08/09/2009 11h51
E NASCEU A VIRGEM AMADA
Santo André de Creta (660-740), monge e bispo Homilia 1, para a Natividade da Santa Mãe de Deus; PG 97, 805 (a partir da trad. do breviário francês) Hoje desponta a aurora da salvação Já não vivemos sob a escravidão dos elementos do mundo, como diz o apóstolo Paulo. Já não estamos submetidos à letra da Lei (Col 2, 8; Rom 7, 6). Com efeito, é nisto que consiste o essencial das graças de Cristo; é aqui que o mistério se manifesta e que a natureza é renovada: Deus fez-se homem e a humanidade assim assumida é divinizada. Foi, portanto, necessário que a esplêndida habitação de Deus, tão visível entre os homens, fosse precedida por uma introdução à alegria, de que decorreria para nós o magnífico dom da salvação. Tal é o objeto da festa que celebramos: o nascimento da Mãe de Deus inaugura o mistério que tem por conclusão e termo a união do Verbo com a carne. [...] Agora que a Virgem acaba de nascer e se prepara para ser Mãe do Rei universal de todos os séculos [...], é o momento em que recebemos do Verbo uma dupla mercê: somos conduzidos à verdade e libertados da vida de escravidão sob a letra da Lei. Como? Por que forma? Sem dúvida nenhuma, porque as sombras se desvanecem com a chegada da luz, porque a graça faz com que a liberdade substitua a letra. A festa que celebramos está nesta fronteira, porque faz a ligação entre a verdade e as imagens que a prefiguram, substitui o que era velho por coisas novas. [...] Que toda a criação cante e dance e dê o seu melhor contributo para a alegria deste dia! Que o céu e a terra formem hoje uma única assembleia! Que tudo o que está no mundo e acima do mundo se una no mesmo concerto de festa. Com efeito, hoje o santuário criado eleva-se até onde residirá o Criador do universo. E uma criatura é preparada, por esta disposição inteiramente nova, para oferecer ao Criador uma morada santa. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 08/09/2009 às 11h51
05/09/2009 18h31
"O FILHO DO HOMEM É SENHOR DO SÁBADO"
São Macário (?-405), monge no Egipto Homilias espirituais, n° 35 (a partir da trad. coll. Spi. Or. n° 40, Bellefontaine, p. 302) «O Filho do Homem é Senhor do sábado.» Na Lei dada por Moisés, que era uma sombra do que estava para vir (Col 2, 17), Deus ordenava que todos descansassem e não fizessem nenhum trabalho ao dia de sábado. Tratava-se de um símbolo, de uma preparação para o verdadeiro sábado que o Senhor concede à alma. [...] Com efeito, Jesus chama o homem ao repouso, dizendo-lhe: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28). E a todas as almas que têm confiança e se aproximam Dele, dá-lhes descanso, libertando-as de pensamentos dolorosos, desanimadores e impuros. Assim, deixam completamente de se entregar ao mal e celebram um sábado verdadeiro, delicioso e santo, uma festa do Espírito, numa alegria jubilosa inexprimível. Prestam a Deus um culto que Lhe é agradável porque procede de um coração puro: esse é o verdadeiro sábado santificado. Supliquemos também nós ao Senhor que nos permita entrar no Seu repouso, que nos faça acabar com os pensamentos vergonhosos, maus ou vãos, a fim de que possamos celebrar a festa do Espírito Santo e servir a Deus com o coração puro. Bem-aventurados os que entram nesse repouso. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 05/09/2009 às 18h31
03/09/2009 23h01
Ó SENHOR
Ó Senhor vinde em nosso auxílio e fortalecei a nossa vida de fé a fim de que possamos dar um testemunho autêntico da nossa comunhão convosco e podermos projetar no mundo o vosso reino de amor escondido em nossas almas. Vinde Senhor nosso, ajudai-nos na vivência dos valores eternos sem com isso desprezarmos os valores terrenos, mas, ao contrário, colocá-los no seu devido lugar para vencermos todo ódio, injustiça, mentira e corrupção e fazermos desta terra uma réplica perfeita do Paraíso que nos espera em vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho e nosso Salvador, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo e na presença da sempre Virgem Maria com todos os anjos, santos e santas. Assim seja! Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 03/09/2009 às 23h01
