FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
09/08/2010 23h37
A IGREJA E CRISTO, A UNIÃO PERFEITA QUE GERA OS FILHOS DE DEUS PARA A VIDA ETERNA
A IGREJA E CRISTO, A UNIÃO PERFEITA QUE GERA OS FILHOS DE DEUS PARA A VIDA ETERNA
 
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir co-padroeira da Europa
A mulher e o seu destino (a partir da trad. Amiot-Dumont 1956, p. 124)

 
«Eis o Esposo! Ide ao Seu encontro»

A união da alma com Cristo não é o mesmo que a comunhão entre duas pessoas humanas: começa com o batismo e é constantemente reforçada com os outros sacramentos, é uma integração e um impulso de seiva – como nos diz o símbolo da videira e dos ramos (Jo 15).

 
Este ato de união com Cristo provoca uma aproximação membro a membro entre todos os cristãos. Assim, a Igreja toma a figura do Corpo Místico de Cristo. Este corpo é um corpo vivo e o espírito que o anima é o Espírito de Cristo que, partindo da cabeça, se comunica a todos os membros; o espírito que emana de Cristo é o Espírito Santo, e por conseguinte a Igreja é o templo do Espírito Santo (cf 1Co 6, 19).

Mas, apesar da real unidade orgânica da cabeça e do corpo, a Igreja encontra-se ao lado de Cristo como uma pessoa independente. Enquanto Filho do Pai Eterno, Cristo vivia antes do início dos tempos e antes de qualquer existência humana. Pelo ato da criação, a humanidade vivia antes de Cristo; para Cristo tomar a natureza humana e ser integrado nela. Pela Sua incarnação, Ele trouxe à humanidade a Sua vida divina. Pela Sua obra de redenção, tornou a humanidade capaz de receber a graça. [...]

 
A célula primitiva desta humanidade resgatada é Maria: é nela que se realiza pela primeira vez a purificação e a santificação operadas por Cristo, é Ela a primeira a ser cheia do Espírito Santo. Antes de nascer da Santíssima Virgem, o Filho de Deus criou esta Virgem cheia de graça e, nela e com ela, a Igreja. É por isso que, sendo uma criatura distinta d'Ele, a Igreja se encontra a Seu lado, embora indissoluvelmente ligada a Ele.

Qualquer alma purificada pelo batismo e elevada ao estado de graça é, por essa mesma razão, criada por Cristo e nascida para Cristo. Mas é criada na Igreja e nasce pela Igreja. [...] Assim, a Igreja é a mãe de todos aqueles a quem se destina a redenção É-o pela sua união íntima com Cristo, e porque se realiza a Seu lado na qualidade de Esposa de Cristo, para colaborar na Sua obra de redenção.

 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 09/08/2010 às 23h37
 
05/08/2010 09h43
O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), Fundadora das irmãs Missionárias da Caridade
Não há maior amor (a partir da trad. de Il n'y a pas de plus grand amour, Lattès 1997, p. 116)
 
O sacramento da reconciliação: «Tudo o que desligares na terra será desligado no Céu»
 
A confissão é um ato magnífico, um ato de grande amor. Só aí podemos entregar-nos enquanto pecadores, portadores de pecado, e só da confissão podemos sair como pecadores perdoados, sem pecado.
 
A confissão nunca é mais do que humildade em ação. Dantes chamávamos-lhe penitência, mas trata-se na verdade de um sacramento de amor, do sacramento do perdão. Quando se abre uma brecha entre mim e Cristo, quando o meu amor faz uma fissura, qualquer coisa pode vir preencher essa falha.
 
A confissão é esse momento em que eu permito a Cristo suprimir de mim tudo o que divide, tudo o que destrói.
 
A realidade dos meus pecados deve vir primeiro. Quase todos nós corremos o perigo de nos esquecermos de que somos pecadores e de que nos devemos apresentar à confissão como tais. Devemos dirigir-nos à Deus para Lhe dizer quão pesarosos estamos de tudo o que possamos ter feito que O tenha magoado.
 
O confessionário não é um local para conversas banais ou para tagarelices. Aí preside um único tema – os meus pecados, o meu arrependimento, como vencer as minhas tentações, como praticar a virtude, como crescer no amor a Deus.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 05/08/2010 às 09h43
 
02/08/2010 22h51
NA CRIAÇÃO VISÍVEL, OPERA-SE UM TRABALHO INVISÍVEL
Santo Hilário (c. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de Mateus, 14, 12 (a partir da trad. Matthieu commenté, DDB 1985, p. 100 rev.)

«Ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção»

Após ter tomado os cinco pães, o Senhor ergueu o Seu olhar para o céu para honrar Aquele de Quem Ele próprio tem o ser. Não necessitava de olhar o Pai com os Seus olhos humanos; mas quis fazer compreender aos que estavam presentes que tinha recebido a capacidade de realizar um ato que exigia tão grande poder. Seguidamente, dá os pães aos Seus discípulos. Não é por multiplicação que os cinco pães se transformam em muitos mais. Os pedaços sucedem-se e enganam quem os parte; é como se tivessem sido partidos anteriormente! A matéria continua a estender-se. [...] Ou seja, a graça suponhe a natureza, pois, o milagre consiste na partilha do que se tem; quem dá do que tem, vê sua dádiva multiplicada muito além do que se espera.

