FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
30/11/2009 14h08
ORAÇÃO DE SANTO ANDRÉ
Papa Bento XVI
Audiência geral de 14/06/06 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)
 
Santo André imita a Cristo até na morte
 
Uma tradição [...] narra a morte de André em Patras, onde também ele sofreu o suplício da crucifixão. Mas, naquele momento supremo, de modo análogo ao de seu irmão Pedro, pediu para ser posto numa cruz diferente da de Jesus. No seu caso tratou-se de uma cruz decussada, isto é, cruzada transversalmente inclinada, que por isso foi chamada «cruz de Santo André».
 
Eis o que o Apóstolo disse naquela ocasião, segundo uma antiga narração [...]: «Salve, ó Cruz, inaugurada por meio do corpo de Cristo e que se tornou adorno dos Seus membros, como se fossem pérolas preciosas. Antes que o Senhor fosse elevado sobre ti, tu incutias um temor terreno. Agora, ao contrário, dotada de um amor celeste, és recebida como um dom. Os crentes sabem, a teu respeito, quanta alegria possuis, quantos dons tens preparados.
 
Portanto, certo e cheio de alegria venho a ti, para que também tu me recebas exultante como discípulo Daquele que em ti foi suspenso [...]. Ó Cruz bem-aventurada, que recebeste a majestade e a beleza dos membros do Senhor! [...] Toma-me e leva-me para longe dos homens e entrega-me ao meu Mestre, para que por teu intermédio me receba Quem por ti me redimiu. Salve, ó Cruz; sim, salve verdadeiramente!»
 
Como se vê, há aqui uma profundíssima espiritualidade cristã, que vê na Cruz não tanto um instrumento de tortura como, ao contrário, o meio incomparável de uma plena assimilação ao Redentor, ao grão de trigo que caiu na terra. Devemos aprender com isto uma lição muito importante: as nossas cruzes adquirem valor se forem consideradas e aceites como parte da cruz de Cristo, se refletirem a sua luz. Só naquela Cruz são também os nossos sofrimentos nobilitados e adquirem o seu verdadeiro sentido.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 30/11/2009 às 14h08
 
28/11/2009 13h01
ORAI SEM NUNCA DEIXAR DE FAZÊ-LO
Santo Afraate (? – cerca 345), monge e bispo em Ninive, perto de Mossoul no actual Iraque
Exposições, n°4 (a partir da trad. SC 349, p. 316)

«Velai, pois, orando continuamente»

Meu amigo, para agradar a Deus, temos a oração. [...] Acima de tudo, sê assíduo à oração sem a abandonares, como está escrito, porque Nosso Senhor disse: «Orai sempre sem cessar». Sê assíduo às veladas, afasta de ti a sonolência, permanece vigilante dia e noite, sem te desencorajares.

Vou mostrar-te os modos da oração; com efeito, temos a petição, a ação de graças e o louvor; a petição, quando se pede misericórdia pelos próprios pecados; a ação de graças, quando se dá graças ao Pai que está nos céus; e o louvor, quando se O louva pelas Suas obras. Quando estiveres em perigo, apresenta a petição; quando fores provido de bens, dá graças Àquele que tos dá; e, quando estiveres de humor alegre, apresenta o louvor.

Deves apresentar as tuas orações a Deus de acordo com as circunstâncias. Ouve o que dizia o próprio David a todo o momento: «No meio da noite levanto-me para Vos louvar, por causa dos Vossos justos decretos» (Sl 118, 62). E, noutro salmo, diz: «Louvai o Senhor do alto dos céus, louvai-O nas alturas» (Sl 148, 1). E diz ainda: «Bendirei o Senhor em todo o tempo; o Seu louvor estará sempre nos meus lábios» (Sl 33, 2). Porque não deves rezar de uma só maneira, mas de acordo com as circunstâncias.

E eu, meu amigo, tenho a firme convicção de que tudo o que os homens pedem com assiduidade, Deus lho concede. Mas aquele que oferece com hipocrisia não é atendido, segundo aquilo que está escrito: aquele que oferece a oração, vire e revire a sua oferenda, para se certificar de que não encontra nela algum defeito, e ofereça-a em seguida, pois de outra maneira a sua oferenda ficará em terra (cf Mt 5, 23-24; Mc 11, 25). E que oferenda é esta, senão a oração? [...] Com efeito, dentre todas as oferendas, a oração pura é a melhor.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 28/11/2009 às 13h01
 
24/11/2009 15h19
REINA O SENHOR ETERNAMENTE
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja 
Sobre Isaias, III, 1 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 76) 

«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai as vossas cabeças, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21, 28 

«Reduzistes a cidade a um montão de pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence ao desígnio constante de Deus Onipotente e aos Seus conselhos irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las desde os fundamentos, sem esperança de voltarem a erguer-se. «Jamais será reedificada», diz o texto.

