FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
13/03/2014 10h04
DIANTE DE VÓS, SENHOR, SE ENCONTRA A MINHA ALMA...

DIANTE VÓS, SENHOR, ESTÃO OS MEUS DESEJOS...

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja

Comentários sobre os Salmos: Salmo 37 (Ofício de Leitura de 6ª feira da 3ª semana do Advento)

«Pedi, e ser-vos-á dado»

Escuta o que diz [o Salmista]: «Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos» (Sl 37,10). Não estão diante dos homens, que não podem ver o coração, mas «diante de Vós, Senhor». […] Esteja o teu desejo sempre na sua presença; e o Pai, «que vê o [que está] oculto, há de retribuir-te» (Mt 6,4). Porque o teu desejo é a tua oração. Se o teu desejo for contínuo, contínua será também a tua oração. Não foi em vão que disse o Apóstolo: «Orai sem cessar» (1Tess 5,17). Será preciso, então, estar continuamente de joelhos, prostrados, de mãos erguidas, para obedecer a este preceito: «orai sem cessar»? Se é isso que entendemos por orar, julgo que não podemos orar sem cessar.

Existe, porém, outra oração interior e contínua, que é o desejo. Nem que estejas ocupado a fazer outra coisa, se desejas o descanso eterno em Deus, não interrompes a oração. Se não queres interromper a oração, não interrompas o desejo. Se o teu desejo é contínuo, é contínua a tua voz. Calar-te-ás se deixares de amar. Quem é que se cala? Aqueles de quem foi dito: «Pela abundância da iniquidade resfriará o amor de muitos» (Mt 24,12). A frieza do amor é a mudez do coração, mas o fervor do amor é o clamor do coração. Se o amor permanece sempre (cf 1Cor 13,8), clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, recordas-te daquele descanso.

«Diante de Vós, Senhor, estão os meus desejos […] e não Vos são ocultos os meus gemidos» (Sl 37,10). […] A verdade é que, se permanece o desejo, permanece também o gemido. Nem sempre ele chega aos ouvidos dos homens, mas nunca deixa de chegar aos ouvidos de Deus.

Paz e Bem!

©Evangelizo.org 2001-2014 


Publicado por Frei Fernando Maria em 13/03/2014 às 10h04
 
06/03/2014 07h26
A QUARESMA É CAMINHO DE CRUZ POR ONDE SE CHEGA À RESSURREIÇÃO

A QUARESMA É CAMINHO DE CRUZ POR ONDE SE CHEGA À RESSURREIÇÃO

Papa Bento XVI

Audiência geral de 17/02/2010 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Se alguém quer vir após Mim»

O momento favorável e de graça da Quaresma mostra-nos o próprio significado espiritual através da antiga fórmula: «Recorda-te que és pó e ao pó tu hás de tornar», que o sacerdote pronuncia quando impõe sobre a nossa cabeça um pouco de cinza. Somos assim remetidos para o início da história humana, quando o Senhor disse a Adão, depois do pecado original: «Com o suor do teu rosto comerás o pão, enquanto não voltaras à terra, porque dela foste tirado: tu és pó e pó te hás de tornar!» (Gn 3, 19).

[…] O homem é pó e pó se há de tornar, mas é pó precioso aos olhos de Deus, porque Deus criou o homem destinando-o à imortalidade. Assim, a fórmula litúrgica «Recorda-te que és pó e ao pó te hás de tornar» encontra a plenitude do seu significado em referência ao novo Adão, Cristo. Também o Senhor Jesus quis partilhar livremente com cada homem o destino da fragilidade, sobretudo através da sua morte na cruz; mas felizmente esta morte, cheia do seu amor pelo Pai e pela humanidade, foi o caminho para a ressurreição gloriosa, através da qual Cristo Se tornou fonte de uma graça doada à quantos creem nele e são tornados partícipes da própria vida divina.

Esta vida que não terá fim já está a decorrer na fase terrena da nossa existência, mas será levada a cumprimento depois «da ressurreição da carne». O pequeno gesto da imposição das cinzas revela-nos a singular riqueza do seu significado: é um convite à percorrer o tempo quaresmal como uma imersão mais consciente e intensa no mistério pascal de Cristo, na sua morte e ressurreição, mediante a participação na Eucaristia e na vida de caridade que da Eucaristia nasce e na qual encontra o seu cumprimento. Com a imposição das cinzas renovamos o nosso compromisso de seguir Jesus, de nos deixarmos transformar pelo seu mistério pascal, para vencer o mal e praticar o bem, para fazer morrer o nosso «homem velho» ligado ao pecado e fazer nascer o «homem novo» transformado pela graça de Deus.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 06/03/2014 às 07h26
 
05/03/2014 11h18
VINDE, FAZEI PENITÊNCIA, POIS O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO...

VINDE, FAZEI PENITÊNCIA, POIS O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIM...

São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja

Catequeses com vista ao batismo, n°1, 1.5

A Quaresma conduz ao batismo na vigília pascal, para o perdão dos pecados...

