08/05/2009 10h18
“NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS”
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja Comentário ao Evangelho de João, 9 ; PG 74, 182-183 (trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 373) «A fim de que, onde Eu estou, vós estejais também» «Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar?» [...] Se as moradas do Pai não fossem numerosas, o Senhor teria dito que falava como precursor, a fim de preparar as moradas dos santos. Mas Ele sabia que já estavam preparadas muitas moradas, à espera da chegada dos amigos de Deus. Apresenta, pois, outra justificação para a Sua partida: preparar o caminho da nossa ascensão para esses lugares do céu abrindo-nos uma passagem para lá chegarmos, quando anteriormente esta rota era impraticável para nós. Porque o céu estava absolutamente encerrado para os homens, e nunca ser algum de carne tinha penetrado neste santíssimo e puríssimo domínio dos anjos. Cristo inaugurou este caminho para as alturas. Oferecendo-Se a Si mesmo a Deus Pai como primícias dos que dormem nos túmulos da terra, permitiu à carne ascender ao céu e foi o primeiro homem a aparecer aos habitantes lá do alto. Os anjos não conheciam o augusto e grandioso mistério de uma entronização celeste da carne. Foi com espanto e admiração que assistiram a esta ascensão de Cristo. Quase perplexos por tão inaudito espectáculo, exclamaram: «Quem é Esse, que vem de Edom?» (Is 63, 1), ou seja, da terra. Assim, pois, Nosso Senhor Jesus Cristo abriu-nos um caminho novo e vivo (Heb 10, 20). «Cristo não entrou num santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para Se apresentar agora diante de Deus por nós» (Heb 9, 24). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 08/05/2009 às 10h18
07/05/2009 22h46
QUEM VOS RECEBE, A MIM RECEBE...
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA SOBRE A REVELAÇÃO, «DEI VERBUM», §§ 7-8 «Quem receber aquele que Eu enviar é a Mim que recebe» Deus dispôs amorosamente que permanecesse íntegro e fosse transmitido a todas as gerações tudo quanto tinha sido revelado para salvação de todos os povos. Por isso, Cristo Senhor, em Quem se consuma toda a revelação do Deus Altíssimo (2Cor 1, 20; 3, 16-4, 6), mandou aos Apóstolos que pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, o Evangelho prometido antes pelos Profetas e por Ele cumprido e promulgado pessoalmente, comunicando-lhes assim os dons divinos. Isto foi realizado com fidelidade, tanto pelos Apóstolos que, na sua pregação oral, exemplos e instituições transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, do trato e das obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo, como por aqueles Apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação. Porém, para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos como seus sucessores, «entregando-lhes o seu próprio ofício de magistério» (Santo Ireneu). Portanto, esta Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura dos dois Testamentos são como um espelho no qual a Igreja peregrina na Terra contempla a Deus, de Quem tudo recebe, até ser conduzida a vê-Lo face a face tal qual Ele é (1Jo 3, 2). [...] Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Com efeito, progride a percepção, tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e do estudo dos crentes, que as meditam no seu coração (Lc 2, 19.51), quer mercê da íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade. Isto é, a Igreja tende continuamente, no decurso dos séculos, para a plenitude da verdade divina, até que nela se realizem as palavras de Deus. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 07/05/2009 às 22h46
06/05/2009 08h46
UM AMOR INCONDICIONAL
Papa Bento XVI - Encíclica «Spe Salvi», § 26 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana) «Não vim para condenar o mundo, mas sim para o salvar» Não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor. Isto vale já no âmbito do mundo humano. Quando alguém experimenta um grande amor na sua vida, trata-se de um momento de «redenção» que lhe dá um sentido novo à vida. Mas, muito rapidamente, dar-se-á conta também de que o amor que lhe foi dado não resolve, por si só, o problema da sua vida. É um amor que permanece frágil; pode ser destruído pela morte. O ser humano necessita do amor incondicional. Precisa daquela certeza que o faz dizer: «Nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rom 8, 38-39). Se este amor absoluto existe, com absoluta certeza, então – e somente então – o homem está «redimido», independentemente do que lhe possa acontecer em dada circunstância. É o que isto significa, quando dizemos: Jesus Cristo «redimiu-nos». Através d'Ele tornamo-nos seguros de Deus – de um Deus que não constitui uma remota «causa primeira» do mundo - porque o seu Filho unigênito fez-Se homem e d'Ele pode cada um dizer: «Vivo na fé do Filho de Deus que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 06/05/2009 às 08h46
04/05/2009 10h01
"SE ALGUÉM ENTRAR POR MIM ESTARÁ SALVA."
