao evangelho. Se há momento em que a presença do Altíssimo pode parecer-nos intolerável, é o momento em que tomamos subitamente consciência de termos sido ingratos e rebeldes para com Ele.
E, contudo, não há arrependimento verdadeiro que não seja acompanhado pelo pensamento de Deus. O homem arrependido pensa em Deus no seu coração porque O procura; e procura-O porque é movido pelo amor. É por isso que a própria dor de ter ofendido a Deus deve ser acompanhada por uma certa doçura, a doçura do amor. O que é o arrependimento, senão o impulso do coração, que nos leva a entregar-nos a Deus, quer para o perdão, quer para a correção, a amar a sua presença por si mesma, a preferir a correção que dele provém ao repouso e à paz que o mundo poderia oferecer-nos sem Ele?
Enquanto vivia nos campos com os porcos, o filho pródigo sentia dor, mas não se sentia arrependido; limitava-se a ter remorsos. Quando, porém, começou a sentir-se verdadeiramente arrependido, levantou-se, voltou para junto do pai, a quem confessou que pecara, libertando assim o coração da sua miséria.
O remorso, aquilo a que o apóstolo Paulo chama «a tristeza do mundo», produz a morte (2Cor 7,10). Em vez de voltarem para junto da fonte da vida, do Deus da consolação, aqueles que estão cheios de remorsos limitam-se a revolver as próprias ideias, sem conseguirem confiar a ninguém a dor que sentem. [...]
Precisamos de conforto para o nosso coração, a fim de que ele saia das trevas e abandone a tristeza. [...] Mas só a presença de Deus pode ser para nós refúgio verdadeiro." (São John Henry Newman (1801-1890).
Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 22/08/2022 às 04h57
09/02/2019 19h32
A MISERICÓRDIA DO SENHOR É INFINITAMENTE SUPERIOR À NOSSA NATUREZA...
Isaac o Sírio (século VII) monge perto de Mossul Discursos ascéticos, 1.ª série, n.º 60 «Compadeceu-Se de toda aquela gente» Se David apelida Deus de justo e reto, o Filho revelou-nos que Ele é bom e manso. [...] Longe de nós o pensamento injusto de que Deus não Se compadece. [...] Como é admirável a compaixão de Deus! Quão maravilhosa é a graça de Deus nosso Criador, tão poderosa que tudo sofre! Que bondade incomensurável, da qual Ele investe a nossa natureza de pecadores para a recrearmos. Que dizer da sua glória? Ele perdoa quem O ofendeu e quem blasfemou, Ele renova esta poeira sem alma [...], e faz do nosso espírito disperso e dos nossos sentidos extraviados uma natureza dotada de razão e capaz de pensar. O pecador não está em condições de compreender a graça da sua ressurreição. [...] O que é a geena face à ressurreição, quando Ele nos erguer da condenação, concedendo a este corpo perecível a graça de se revestir de incorruptibilidade (1Cor 15, 53)? [...] Vós que tendes discernimento, vinde e admirai. Dotados de inteligência sábia e maravilhosa, admirai a graça do nosso Criador como ela merece. Esta graça é a retribuição dos pecadores. Porque, em vez do que eles merecem com toda a justiça, dá-lhes a sua ressurreição, revestindo os corpos que profanaram a sua Lei da glória da incorruptibilidade. Esta graça – a ressurreição que nos é dada depois de termos pecado – é maior que a primeira, que Ele nos deu quando nos criou, enquanto não existíamos. Glória à tua graça incomensurável, Senhor! Apenas me posso calar perante as vagas da tua graça. Sou incapaz de Te dizer a gratidão que Te devo. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 09/02/2019 às 19h32
11/06/2018 16h34
O QUE É EVANGELIZAÇÃO...
O que é Evangelização... Evangelização é a moção do Espírito Santo que nos leva à testemunhar Cristo dando a vida por Ele... Paz e Bem! Frei Fernando Maria OFMConv. Publicado por Frei Fernando Maria em 11/06/2018 às 16h34
10/06/2018 17h11
PARA QUEM NÃO SE ARREPENDE DOS PECADOS...
Para quem não se arrepende dos pecados... De fato, se alguém fez tudo na vida conforme a vontade de Deus, não tem do que se arrepender; porém, se não o fez e não se arrepende, essa atitude é orgulho incrustado que mantém os pecados e o seu resultado gravados na alma; coisa insuportável para uma alma que foi criada somente para amar a Deus e não para ofendê-lo com seus atos nefastos... Paz e Bem! Frei Fernando Maria OFMConv. Publicado por Frei Fernando Maria em 10/06/2018 às 17h11
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