FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
04/11/2010 10h28
O BOM PASTOR
 Isaac de l'Étoile (?-c. 1171), monge cisterciense 
Sermão 35; 2º Domingo da Quaresma (a partir da trad. SC 207, p. 259) 

«Alegrai-vos comigo porque encontrei a minha ovelha perdida» 

Quando chegou o tempo da misericórdia (Sl 101, 14), o Bom Pastor desceu de junto do Pai [...] como estava prometido desde sempre. Ele veio buscar a única ovelha que se tinha perdido. Prometido a ela desde sempre, para ela foi enviado no tempo; para ela nasceu e foi dado, eternamente predestinado a ela. Ela é única, saída simultaneamente dos judeus e das nações [...], presente em todos os povos [...]; ela é única no seu mistério, múltipla nas pessoas, múltipla pela carne segundo a natureza, única pelo Espírito segundo a graça – em suma, uma única ovelha e uma multidão numerosa. [...]

Ora, aqueles que este pastor reconhece como Seus, «ninguém lhos pode arrancar das mãos» (Jo 10, 28). Pois não se pode forçar o verdadeiro poder, enganar a sensatez, destruir a caridade. É por isso que Ele fala com segurança e diz [...]: «Daquelas que Me deste, Pai, não perdi nenhuma» (Jo 18, 9). [...]

Ele foi enviado como verdade para os iludidos, como caminho para os extraviados, como vida para os que estavam mortos, como sensatez para os insensatos, como remédio para os doentes, como resgate para os cativos e como alimento para os que morriam de fome. Para todos estes, pode dizer-se que Ele foi enviado «às ovelhas perdidas da casa de Israel» (Mt 15, 24), para que elas não ficassem perdidas para todo o sempre.

Ele foi enviado como uma alma a um corpo inerte, para que, quando da Sua vinda, os membros aqueçam e tornem a viver com uma vida nova, sobrenatural e divina: é a primeira ressurreição (Ap 20, 5). Ele pode então declarar: «Chegou a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e aqueles que a ouvirem viverão» (Jo 5, 25). E pode então dizer das Suas ovelhas: «Elas ouvirão a Minha voz e seguir-Me-ão» (Jo 10, 4-5). 

Paz e Bem! 

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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/11/2010 às 10h28
 
02/11/2010 12h18
PORQUE SEM TI NADA SOU
 PORQUE SEM TI NADA SOU
 
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Confissões, I, 1-5 (a partir da trad. cf breviário)
 
«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos»
 
«O Senhor é grande e digno de todo o louvor» (Sl 144, 3). «Grande e poderoso é o nosso Deus; a Sua sabedoria não tem limites» (Sl 146, 5), e no entanto o homem, uma pequena parcela da criação, quer louvar-Vos, esse homem que carrega a própria mortalidade, que arrasta consigo o testemunho do seu pecado e que reconhece que «Deus Se opõe aos soberbos, mas dá a Sua graça aos humildes» (Tg 4, 6). No entanto, parcela que é da Vossa criação, quer louvar-Vos. Vós o levais a procurar alegria no elogio que Vos faz, porque nos criastes para Vós, e o nosso coração vive sem repouso enquanto não repousar em Vós [...].
 
«Louvarão o Senhor, os que O procuram» (Sl 21,27). Os que O procuram encontrá-l'O-ão, e os que O encontram, louvá-l'O-ão. Que eu Vos procure então, Senhor, invocando-Vos, e que eu Vos invoque, crendo em Vós! Porque nos fostes revelado pela pregação. Senhor, invoca-Vos essa fé que me destes, a fé que me inspirastes por intermédio da humanidade de Vosso Filho, pelo ministério do Vosso pregador.
 
E como invocarei eu o Meu Deus, Meu Deus e Meu Senhor? Ao invocá-LO, invoco-O dentro de mim. E que lugar haverá dentro de mim para onde o meu Deus possa vir, este Deus que «criou os céus e a terra» (Gn 1, 1) ? Pois será possível haver em mim, Senhor meu Deus, alguma coisa que Vos possa conter? Será possível que os céus e a terra que criastes, e nos quais me criastes, Vos contenham ? [...] Se existo, poderei então pedir-Vos para virdes até mim, já que eu que não existiria se em mim Vós não habitásseis?
 
Poderei eu desejar repousar em vós? Poderei eu pedir para virdes ao meu coração, e que o inebrieis com a Vossa presença, para eu esquecer os meus males e Vos abraçar, a Vós, meu único bem? Quem sois para mim? Tende piedade de mim, para que eu possa falar. Quem sou eu a Vossos olhos, para que me ordeneis que Vos ame ? [...]
 
Na Vossa misericórdia, Senhor meu Deus, dizei-me Quem sois para mim. «Diz à minha alma: «Eu sou a tua salvação».» (Sl 34, 3). Dizei-o; que eu Vos ouça. Vede como os ouvidos do meu coração estão à escuta. Abri-os, Senhor, fazei que eles Vos ouçam: «Eu sou a tua salvação». Correrei após estas palavras e alcançar-Vos-ei, por fim. Vem à mim e permanece em mim Senhor, porque sem Ti nada sou...
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 02/11/2010 às 12h18
 
01/11/2010 11h45
O LOUVOR DE TODOS OS SANTOS
 Concílio Vaticano II - Constituição Dogmática «Lumen Gentium», sobre a Igreja, §§ 50-51
 
Com todos os santos
 
Assim como a comunhão cristã entre os peregrinos nos aproxima mais de Cristo, assim a comunhão com os santos nos une a Cristo, de quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus.
 
