17/08/2009 10h50
UM SANTO DO DESERTO
Santo Atanásio (295-373), Bispo de Alexandria, Doutor da Igreja
Vida de Santo Antão, pai dos monges, 2-4 «Terás um tesouro no céu» Após a morte de seus pais, tinha Antão entre dezoito e vinte anos [...], entrou certo dia numa igreja no momento da leitura do evangelho, e ouviu o Senhor dizer a um jovem rico: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-Me». Antão teve a impressão de que esta leitura tinha sido para ele. Saiu imediatamente do templo e entregou às gentes da aldeia as suas propriedades de família. Depois de ter vendido todos os seus bens móveis, distribuiu pelos pobres o dinheiro dessa venda, reservando apenas uma pequena parte para sua irmã. Doutra vez em que entrou na igreja, ouviu o Senhor dizer no evangelho: «Não vos preocupeis com o dia de amanhã» (Mt 6, 34). Compreendendo que não podia reservar fosse o que fosse, também isso distribuiu pelos pobres. Confiou sua irmã ao cuidado de umas virgens conhecidas e fiéis, que viviam juntas numa casa, para nela ser educada. E consagrou-se desde então, perto de sua casa, ao labor da vida ascética. Vigiando sobre si mesmo, perseverava numa vida austera. [...] Trabalhava manualmente, porque tinha ouvido esta recomendação: «Se algum não quer trabalhar, que também não coma» (2 Tess 3, 10). Comprava o seu pão de cada dia com uma parte daquilo que ganhava, distribuindo o resto pelos indigentes. Rezava sem cessar, porque tinha aprendido que é preciso «orar sem desfalecer» (Lc 21, 36) em privado. Estava de tal maneira atento à leitura, que nada perdia da Escritura, antes dela tudo retendo; a seguir, substituía os livros pela memória. Todos os habitantes da aldeia, e as gentes de bem que a frequentavam habitualmente, vendo-o viver daquela maneira, lhe chamavam amigo de Deus. Uns amavam-no como filho, outros como irmão. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 17/08/2009 às 10h50
14/08/2009 17h11
A PALAVRA, FONTE DE ALEGRIA E DE ESPERANÇA
Se escutares a Palavra e a guardares, sentirás que a tua vida mora no próprio coração de Deus, donde nasce continuamente a confiança para o presente e a esperança para o amanhã: «Quem escuta estas minhas palavras e a põe em prática —diz Jesus— é semelhante a um homem sábio que construiu a sua casa sobre a rocha» (Mt 7,24). Esta confiança alimenta-se da alegria de sentir-se amado: «Quando as tuas palavras vieram ao meu encontro, devorei-as com avidez; a tua palavra foi a alegria e júbilo do meu coração, porque eu levava o teu nome, Senhor, Deus dos exércitos» (Jer 15, 16). Por isso os dois discípulos, no caminho de Jerusalém para Emaús, na explicação das Escrituras reencontraram o calor do coração, redescobriram as razões da esperança, foram envolvidos pela alegria do encontro (cf. Lc 24, 13-35). A Escritura, narração da história da aliança entre Deus e o Seu povo, é memória viva deste grande amor, que suscita confiança Naquele que levará a cumprimento as Suas promessas. Dando-te razões de vida e de esperança, a Palavra abre-te ao amanhã de Deus e te ajuda a levá-lo no presente com a força dos humildes atos de fé e de simples gestos de caridade. Por esta sua força, a Palavra é também a razão da grande esperança que anima o dialogo ecumênico: se nos esforçarmos por ser discípulos da única Palavra, como poderemos considerar as nossas divisões mais importantes que a unidade à qual elas nos chama? Paz e Bem! Autor: Bruno Forte, Arcebispo de Rieti-Vasto Fonte: http://o-bom-pastor.blogspot.com/2007/01/palavra-para-viver-bruno-forte-10-11.html#links Publicado por Frei Fernando Maria em 14/08/2009 às 17h11
13/08/2009 11h01
PERDÃO
São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos frades menores Carta a um responsável franciscano (a partir da trad. Desbonnets et Vorreux, p. 129) «Setenta vezes sete vezes» Deus te abençoe! Vou explicar-te como puder o teu caso de consciência. As preocupações e as pessoas - sejam irmãos ou outros - impedem-te de amar o Senhor Deus? Pois bem [...], ama aqueles que te causam esses aborrecimentos. Não exijas deles, a não ser que o Senhor te indique o contrário, que mudem de atitude relativamente a ti. Deves amá-los tal como são. [...] Eis como reconhecerei que amas o Senhor e que me amas a mim, Seu servo e teu: se qualquer irmão do mundo, depois de ter pecado tanto quanto é possível pecar, puder regressar a ti, pedir-te perdão, e ser perdoado. Se ele não te pedir perdão, pergunta-lhe tu se quer ser perdoado. E mesmo que, depois disso, ele peque ainda mil vezes contra ti, ama-o mais ainda do que me amas a mim, a fim de o conduzires ao Senhor. Tem piedade desses infelizes. E, sempre que tiveres oportunidade, dá a conhecer aos guardiões [das nossas comunidades] o firme propósito de assim te comportares. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 13/08/2009 às 11h01
12/08/2009 13h23
ENCONTRO COM O SENHOR - O VALOR DA PALAVRA
ENCONTRO COM O SENHOR – O VALOR DA PALAVRA
Nos últimos tempos eu tenho me colocado com seriedade a pergunta sobre o que é essencial na espiritualidade. Há um tempo atrás, depois do Sínodo sobre a Vida Consagrada, foi publicada a Exortação Apóstolica Vita Consecrata, pelo Papa João Paulo II. Ao longo do texto ela diz que o essencial, o característico da vida consagrada é a confissão da Trindade, o sinal da fraternidade o serviço da caridade. Contudo, devemos reconhecer que isto não é peculiaridade da vida consagrada, mas o ideal da vida de qualquer pessoa.
