Não sou um perito em palavras, sou apenas, ou talvez queira ser, um ser que ao descobri-las me deixei seduzir por seus encantos femininos e fascinado pelo seu jeito de ser o que são, me tornei o outro lado delas, o verbo vindo do Verbo e me derramei em poesia para confundir aqueles que as usam de qualquer jeito; sem as terem como um tesouro de eternidade.
Com efeito, um ouvido cioso, que tudo ouve, certamente nos pedirá conta de toda palavra inútil que tivermos proferido. Acredite ou não, e isto é também palavra, não escrevo como apologeta; mas como alguém que se enamorou das letras da existência e mais que aparência tornei-me ou torno-me o que sou sempre que falo. E ninguém é igual a mim porque somos únicos, nem por isso somos diferentes quando a língua expressa aquilo que está no coração; neste ponto, “somos o que somos aos olhos de Deus e nada mais”, dependendo apenas do que semeamos com o dizer da nossa existência. Assim sou eu, sem meias-palavras. Agora, para bom entendedor, meia palavra basta! |