A nossa união com a Igreja celeste realiza-se de modo mais sublime quando, sobretudo na sagrada Liturgia, na qual a virtude do Espírito Santo atua sobre nós através dos sinais sacramentais, concelebramos em comum exultação os louvores da divina Majestade e, todos de todas as tribos, línguas e povos, remidos no sangue de Cristo (cf. Apoc 5, 9) e reunidos numa única Igreja, engrandecemos com um único canto de louvor o Deus uno e trino.
 
Assim, ao celebrarmos o sacrifício eucarístico, unimo-nos no mais alto grau ao culto da Igreja celeste, comungando e venerando a memória primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, de São José, dos santos Apóstolos e mártires, e de todos os santos.
 
Assim sendo, todos os que somos filhos de Deus, e formamos em Cristo uma família (cf. Heb 3, 6), ao comunicarmos na caridade mútua e no comum louvor da Trindade Santíssima, correspondemos à íntima vocação da Igreja e participamos, prelibando-a, na liturgia da glória. Com efeito, quando Cristo aparecer e se der a gloriosa ressurreição dos mortos, a luz de Deus iluminará a cidade celeste e o seu candelabro será o Cordeiro (cf. Apoc 21, 24).
 
Então, toda a Igreja dos santos, na suprema felicidade da caridade, adorará a Deus e ao «Cordeiro que foi imolado» (Apoc 5, 12), proclamando numa só voz: «Louvor, honra, glória e poderio, pelos séculos dos séculos, Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro» (Apoc 5, 13-14).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 01/11/2010 às 11h45
 
29/10/2010 12h19
A VERDADE LIBERTA SEMPRE
 Bem-aventurado Guerric d'Igny (c. 1080-1157), monge cisterciense (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, p. 299)
 
Jesus à mesa com os fariseus
 
O Criador eterno e invisível do mundo, dispondo-Se a salvar o gênero humano que se arrastava ao longo dos tempos sujeito às duras leis da morte, «nestes tempos que são os últimos» (Heb 1, 2) dignou-Se encarnar [...], para resgatar, na Sua clemência, os que na Sua justiça havia condenado. Para mostrar a profundidade do Seu amor por nós, não apenas Se fez homem, mas homem pobre e humilde, para que, ao aproximar-Se de nós na Sua pobreza, nos levasse a ter parte nas Suas riquezas (2 Cor 8, 9). Fez-Se tão pobre por nós, que não tinha onde repousar a cabeça: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (Mt 8, 20).
 
Foi por isso que aceitou ir comer uma refeição com os que O convidaram, não pelo gosto imoderado da comida, mas para aí ensinar a salvação e suscitar a fé. E encheu os convivas de luz pelos Seus milagres. E os servos, que estavam ocupados no interior e não tinham a liberdade de chegar perto Dele, ouviram a palavra da salvação. Com efeito, Ele não menosprezava ninguém, ninguém era indigno do Seu amor porque «Vós tendes compaixão de todos, [...] amais tudo o que existe, e não aborreceis nada do que fizestes» (Sab 11, 23-24).
 
Portanto, para realizar a Sua obra de salvação, o Senhor entrou, num sábado, na casa de um fariseu importante. Os escribas e os fariseus observavam-No para O poderem repreender, a fim de que, se Ele curasse o hidrópico, O poderem acusar de violar a Lei e, se não o curasse, O acusarem de impiedade ou fraqueza. [...] Pela luz puríssima da Sua palavra de verdade, viram desvanecerem-se todas as trevas da sua mentira.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 29/10/2010 às 12h19
 
21/10/2010 11h01
O FOGO DO ESPÍRITO SANTO
Catecismo da Igreja Católica 
§§ 696, 728-720 

«Eu vim lançar fogo sobre a terra» 

Os símbolos do Espírito Santo: O fogo. Enquanto a água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. O profeta Elias, que «apareceu como um fogo e cuja palavra queimava como um facho ardente» (Sir 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu sobre o sacrifício do monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo, que transforma aquilo em que toca.

João Batista, que «irá à frente do Senhor com o espírito e a força de Elias» (Lc 1, 17), anuncia Cristo como Aquele que «há-de batizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16), aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!» (Lc 12, 49). É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si (Act 2, 3-4). A tradição da Igreja ensina o simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo. «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19). [...]

Jesus não revela plenamente o Espírito Santo enquanto Ele próprio não for glorificado pela Sua morte e ressurreição. [...] Só quando chega a hora em que vai ser glorificado, é que Jesus promete a vinda do Espírito Santo, pois a Sua morte e ressurreição serão o cumprimento da promessa feita aos antepassados (Jo 14, 16-17, 26). O Espírito da verdade, o outro Paráclito, será dado pelo Pai a pedido de Jesus; será enviado pelo Pai em nome de Jesus; Jesus O enviará de junto do Pai, porque do Pai procede. [...] 

Chega, por fim, a «hora de Jesus» (Cf. Jo 13, 1): Jesus entrega o Seu espírito nas mãos do Pai (Cf. Jo 19, 30) no momento em que, pela Sua morte vence a morte, de tal modo que, «ressuscitado dos mortos pela glória do Pai» (Cf. Rm 6, 4), logo dá o Espírito Santo, que «sopra» sobre os discípulos (Jo 20, 22). A partir dessa «hora», a missão de Cristo e do Espírito torna-se a missão da Igreja: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21). 

Paz e Bem!

 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 21/10/2010 às 11h01



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