03/09/2009 09h41
NÃO TENHAS RECEIO
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, Doutor da Igreja Sermões para o Domingo e as festas dos santos (a partir da trad. de Bayart, Eds. franciscanas 1944, p. 187 rev.) «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens.» «Porque Tu o dizes, lançarei as redes». É por indicação da graça celeste, por inspiração sobrenatural, que se deve lançar a rede da pregação. Senão é em vão que o pregador lança as linhas das suas palavras. A fé dos povos obtém-se, não através de discursos sabiamente compostos, mas pela graça da vocação divina. [...] Ó frutuosa humildade! Quando aqueles que até aí não tinham pescado nada confiam na palavra de Cristo, apanham uma multidão de peixes. [...] «Porque Tu o dizes, lançarei as redes». Cada vez que por mim próprio as lancei, quis guardar o que me pertencia. Fui eu que pesquei e não Tu, foram as minhas palavras e não as Tuas. Por isso não pesquei nada. Ou, se pesquei qualquer coisa, não foi peixe, mas rãs, prontas a espalhar lisonjas sobre mim. [...] «Porque Tu o dizes, lançarei as redes». Lançar a linha por ordem de Jesus é atribuir-Lhe tudo e não guardar nada para si mesmo: é viver em conformidade com o que se pesca. Nessa altura, apanhamos uma grande quantidade de peixes. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 03/09/2009 às 09h41
02/09/2009 08h43
O DESERTO
Santo Eucher (? - c. 450), Bispo de Lião O Elogio do Deserto (a partir da trad. da Irmã Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 2, p. 109) «Saiu e retirou-Se para um lugar solitário» Não poderemos nós com razão adiantar que o deserto é o templo sem limites do nosso Deus? Aquele que mora no silêncio deve certamente gostar de locais retirados. Foi aí que muitas vezes Se manifestou aos Seus santos; foi graças à solidão que Ele Se dignou vir ter com os homens. Foi no deserto que Moisés, com a face banhada de luz, viu a Deus. [...] Lá foi-lhe permitido conversar familiarmente com o Senhor. Palavra puxa palavra, dialogou com o Senhor do universo como um homem costuma falar com o seu semelhante. Foi lá que recebeu a vara de prodigiosos poderes. Entrou no deserto como pastor de ovelhas, saiu dele como pastor de povos (Ex 3; 33, 11; 34). Também o povo de Deus, quando foi resgatado do Egipto e libertado dos trabalhos forçados, foi conduzido a locais retirados, refugiando-se no isolamento. Sim, foi no deserto que se aproximou deste Deus que o arrancou à servidão. [...] E o Senhor fez-Se chefe do Seu povo, ao guiar os seus passos através do deserto. Pelo caminho, dia e noite, manifestava-Se numa coluna, numa chama ardente, numa nuvem relampejante, em sinais vindos do céu. [...] Os filhos de Israel puderam assim ver o trono de Deus e ouvir a Sua voz durante o tempo em que viveram na solidão do deserto. [...] Será necessário acrescentar que só chegaram à terra dos seus sonhos após a permanência no deserto? Para que o povo entrasse um dia na posse da terra onde corria leite e mel, foi necessário primeiro passar por locais áridos e não cultivados. É sempre através dos acampamentos no deserto que nos encaminhamos para a verdadeira pátria. Quem quer «vir a contemplar a bondade do Senhor, na terra dos vivos» [Sl 27 (26), 13] vá habitar uma região inabitável. Quem quer tornar-se cidadão dos céus faça-se hóspede do deserto. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 02/09/2009 às 08h43
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