[«Convertei-vos e que cada um receba o batismo em nome de Jesus Cristo para o perdão dos seus pecados», At 2,38] Vós que ides ser batizados sois já discípulos da Nova Aliança e participantes nos mistérios de Cristo; já […] criastes «um coração novo e um espírito novo» (Ez 18,31), para alegria dos habitantes dos céus. […] Iniciastes uma bela viagem […]: o Filho único de Deus aí está, pronto para vos resgatar. «Vinde», diz Ele, «vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28). Vós que andais acabrunhados e afligidos pelos vossos pecados, enredados nas malhas dos vossos erros (Pr 5,22), escutai o profeta: «Lavai-vos, purificai-vos; retirai da minha vista as vossas más ações» (Is 1,16), para que o coro dos anjos exclame: «Felizes aqueles cujos erros foram eliminados e o pecado removido!» (Sl 31,1) […]

É agora a época da confissão. Confessa os pecados que cometeste, por palavras ou por atos, de noite ou de dia. Confessa-te «neste tempo favorável» e, «no dia da salvação» (Is 49,8; 2Cor 6,2), recebe o tesouro do céu. […] Desembaraça-te de todas as preocupações humanas; ocupa-te da tua alma. […] Deixa o presente e crê no futuro […]: «Parai, reconhecei que Eu sou Deus» (Sl 45,11). […] Purifica o teu coração, para receberes a graça com mais abundância: o perdão dos pecados é dado a todos igualmente, mas a participação no Espírito Santo é concedida de acordo com a medida da fé de cada um. Se te esforçares pouco, pouco receberás; se trabalhares muito, o teu salário será grande. […]

Se tiveres razões de queixa contra alguém, perdoa. Aproxima-te do batistério para receberes o perdão dos teus pecados: sê, também tu, indulgente para com os pecadores. “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também. “Porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos também”. (Lc 6,36-38).

Paz e Bem!

©Evangelizo.org 2001-2014

 


Publicado por Frei Fernando Maria em 05/03/2014 às 11h18
 
04/03/2014 10h34
SEGUIMOS CRISTO, POBRE E CRUCIFICADO...

SEGUIMOS CRISTO, POBRE E CRUCIFICADO...

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade  - No Greater Love

Deixar tudo para O seguir

As riquezas, quer sejam materiais ou espirituais, podem asfixiar-nos se não fizermos delas uma utilização adequada. Porque nem o próprio Deus consegue colocar coisa alguma num coração que já está cheio. Mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, reaparece o apetite pelo dinheiro e a avidez por tudo o que o dinheiro pode proporcionar – a procura do supérfluo, do luxo na comida, no vestuário e no entretenimento. As necessidades começam a aumentar, uma coisa atrai a outra. Mas no fim fica-se com um sentimento incontrolável de insatisfação. Permaneçamos tão vazios quanto possível para que Deus possa preencher-nos.

Nosso Senhor é um exemplo vivo disto: logo no primeiro dia da sua existência humana, conheceu uma pobreza que nenhum ser humano alguma vez conhecerá porque, «sendo rico, tornou-Se pobre» (2Cor 8,9). Cristo esvaziou-Se de toda a sua riqueza. É aqui que surge a contradição: se eu quiser ser pobre como Cristo, que Se tornou pobre embora fosse rico, que devo fazer? Seria uma vergonha para nós sermos mais ricos do que Jesus que, por nossa causa, suportou a pobreza.

Na cruz, Cristo foi privado de tudo. A própria cruz fora-Lhe dada por Pilatos; os pregos e a coroa, pelos soldados. Estava nu. Quando morreu, despojaram-no da cruz, retiraram-Lhe os pregos e a coroa. Foi envolto num pedaço de tecido dado por uma alma caridosa e foi enterrado num túmulo que não Lhe pertencia. E isto quando poderia ter morrido como um rei ou mesmo poupar-Se à morte. Mas Ele escolheu a pobreza porque sabia que ela é o verdadeiro meio de possuir Deus e de trazer o seu amor para a terra.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/03/2014 às 10h34
 
21/02/2014 06h59
PRECISAMOS OUVIR O AMOR DE CRISTO...

QUE OS HOMENS E AS OUTRAS CRIATURAS SE CALEM, PARA OUVIR O AMOR DE CRISTO...

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol

Escritos espirituais 07/04/1938

«Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me»

Como se vive bem no coração de Cristo! Quem se pode queixar por sofrer ? Só o insensato, que não adora a Paixão de Cristo, a cruz de Cristo, o coração de Cristo, pode sentir-se desesperado com o seu próprio sofrimento. […] Que bem se vive junto à cruz de Jesus!

Cristo Jesus, […] mostra-me essa sabedoria que consiste em amar o desprezo, as injúrias, o opróbrio; ensina-me a sofrer com a alegria humilde e sem clamor dos santos; ensina-me a ser manso com aqueles que não me amam ou que me desprezam; mostra-me esse conhecimento que Tu, no alto do calvário, mostras ao mundo inteiro.

Eu sei: uma voz interior, muito suave, explica-me tudo; sinto em mim uma coisa que vem de Ti e que não sei definir, que me decifra muitos mistérios que o homem não pode compreender. Eu, Senhor, à minha maneira, entendo tudo. É o amor. É só isso. Vejo-o, Senhor, não preciso de mais nada. É o amor! Quem pode explicar o amor de Cristo? Que os homens e as outras criaturas se calem; calemo-nos, para que, no silêncio, escutemos os sussurros do amor, do amor humilde, do amor paciente, do amor imenso, infinito, que Jesus nos oferece, pregado à sua cruz, com os braços totalmente abertos. O mundo, na sua loucura, não O escuta.

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 21/02/2014 às 06h59



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