Um abraço e bênçãos para todos. Quando falo de espiritualidade, não penso que ela seja apenas um elo que me liga a Deus, mas algo que dá sabor a toda a existência. Podemos pensar que um sorvete sem sabor se torna apenas um punhado de gelo, assim é a vida sem espiritualidade: podemos fazer tudo, mas não tem sabor. Torna-se como o sal sem gosto ou a luz que não ilumina. Ou seja, a espiritualidade dá sentido a tudo aquilo que somos e que temos; dá um norte ao nosso pensar e ao nosso querer; dá uma unicidade à nossa mente, coração, psique e corpo. Sem espiritualidade não é possível construir uma relação com Deus, uma fraternidade ou uma vida apostólica, seria uma ilusão. E aqui está justamente o risco da pessoa que se julga de fé: se afadigar por outros valores, justificando sempre que está trabalhando por Deus. Daí que devemos ter sempre um modo de como acrisolar, purificar, medir a nossa verdadeira opção por Deus. Acredito que temos dois modos de evitar este perigo: a direção espiritual, que não entendo necessariamente como diálogo com um sacerdote, mas como partilha de vida com alguém de espírito, e que para isto não basta a confissão; contudo tem um meio que acredito ainda mais: a Lectio Divina – leitura orante da Palavra de Deus. A Palavra de Deus, diferentemente dos sacramentos, é acessível a todos. Os sacramentos sem a Palavra se tornam idolatria, pois não encontram um terreno fértil em nós. A leitura da Palavra dá a oportunidade de se escutar, de falar com o Senhor e, o mais difícil, de escutar o Senhor. Em outras palavras: é oração – fundamento de uma verdadeira espiritualidade. A vocação de Francisco de Assis, para citar um santo entre muitos, começa justamente com o encontro com a Palavra e é esta palavra que vai dando sentido à vida de Francisco: “É isto que eu quero, isso que procuro, é isso que desejo fazer de todo o coração.” Autor: Frei João Benedito,OFMConv. Fonte: (06/08/09) http://frjoaobenedito.blogspot.com/ Publicado por Frei Fernando Maria em 12/08/2009 às 13h23
11/08/2009 23h37
A CONFISSÃO DOS PECADOS
São César de Arles (470-543), monge e bispo Sermão ao povo, n° 59 (a partir da trad. de Soleil Levant 1962 rev.; cf. SC 330, p. 43) «Tudo o que desligardes na Terra será desligado no Céu» Para nosso bem e nossa salvação, a Sagrada Escritura aconselha-nos a que confessemos os nossos pecados, incessantemente e com humildade, não somente perante Deus, mas também perante um homem santo e temente a Deus. É assim que o Espírito Santo nos recomenda pela voz do apóstolo Tiago: «Confessai, pois, os pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados» (5, 16) [...]; e o salmista diz: «Confessarei os meus erros ao Senhor; e Vós perdoastes a culpa do meu pecado» (Sl 31, 5). Ferimo-nos com os nossos pecados; por isso, devemos recorrer sempre ao medicamento da confissão. Com efeito, se Deus quer que nós confessemos os nossos pecados, não é que Ele não os saiba, mas é porque o diabo deseja encontrar forma de nos acusar perante o tribunal do Juízo Eterno; por isso, quer que pensemos mais em desculpá-los do que em acusá-los. O nosso Deus, pelo contrário, porque é bom e misericordioso, quer que os confessemos neste mundo, de modo a que não sejamos confundidos sobre eles no outro. Assim, ao confessarmo-nos, Ele mostra-se clemente; se os reconhecemos, perdoa-nos. [...] E nós, irmãos, somos realmente os vossos médicos espirituais; procuramos com solicitude curar as vossas almas. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 11/08/2009 às 23h37
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