Por conseguinte não vos surpreenda que as fontes corram, que haja cachos nas cepas da vinha, que riachos de vinho escorram desses cachos. Os recursos da terra sucedem-se ao longo do ano, de acordo com um ritmo indestrutível. Uma tal multiplicação de pães revela a ação do autor do universo. Normalmente, Ele impõe um limite a semelhante crescimento, pois conhece a fundo as leis da matéria.

Na criação visível, opera-se um trabalho invisível. O mistério da ação presente é obra do Senhor dos mistérios celestiais. O poder D'Aquele que age excede toda a natureza, e o método deste Poder ultrapassa a compreensão do fato. Só permanece a admiração por esse poder.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 02/08/2010 às 22h51
 
28/07/2010 13h38
SÃO FRANCISCO DE ASSIS E A PÉROLA DE GRANDE VALOR
SÃO FRANCISCO E A PÉROLA DE GRANDE VALOR
 
São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja
Vida de São Francisco, Legenda major, cap. 7 (a partir da trad. de Vorreux, Eds franciscaines 1951, p. 122)
 
A pérola de grande valor
 
Dentre os dons espirituais recebidos da generosidade de Deus, Francisco obteve em particular o de enriquecer constantemente o seu tesouro de simplicidade graças ao seu amor pela extrema pobreza. Vendo que aquela que tinha sido a companheira habitual do Filho de Deus se tornara, nessa altura, objeto de uma aversão universal, tomou a peito desposá-la e devotou-lhe um amor eterno.
 
Não satisfeito em «deixar por ela pai e mãe» (cf. Gn 2, 24), distribuiu pelos pobres tudo o que pudesse ter (cf. Mt 19, 21). Nunca ninguém guardou tão ciosamente o seu dinheiro como Francisco guardou a sua pobreza; nunca ninguém vigiou o seu tesouro com maior cuidado do que o que ele colocou em guardar esta pérola de que fala o Evangelho.
 
Nada o magoava mais do que encontrar junto dos seus irmãos qualquer coisa que não fosse perfeitamente conforme à pobreza dos religiosos. Pessoalmente, desde o princípio da sua vida como religioso até à morte, não teve senão uma túnica, uma corda a servir de cinto e umas bragas (Calças largas e curtas) como única riqueza; não precisava de mais nada.
 
Acontecia-lhe muitas vezes chorar ao pensar na pobreza de Cristo Jesus e na de Sua Mãe. Dizia ele: «Aqui está a razão pela qual a pobreza é a rainha das virtudes: pelo esplendor com que brilhou no «Rei dos reis» (1Tm 6, 15) e na Rainha Sua Mãe.»
 
Quando os irmãos lhe perguntaram um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo ele respondeu abrindo-lhes, por assim dizer, o segredo do seu coração: «Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado para a Salvação, visto que é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis, embora escondidos. Ela é esse «tesouro escondido num campo», do qual nos fala o Evangelho, pelo qual é necessário vender tudo o resto e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas.»
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 28/07/2010 às 13h38
 
26/07/2010 14h43
O VERDADEIRO BRILHO
O VERDADEIRO BRILHO
 
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilias sobre São Mateus, 2-3 (a partir da trad. Véricel, L'Evangile commenté, pp. 144-145)
 
A parábola do fermento
 
O Senhor apresenta a seguir a imagem do fermento: [...] da mesma forma que este fermento transmite a sua força à massa da farinha, também vós transformareis o mundo inteiro. [...] Não levanteis objeções, dizendo: Que podemos fazer, nós que somos apenas doze, no meio de tão grande multidão? Aquilo que demonstrará o brilho do vosso poder será precisamente o fato de enfrentardes a multidão sem recuar. [...]
 
É Cristo que dá ao fermento o poder que ele tem: Ele misturou na multidão aqueles que tinham fé n'Ele, para que comuniquemos os nossos conhecimentos uns aos outros. Não Lhe censuremos, pois, o pequeno número dos Seus discípulos, pois o poder da mensagem é enorme; e, quando a massa tiver fermentado, tornar-se-á fermento para o resto. [...]
 
Mas se doze homens fermentaram a terra inteira, que maus somos nós que, apesar de sermos em número considerável, não conseguimos converter os que nos rodeiam, quando tal número deveria ser suficiente para ser fermento de milhares de mundos! – Mas estes doze, dizeis vós, eram os Apóstolos! – E depois? Não estavam nas mesmas condições que nós? Não habitavam também nas cidades? Não partilhavam também o nosso destino?
 
Não exerciam também uma profissão? Seriam anjos descidos do céu? Dizeis que eles fizeram milagres? Mas não é por isso que os admiramos. Até quando falaremos dos seus milagres para esconder a nossa preguiça? [...] – Então de onde vem a grandeza dos Apóstolos? – Do seu desprezo pelas riquezas, de seu desdém pela glória. [...] É a maneira de viver que dá o verdadeiro brilho e que faz descer a graça do Espírito Santo.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 26/07/2010 às 14h43



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