20/01/2011 13h26
TUDO POSSO NAQUELE QUE ME DÁ FORÇAS
Santo Afonso-Maria de Liguori (1696-1787), bispo e Doutor da Igreja
5º Discurso para a Novena do Natal (trad. Éds Saint-Paul 1993, p. 76 rev.)
«Todos os que padeciam de enfermidades caíam sobre Ele para Lhe tocarem»
«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. [...] O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «abandonai todo o receio, o próprio Deus virá salvar-vos».
Como é que Ele veio salvar-vos? Dando-vos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à vossa salvação. E como é que o Redentor vos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza, e comunicou-nos a Sua força. [...] Deus é todo-poderoso: «Senhor, clamava Isaías, quem resistirá à força do Teu braço?» (40, 10). [...] Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos Seus méritos, a força de alma necessária [...]; tornou-Se criança [...]; e no fim da Sua vida, no Jardim das Oliveiras, encheu-Se de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois, com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho com falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. [...]
E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso nAquele que me dá força» dizia o Apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor. Paz e Bem!
©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 20/01/2011 às 13h26
16/01/2011 11h45
"EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO"
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja Sobre Isaías, IV, 2 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, lire la Bible, t. 6, p. 116) «Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» «Cantai, ó céus, a obra do Senhor! Exultai de alegria, ó profundezas da terra! Saltai de júbilo, vós, montanhas, e tu, bosque, com todas as tuas árvores, porque o Senhor resgatou Jacó, manifestou a Sua glória em Israel» (Is 44, 23). Pode-se facilmente concluir desta passagem de Isaías que a remissão dos pecados, a conversão e redenção dos homens, anunciada pelos profetas, se cumpre em Cristo nos últimos dias. Com efeito, quando Deus, o Senhor, nos apareceu, quando Se fez homem, vivendo com os habitantes da terra, Ele, o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo, Ele, a vítima totalmente pura, que grande motivo de júbilo para as forças do alto e os espíritos celestiais, para todas as ordens dos santos anjos! Eles cantavam, eles cantavam o Seu nascimento segundo a carne: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado» (Lc 2, 14). Se é verdade, conforme a palavra do Senhor – e é absolutamente verdade –, que «haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte» (Lc 15, 7), como duvidar de que haja alegria e júbilo nos espíritos do alto, quando Cristo traz à terra inteira o conhecimento da verdade, chama à conversão, justifica pela fé, torna brilhante de luz pela santificação? «Os céus se rejubilam porque Deus teve misericórdia», não apenas para com Israel segundo a carne, mas para com Israel compreendido segundo o espírito. «Os fundamentos da terra», ou seja, os ministros sagrados da pregação do Evangelho, «tocaram a trombeta». A sua voz retumbante chegou a toda a parte; como as trombetas sagradas, ela ressoou em todas as partes. Eles anunciaram a glória do Salvador por todos os lugares, chamaram ao conhecimento de Cristo tanto os judeus como os pagãos. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 16/01/2011 às 11h45
13/01/2011 12h32
FUI JUSTIFICADO PELO TEU AMOR
Odes de Salomão (texto cristão hebraico do começo do século II) Nos. 21 et 25 (a partir da trad. Hamman, DDB 1981, pp. 43, 48) Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido Ergui os braços para o céu, em direção à graça do Senhor. Ele lançou as correntes para longe de mim. O meu protetor elevou-me segundo a Sua graça e a Sua salvação. Libertei-me da obscuridade e revesti-me da luz; os meus membros já não sentem aflição, nem angústia, nem dor. O pensamento do Senhor socorreu-me; a Sua luz exaltou-me; caminhei na Sua presença; aproximar-me-ei d'Ele louvando-O e glorificando-O. O meu coração transbordou, invadiu a minha boca, brotou dos meus lábios. A alegria do Senhor e o Seu louvor... fazem desabrochar o meu rosto. Aleluia! Escapei das minhas correntes e fugi para Ti, oh meu Deus! Tu foste o meu caminho, a minha salvação e o meu auxílio. Detiveste aqueles que se erguiam contra mim e eles desapareceram. O Teu rosto estava comigo e a Tua graça salvou-me. Fui desprezado e rejeitado aos olhos da multidão. Mas Tu deste-me força e ajuda. Colocaste a luz à minha direita e à minha esquerda. Que tudo em mim seja apenas luz! Vesti as vestes do Teu Espírito, e Tu removeste de mim as vestes de pele (Cf. Gen 3, 21). A Tua direita elevou-me e afastou a doença para longe de mim. A Tua verdade tornou-me robusto e a Tua justiça santificou-me. Fui justificado pelo Teu amor tão doce, e repousarei em Ti pelos séculos dos séculos. Aleluia! Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 13/01/2011 às 12h32