Estas cidades destruídas não são, a nosso ver, aquelas que são perceptíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis, e sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...]

Quando o Emanuel apareceu e brilhou neste mundo, a tropa ímpia das potências adversas foi derrubada, Satanás foi abalado nos seus fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a erguer-se, de levantar de novo a cabeça.

É por isso que o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor. Israel foi chamado ao conhecimento de Deus pela pedagogia da Lei, foi cumulado de todos os bens por Deus. Sim, Israel foi salvo e obteve em herança a terra da promessa. Mas a multidão das nações que estão sob o céu estava privada destes bens espirituais. [...]

Quando Cristo apareceu em pessoa e, destruindo a tirania do demônio, as conduziu a seu Deus e seu Pai, foram enriquecidas com a luz da verdade pela participação na glória divina, pela grandeza da vida do Evangelho. É por isso que cantam hinos de acções de graças a Deus Pai: «Vós realizastes os Vossos maravilhosos desígnios» (v. 1), tudo recapitulando em Cristo.

Vós iluminastes aqueles que se encontravam nas trevas (cf. Lc 1, 79), derrubando as potências que dominam o mundo (cf. Ef 6, 12) como se derrubam cidadelas. «Por isso um povo forte vos glorifica». 

  Paz e Bem!


 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 24/11/2009 às 15h19
 
17/11/2009 22h48
DESCE DEPRESSA...PORQUE HOJE A SALVAÇÃO ENTROU EM TUA CASA
Santo Efrém (c. 306 – 373), diácono na Síria, Doutor da Igreja
Diatessaron, XV, 20-21 (a partir da trad. cf. SC 121, p. 277)

«Hoje veio a salvação a esta casa»

Rezava Zaqueu em seu coração: «Bem-aventurado aquele que é digno de receber este Justo em sua casa». Nosso Senhor disse-lhe: «Desce depressa, Zaqueu!» E este, vendo que o Senhor lhe conhecia os pensamentos, disse: «Se conhece os meus pensamentos, também conhece os meus actos». E foi por isso que declarou: «Se defraudei alguém em qualquer coisa, vou restituir-lhe quatro vezes mais».

«Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa». Graças à segunda árvore, a do chefe dos publicanos, a primeira árvore, a de Adão, cai no esquecimento, e também o nome de Adão é esquecido graças ao justo Zaqueu [...]: «Hoje veio a salvação a esta casa». [...] Pela sua obediência pronta, aquele que ontem não passava de um ladrão torna-se hoje um benfeitor; aquele que ontem era colector de impostos torna-se hoje um discípulo.

Zaqueu abandonou a lei antiga; subiu a uma árvore inerte, símbolo da surdez do seu espírito. Mas esta ascensão é o símbolo da sua salvação. Ele abandonou a sua baixeza, subindo à árvore para ver a divindade nas alturas. Nosso Senhor apressou-Se a convidá-lo a descer daquela árvore ressequida que era a sua antiga maneira de ser, a fim de que ele não permanecesse surdo. O amor a Nosso Senhor que nele ardia consumiu nele o homem velho, para nele moldar um homem novo.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 17/11/2009 às 22h48
 
16/11/2009 12h24
"JESUS, FILHO DE DAVID, TEM MISERICÓRDIA DE MIM"
«JESUS, FILHO DE DAVID, TEM MISERICÓRDIA DE MIM»
 
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja
Homilia 2 sobre o Evangelho (a partir da trad. Luc commenté, DDB 1987, p. 140 rev.)
 
«Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim»
 
Observemos que é quando Jesus se aproxima de Jericó que o cego recupera a vista. Jericó significa «lua» e na Sagrada Escritura a lua é o símbolo da carne votada ao desaparecimento; em determinado momento do mês ela diminui, simbolizando o declínio da nossa condição humana votada à morte.
 
É, pois, ao aproximar-se de Jericó que o nosso Criador faz com que o cego recupere a vista. É ao tornar-Se próximo de nós pela carne, de que Se revestiu, com a sua mortalidade, que Ele torna a dar ao gênero humano a luz que tínhamos perdido. É porque Deus endossa a nossa natureza que o homem acede à condição divina.
 
E é precisamente a humanidade que está representada por este cego sentado na beira do caminho e a mendigar, pois a Verdade diz de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Aquele que não conhece o brilho da luz eterna é de fato cego, mas se começa a crer no Redentor então fica «sentado à beira do caminho».
 
Se, embora crendo Nele, não Lhe implora o dom da luz eterna, se se recusa a pedir-Lho, será sempre um cego à beira do caminho; um cego que não pede. [...] Que todo o homem que reconhece as trevas que o tornam cego, que todo o homem que compreende que lhe falta a luz eterna grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, filho de David, tem misericórdia de mim.»
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 16/11/2009 às 12h24



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