31/01/2014 12h19
DE MARIA BROTOU A SEMENTE DA VIDA...
DE MARIA BROTOU A SEMENTE DA VIDA, PURO DOM CRISTALINO QUE AO CÉU NOS CONVIDA... São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja - Sermão 98; CCL 24A, 602 «Estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra» Como diz Cristo, o Reino de Deus é como um grão de mostarda. […] Cristo é o Reino: como um grão de mostarda, foi deitado à terra num jardim, o corpo da Virgem. Cresceu e tornou-Se a árvore da cruz que cobre toda a terra. […] Cristo é o Reino, pois nele reside toda a glória do seu reino. E Cristo é o homem, pois o homem na sua totalidade é renovado nele. Cristo é o grão de mostarda, o instrumento de que Deus Se serve para fazer descer toda a sua grandeza em toda a pequenez do homem. Ele próprio Se tornou todas as coisas, para renovar todos os homens nele. Enquanto homem, Cristo recebeu o grão de mostarda que é o Reino de Deus […]; enquanto Deus, possuía-o desde sempre. Ele deitou a semente à terra no seu jardim. […] O jardim é esta terra cultivada que se estendeu por todo o mundo, lavrada pela charrua (instrumento) da Boa Nova, encerrada pelos limites da sabedoria [que não tem limite]; os Apóstolos penaram para arrancar todas as ervas daninhas. Dá gosto contemplar as jovens plantas que são os crentes, os lírios que são as virgens e as rosas que são os mártires: flores que dão constantemente o seu perfume. Cristo semeou, pois, o grão de mostarda no seu jardim. A semente criou raízes quando Ele prometeu o seu Reino aos patriarcas, germinou com os profetas, cresceu com os Apóstolos e tornou-se a árvore imensa que estende os seus longos ramos sobre a Igreja, e lhe prodiga os seus dons. […] Toma as asas de prata da pomba de que fala o Profeta (cf. Sl 67,14). […] Levanta voo para usufruir de um repouso sem fim, fora do alcance dos laços (cf. Sl 90,3), por entre folhagens magníficas. Sê suficientemente forte para assim levantares voo, e vai habitar em segurança nesta vasta morada. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 31/01/2014 às 12h19
29/01/2014 13h44
O CUIDADO DE NOSSA ALMA...
O CUIDADO DE NOSSA ALMA São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo Sermões ao povo, n°6 passim; SC 175 «Produziu a trinta, a sessenta e a cem por um» Irmãos bem amados, quando vos apresentamos uma coisa útil para a vossa alma, que ninguém tente desculpar-se dizendo: «Não tenho tempo para ler, e é por isso que não posso conhecer os mandamentos de Deus nem observá-los.» […] Evitemos as vãs tagarelices e as brincadeiras corrosivas […], e veremos se não temos tempo para consagrar à leitura da Sagrada Escritura. […] Quando as noites são mais longas, haverá alguém capaz de tanto de dormir, que não possa ler ou ouvir ler as Escrituras? […] Pois a luz da alma e seu alimento eterno não é senão a Palavra de Deus, sem a qual o coração não pode nem viver nem ver. […] O cuidado da nossa alma é semelhante ao cultivo da terra. Assim como para cultivar a terra se arranca de um lado e se extirpa do outro até à raiz para semear o bom grão, o mesmo se deve fazer à nossa alma: arrancar o que é mau e plantar o que é bom; extirpar o que é prejudicial, transplantar o que é útil; desenraizar o orgulho e plantar a humildade; deitar fora a avareza e guardar a misericórdia; desprezar a imoralidade e amar a castidade. […] Efetivamente, vós sabeis como se cultiva a terra. Em primeiro lugar, arrancam-se as silvas e atiram-se as pedras para longe, seguidamente lavra-se a própria terra, recomeça-se uma segunda vez, uma terceira, e finalmente […] semeia-se. Que seja assim na nossa alma: em primeiro lugar, arranquemos as silvas, ou seja os maus pensamentos; seguidamente retiremos as pedras, isto é, a malícia e a dureza. Por último, lavremos o nosso coração com o arado do Evangelho e a relha da cruz e, quebrado pela penitência, amolecido pela esmola e pela caridade, preparemo-lo para a semente do Senhor […], para que possa receber com alegria a semente da palavra divina e não dar apenas trinta, mas sessenta e cem vezes o seu fruto. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2013
Publicado por Frei Fernando Maria em 29/01/2014 às 13h44
26/01/2014 10h05
OUVI, SENHOR, A MINHA ORAÇÃO...