12/01/2011 09h43
A ORAÇÃO, DOM DE DEUS, É A LUZ DA ALMA
Homilia do século V sobre a oração Erradamente atribuída a São João Crisóstomo; PG 64, 461 (a partir da trad. Breviário) «Foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração» O bem supremo é a oração, o encontro familiar com Deus. [...] A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a alma eleva-se ao céu e cinge-se a Deus num abraço inexprimível. Como uma criança chorando ao encontro da sua mãe, ela exprime a profundidade do seu desejo. Ela exprime a sua vontade profunda e recebe dádivas que ultrapassam toda a natureza visível. Porque a oração apresenta-se como uma embaixadora poderosa, ela alegra, ela apazigua a alma. Quando falo da oração, não imagines que se trata de palavras. Ela é um impulso para Deus, um amor indizível que não vem dos homens e do qual o apóstolo Paulo fala assim: «Não sabemos o que devemos pedir em nossas orações, mas é o próprio Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8, 26). Uma oração assim, se Deus a concede a alguém, é para esse uma riqueza imutável, um alimento celeste que satisfaz a alma. Quem a provou é tomado por um desejo constante do Senhor, como um fogo devorador que lhe envolve o coração. Portanto, a oração, dom de Deus, é o canal de graças inefáveis por onde Ele nos concede todos os bens para a realização de sua vontade e do seu Reino de amor. Quem mais a utilizou no cumprimento da vontade do Pai, foi Jesus, que é Deus conosco e de igual modo nos ensinou a utilizar também quando disse: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,28). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 12/01/2011 às 09h43
09/01/2011 11h01
"ESTE É O MEU FILHO AMADO"
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero e mártir Homilia do século IV para a Epifania, A Santa Epifania PG 10, 852 (a partir da trad. Orval et Delhougne, p. 336 rev.) «No Qual pus todo o Meu agrado» Cristo, o Criador de todas as coisas, desceu do céu como o orvalho, deu-Se a conhecer como uma fonte, expandiu-Se como um rio (Os 6, 3; Jo 4, 14; 7, 38) e foi batizado no Jordão. [...] A fonte inalcançável, da qual brota a vida para todos os homens e que não tem fim, foi oculta por águas pobres e efêmeras. Aquele que está presente em toda a parte, que de parte alguma Se encontra ausente, Aquele que é inalcançável pelos anjos e que é invisível aos homens, recebe o batismo por Sua vontade. [...] «E eis que se rasgaram os céus, e viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e vir sobre Ele. E uma voz vinda do Céu dizia: 'Este é o Meu Filho muito amado, no Qual pus todo o Meu agrado'.» O bem-amado gera amor, a luz imaterial gera «a luz inacessível» (1Tim 6, 16). «Este é o Meu Filho muito amado». [...] Na arca de Noé, a pomba manifestou o amor de Deus pelos homens (Gn 8, 11). Nesta altura, o Espírito desceu sob a mesma forma, uma forma semelhante àquela que trouxe um ramo de oliveira, e deteve-Se sobre Aquele de Quem deu testemunho. Por quê? Para que se compreendesse com certeza que se tratava efetivamente da voz do Pai [...]: «A voz do Senhor sobre as águas, o Deus da glória desencadeou o trovão, o Senhor sobre a massa das águas» (Sl 28, 3). O que diz esta voz? «Este é o Meu Filho muito amado, no Qual pus todo o Meu agrado». É Aquele a quem chamam o Filho de José, e é o Meu Filho único segundo a divindade. «Este é o Meu Filho muito amado»: tem fome e alimentou numerosas multidões, sofre e consola aqueles que sofrem; não teve onde repousar a cabeça, mas tem o universo na Sua mão, sofre e cura as dores. Dão-Lhe bofetadas, mas Ele concede a liberdade ao mundo, trespassam-Lhe o lado, mas Ele reparou o lado de Adão. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 09/01/2011 às 11h01
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