FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
06/06/2010 19h16
Á VOZ DE JESUS OS MORTOS VOLTAM A VIDA
Santo Ambrósio (cc 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de S. Lucas, V, 89 (trad. cf SC 45, p. 214)

As lágrimas de uma mãe

A misericórdia divina deixa-se facilmente vergar pelos gemidos desta mãe. Ela é viúva; os sofrimentos ou a morte do seu único filho quebraram-na. [...] Creio que esta viúva, rodeada da multidão do povo, é mais do que uma simples mulher que merece pelas suas lágrimas a ressurreição de um filho, jovem e único. Ela é a própria imagem da Santa Igreja que, com as suas lágrimas, no meio do cortejo fúnebre e até junto do túmulo, obtém que seja devolvido à vida o jovem povo deste mundo. [...]
      
Porque à palavra de Deus os mortos ressuscitam, reencontram a voz e a mãe recupera o seu filho; ele foi chamado do túmulo, foi arrancado ao sepulcro. Que túmulo é este para vós, senão o vosso mau comportamento? O vosso túmulo é a falta de fé. [...] Desse sepulcro, Cristo vos liberta; saireis do túmulo se escutardes a Palavra de Deus.

E, se o vosso pecado for demasiado grave para que o possam lavar as lágrimas da vossa penitência, que intervenham por vós as lágrimas da vossa mãe Igreja. [...] Ela intercede por cada um dos seus filhos, como por outros tantos filhos únicos. Com efeito, ela é plena de compaixão e experimenta uma dor espiritual e materna sempre que vê os seus filhos arrastados para a morte pelo pecado.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 06/06/2010 às 19h16
 
05/06/2010 11h37
QUEM APRENDE A PÔR O CORAÇÃO EM DEUS, NÃO SE SEGURA NAS COISAS QUE PASSAM
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
A Simple Path (a partir da trad. francesa, Plon Mame, 1995, p. 95)
 
«Todos deitaram do que lhes sobrava, mas ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía«
 
Tendes de dar aquilo que vos custa um pouco. Não basta dar apenas aquilo de que podeis prescindir, tendes de dar aquilo de que não podeis nem quereis prescindir, as coisas às quais estais presos. Nessa altura, o que dais passa a ser um sacrifício, que tem mérito aos olhos de Deus. [...] É aquilo a que eu chamo o amor em ação. Todos os dias vejo crescer este amor nas crianças, nos homens e nas mulheres.
 
Certo dia em que ia a descer a rua, aproximou-se de mim um mendigo que me disse: «Madre Teresa, toda a gente lhe oferece presentes e eu também quero dar-lhe um presente. Hoje deram-me apenas vinte e nove cêntimos durante todo o dia e eu quero dar-lhos.» Fiquei a pensar um momento: se eu aceitar estes vinte e nove cêntimos (que não valem quase nada), ele corre o risco de não ter que comer esta noite; mas, se não os aceitar, ofendo-o.
 
Então, estendi a mão e aceitei o dinheiro. E nunca vi, em rosto algum, tanta alegria como a que vi no rosto deste homem, que ficou felicíssimo por ter podido oferecer qualquer coisa à Madre Teresa! Para ele, que tinha mendigado o dia todo ao calor, aquela soma irrisória, que não serviria para quase nada, era um sacrifício enorme. Mas era uma coisa maravilhosa: aquelas moeditas a que ele estava a renunciar valiam uma fortuna, por serem dadas com tanto amor.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 05/06/2010 às 11h37
 
04/06/2010 11h08
O VERDADEIRO SENHOR DA VIDA
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja.
Catequese Baptismal 10, 2-5; PG 33, 662ss. (a partir da trad. Bouvet/Orval)

«O Seu nome é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores» (Ap 19, 16)


Se alguém quer honrar a Deus, que se prostre diante do Filho de Deus. Sem isso, o Pai não aceita ser adorado. Do alto dos céus, o Pai fez ouvir as seguintes palavras: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus a Minha complacência» (Mt 3, 17). O Pai compraz-Se no Filho [...], que é chamado «Senhor» (Lc 2, 11), não abusivamente, como os senhores humanos, mas porque o senhorio Lhe pertence por natureza desde toda a eternidade. [...]


Não deixando de ser quem é e mantendo verdadeiramente a glória imutável do Seu estado de Filho, Ele não deixa de Se adaptar às nossas fraquezas, como médico muito hábil e mestre compassivo. Fê-lo quando era realmente Senhor, não tendo poder por transferência, antes Lhe pertencendo por natureza a glória do senhorio. Não era Senhor à nossa maneira, mas era Senhor com toda a verdade, exercendo o senhorio com o consentimento do Pai, sobre as Suas próprias criaturas.