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, Doutor da Igreja Comentário ao Evangelho de João 10, 3 (trad. cf. bréviaire) «Se alguém entrar por Mim estará salvo.» «Eu sou o bom pastor». É evidente que o título de pastor convém a Cristo. Porque, assim como um pastor leva o seu rebanho a pastar, assim também Cristo restaura os fiéis através do alimento espiritual, que é o Seu corpo e o Seu sangue. [...] Por outro lado, Cristo afirmou que o pastor entra pela porta e que Ele próprio é essa porta; temos de compreender, pois, que é Ele que entra, e que entra por Si mesmo. E é bem verdade: é por Si mesmo que Ele entra; manifesta-Se a Si mesmo e mostra que conhece o Pai por Si mesmo, enquanto que nós entramos por Ele e é Ele que nos dá a felicidade perfeita. Mais ninguém é a porta, porque mais ninguém é «a luz verdadeira que a todo o homem ilumina» (Jo 1, 9). [...] É por isso que nenhum homem afirma ser a porta; Cristo reservou para Si este nome, como pertencendo-Lhe com propriedade. O título de pastor, porém, comunicou-o a outros, deu-o a alguns dos Seus membros. Com efeito, também Pedro o foi (Jo 21, 15) e os outros apóstolos, e todos os bispos. «Dar-vos-ei pastores segundo o Meu coração», diz a Escritura (Jer 3, 15). [...] Nenhum pastor é bom se não estiver unido a Cristo pela caridade, tornando-se assim membro do verdadeiro pastor. Porque o serviço do Bom Pastor é a caridade. É por isso que Jesus afirma que dá a vida pelas Suas ovelhas (Jo 10, 11). [...] Cristo deu-nos o exemplo: «Ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3, 16). PAZ E BEM! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 04/05/2009 às 10h01
01/05/2009 11h14
DEUS PROVE...DEUS PROVERÁ...
Desde o início do mundo até agora minha providência cuida e continuará a cuidar das necessidades e salvação dos homens. Realiza tal obra por formas diversas, conforme parecer melhor a mim, médico verdadeiro e justo, ante vossas enfermidades. Umas vezes restituo a saúde, outras vezes apenas a conservo. Para quem a acolhe, minha providência jamais faltará. Experimentá-la-ão aqueles que realmente nela confiarem, sem ficar só em palavras; como aqueles que imploram e clamam com amor, com fé, e não apenas dizendo “Senhor, Senhor” (Mt 7, 21). Não reconheço os que me imploram sem a prática das virtudes, sem a vivência da justiça. Eu te garanto: jamais faltará minha providência para quem nela espera. Somente estará ausente para os que desesperam ou confiam em si mesmos. (...) A esperança humana é mais ou menos perfeita conforme o amor da pessoa; será igualmente nessa medida que cada um terá a experiência da minha providência. Aqueles que me servem e só em mim confiam, experimentá-la-ão mais profundamente do que as almas cuja esperança se fundamenta em interesses e compensações. (...) Como podem achar que eu, bondade suprema, lhes deseje o mal nos pequenos acontecimentos da vida, sabendo – através dos grandes acontecimentos (a Criação e a Redenção) – que somente desejo sua santificação? De todas as coisas cuida minha providência, desde as menores até as maiores. É a providência geral, em favor de todos aqueles que a aceitam. Aos homens, em particular, ajo conforme quero: acontecerá a vida ou a morte, a fome ou a sede, mudanças de posição social, nudez e calor, injúrias, caçoadas e traições. Permito que as pessoas digam e façam tudo isso (...) Permito o mal a fim de que o ofendido prove a sua paciência ou a adquira. (...) Os seguidores do mundo se admirarão, acharão injusto que um inocente morra na água, no fogo, devorado pelas feras ou sob os escombros de uma casa. Tais acontecimentos parecerão estranhos a quem os olha fora da fé. O fiel, que experimentou minha providência (...), não pensará assim. Ele sabe que tudo faço com providência, com a única finalidade de salvar os homens; quem tudo olha com respeito, não se escandaliza por alguma intervenção minha a seu respeito ou a respeito dos outros; tudo supera com paciência. Minha ação providencial está presente em todos os seres; todos eles lhe são submissos. Pessoas há que consideram o granizo como uma crueldade, assim como as tempestades, os raios, quando os deixo cair sobre o corpo de alguém e dizem que não providenciei pela incolumidade da pessoa. Embora tais pessoas julguem o contrário, o que realizo em tais casos é livrar alguém da morte eterna. Fonte: Santa Catarina de Sena, livro "O Diálogo", p. 304-307 Publicado por Frei Fernando Maria em 01/05/2009 às 11h14
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