OUVI, SENHOR, A MINHA ORAÇÃO... São Columbano (563-615), monge, fundador de mosteiros 12ª Instrução espiritual, 2-3 «Aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz» Cristo, digna-Te acender pessoalmente as nossas candeias, Tu que és o nosso doce Salvador; fá-las brilhar sem fim na tua morada e receber de Ti, luz eterna, uma luz indefectível. Que a tua luz dissipe as próprias trevas e, através de nós, faça recuar as trevas do mundo. Peço-Te portanto, Jesus, que acendas a minha candeia com a tua própria luz e que assim, com essa claridade, eu possa ver o Santo dos Santos, onde Tu, Pai Eterno dos tempos eternos, dás entrada nos pórticos desse templo imenso (cf Hb 9,11ss). Que, sob a tua luz, nunca deixe de Te ver e de dirigir para Ti o meu olhar e o meu desejo. Então, no meu coração só Te verei a Ti, e na tua presença a minha candeia ficará para sempre acesa e ardente. Dá-nos a graça […], visto que batemos à tua porta, de Te manifestares a nós, Salvador cheio de amor. Compreendendo-Te melhor, que não tenhamos amor senão para Ti, só para Ti. Que sejas, noite e dia, o nosso único desejo, a nossa única meditação, o nosso pensamento contínuo. Digna-Te derramar em nós todo o amor necessário para que possamos amar a Deus como convém. Enche-nos do teu amor […] até que não saibamos amar-Te senão a Ti, que és eterno. Então as águas caudalosas do céu, da terra e do mar não poderão apagar em nós tão grande caridade, como lemos no Cântico dos Cânticos: «As águas caudalosas não conseguirão apagar o fogo do amor» (8,7). Que se realize em nós, pelo menos em parte, esse crescendo de amor, pela tua graça, Senhor Jesus. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2013
Publicado por Frei Fernando Maria em 26/01/2014 às 10h05
15/12/2013 09h19
AS PROMESSAS DO SENHOR SE CUMPRIRÃO TOTALMENTE NO TEMPO DETERMINADO PELO SENHOR...
AS PROMESSAS DO SENHOR SE CUMPRIRÃO TOTLAMENTE NO TEMPO DETERMINADO PELO SENHOR... Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja - Discursos dobre os salmos, Sl 109 «Porque todos os Profetas e a Lei anunciaram isto até João» (Mt 11,13). Deus fixou um tempo para as suas promessas e um tempo para realizar aquilo que tinha prometido. O tempo das promessas foi o tempo dos profetas, até João Baptista; a partir dele e até ao fim, é o tempo de concretizar o que tinha sido prometido. Deus é fiel: Ele fez-Se nosso devedor, não para receber de nós fosse o que fosse, mas por nos ter prometido grandes coisas. E prometer foi pouco: quis comprometer-Se por escrito, fazendo conosco um contrato através das suas promessas; assim, quando começar a cumprir as suas promessas, poderemos ponderar na Escritura a ordem pela qual se deve realizar o que Ele tinha prometido. É por isso que o tempo da profecia, como dissemos tantas vezes, foi a predição das promessas. Prometeu-nos a salvação eterna, uma vida feliz sem fim na companhia dos anjos e uma herança incorruptível (cf 1Ped 1,4), a glória eterna, a doçura do seu rosto, a morada da sua santidade nos céus e, pela ressurreição dos mortos, deixarmos de ter medo de morrer. Tal é a sua promessa, o objetivo para o qual se dirige todo o nosso esforço e, quando lá chegarmos, já não teremos de procurar nem de exigir mais nada. E o plano segundo o qual chegaremos a esse objetivo final foi-nos mostrado por Ele, pelas suas promessas e anúncios. Com efeito, prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glorificação. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2013 Publicado por Frei Fernando Maria em 15/12/2013 às 09h19
13/12/2013 14h02
A SABEDORIA DE DEUS!
QUÃO BRILHANTE É TUA VOZ! Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina Exercícios, n°8 Sexta; SC 127
«É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, que Se tornou para nós sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e redenção» (1Cor 1,30) Ó Sabedoria admirável de Deus, quão poderosa, quão brilhante é a tua voz! Chamas a Ti sem exceção todos os que Te desejam; fazes dos humildes a tua morada; confortas os que Te confortam (Pr 8,17); julgas a causa do pobre; com bondade, de todos tens piedade. «Não detestas nada do que fizeste»; «desvias os olhos dos pecados dos homens» e misericordiosamente esperas que venham penitenciar-se (cf. Sab 11,23-24). […] Tu que renovas todas as coisas, com a tua graça renova-me e santifica-me em Ti, para que possas estabelecer-Te na minha alma […]. Faz que, desde a manhã, eu vele por Ti, para Te encontrar em verdade (cf. Is 26,9; Sab 6,12-14); manifesta-Te, pois diante de mim, para que em verdade eu Te deseje com ardor. Com que prudência ages em teus desígnios! Com que providência dispões de tudo, quando, para salvar o homem, inspiraste ao Rei de glória (cf. Sl 23,8; 1Cor 2,8) […] o pensamento da paz, o cumprimento da caridade: escondendo a sua majestade, impuseste a seus ombros o momento favorável do amor, para que subindo ao madeiro, Ele levasse os nossos pecados (cf. 1Ped 2,24). Oh, sim, Sabedoria brilhante de Deus, a malícia do diabo não pode travar nenhuma das tuas obras magníficas […]; a amplidão do mal que fizemos não conseguiu prevalecer contra a multidão das tuas misericórdias, contra a imensidão do teu amor, contra a plenitude da tua bondade. Mais ainda, o teu zelo soberano ultrapassou todos os obstáculos, tudo governando com bondade, chegando «com vigor de uma extremidade à outra» do mundo (Sab 8,1). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2013
Publicado por Frei Fernando Maria em 13/12/2013 às 14h02
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