Com efeito, nós temos domínio sobre os homens que são nossos iguais, quer em dignidade, quer em sofrimento, e muitas vezes temo-lo também sobre os que são mais velhos. Pelo contrário, em Nosso Senhor Jesus Cristo o senhorio não é deste tipo: Ele é, em primeiro lugar, Criador, e depois Senhor. Ele tudo criou segundo a vontade do Pai, e depois exerce o senhorio sobre aquilo que só por Ele existe.


Paz e bem!


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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/06/2010 às 11h08
 
03/06/2010 18h03
"EIS O PÃO QUE OS ANJOS COMEM TRANSFORMADO EM PÃO DO HOMEM; SÓ OS FILHOS O CONSOMEM"
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, Doutor da Igreja
Orações
 
«Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem» (Sequência da festa)
 
Deus todo-poderoso e eterno, eis que me aproximo do sacramento do Teu Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Doente, venho ao médico de Quem a minha vida depende; manchado, à origem da misericórdia; cego, ao fogo da luz eterna; pobre e desprovido de tudo, ao Senhor do céu e da terra.
 
Imploro, pois, a Tua generosidade imensa e inesgotável a fim de que Te dignes curar as minhas enfermidades, lavar as minhas manchas, iluminar a minha cegueira, compensar a minha indigência, cobrir a minha nudez; e que assim possa receber o pão dos anjos (Sl 77, 25), o Reis dos reis, o Senhor dos senhores (1Tim 6, 15), com todo o respeito e humildade, toda a contrição e devoção, toda a pureza e fé, toda a determinação de propósitos e a rectidão de intenção que a salvação da minha alma exige.
 
Permite, peço-Te, que não receba simplesmente o sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, mas toda a força e eficácia do sacramento. Deus cheio de doçura, permite-me receber de tal maneira o Corpo do Teu Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, este corpo material que Ele recebeu da Virgem Maria, que mereça ser incorporado no Seu Corpo místico e fazer parte dos seus membros.
 
Pai cheio de amor, permite que eu possa um dia contemplar de rosto descoberto e por toda a eternidade este Filho bem amado que me preparo para receber agora sob o véu que convém à minha condição de viajante. Ele que, sendo Deus, vive e reina Contigo na unidade do Espírito Santo pelos séculos e séculos. Amém.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 03/06/2010 às 18h03
 
28/05/2010 06h51
“NÃO SABEIS QUE SOIS O TEMPLO DE DEUS, E QUE O ESPÍRITO DE DEUS HABITA EM VÓS?” (1Cor 3,16).

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano
Sermão 46 (a partir da trad. Cervo 1980, t. 2, p. 24)
 
«Não está escrito: A Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões.»
 
Nosso Senhor entrou no Templo e expulsou todos os que compravam e vendiam, dizendo: «A Minha casa será chamada casa de oração. Mas vós fizestes dela um covil de ladrões». Que templo é este que se tornou um covil de ladrões? É a alma e o corpo do homem, que são muito mais o verdadeiro templo de Deus que todos os templos alguma vez edificados (1Cor 3, 17; 6, 19).
 
Quando Nosso Senhor quer vir a este templo, encontra-o transformado num covil de ladrões e numa feira de mercadores. Quem é o mercador? São os que dão o que têm – o seu livre árbitro – por aquilo que não têm – as coisas deste mundo. O mundo está cheio desses mercadores! Há-os entre os padres e os leigos, entre os religiosos, monges e freiras. [...] Tanta gente tão cheia da sua própria vontade [...]; tanta gente que procura em tudo o seu próprio interesse. Pelo contrário, se quisessem fazer negócio com Deus, oferecendo-Lhe a sua vontade, que feliz negócio fariam!
 
O homem deve querer, deve seguir, deve procurar Deus em tudo o que faz; e quando tiver feito tudo – beber, dormir, comer, falar, ouvir –, deixe então completamente as imagens das coisas e esvazie o seu templo. Uma vez o templo esvaziado, uma vez expulso esse bando de vendedores, a imaginação que te estorva, poderás ser uma casa de Deus (Cf. Ef 2, 19). Terás então a paz e a alegria do coração, e mais nada te perturbará, nada do que agora te preocupa, te deprime e te faz sofrer.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 28/05/2010 às 06h51



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