29/11/2012 09h56
"NÃO SE PERDERÁ UM SÓ CABELO DE VOSSA CABEÇA".
«NÃO SE PERDERÁ UM SÓ CABELO DA VOSSA CABEÇA»
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja - 10º Sermão sobre o Salmo 118
Em que é que os julgamentos de Deus são justos? No sentido em que é pelo esforço e pelas dificuldades que chegamos à recompensa do céu. Assim como, pelo julgamento dos homens, é atribuída a coroa de um prémio aos atletas que lutam, assim também a palma da vitória é concedida pelo juízo de Deus aos cristãos que combatem (cf 1 Cor 9,25). «Ao que vencer, farei que se sente Comigo no meu trono» diz o Senhor (Ap 3,21). Tal como a prata se purifica pelo fogo, assim também a nossa vida é provada pelo fogo, a fim que a força da nossa virtude se manifeste nos combates. [...] Na verdade, fazemos alguma coisa de especial louvando a Deus no bem-estar, quando nada de desagradável nos perturba? O que é admirável é louvares o juízo de Deus no meio de dificuldades e aflições, não te revoltares nas privações, não permitires que estas te impeçam de louvar a Sua justiça. Quanto maior for a provação, maior o consolo que te está reservado. No entanto, para não caíres, quanto mais estiveres exposto às rudes dificuldades, mais deverás rezar ao Verbo de Deus para que te dê forças. “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela”. (1Cor 10,13). Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 29/11/2012 às 09h56
29/11/2012 09h47
"ERGUEI-VOS E LEVANTAI A CABEÇA, PORQUE APROXIMA-SE A VOSSA REDENDÇÃO".
«ERGUEI-VOS E LEVANTAI A CABEÇA, PORQUE APROXIMA-SE A VOSSA REDENÇÃO»
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja - Discurso sobre o Salmo 95
«Então, todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem para julgar a terra» (Sl 95,12-13). O Senhor veio da primeira vez e virá de novo. Veio da primeira vez «sobre as nuvens» (Mt 26,64), na Sua Igreja. Que nuvens O trouxeram? Os apóstolos, os pregadores. [...] Veio da primeira vez trazido pelos Seus pregadores e encheu toda a terra. Não oponhamos resistência à Sua primeira vinda, se não queremos temer a segunda [...] Que deve, pois fazer o cristão? Aproveitar este mundo, mas não o servir. Em que consiste tal atitude? Em «possuir como se não se possuísse». É o que diz S. Paulo: «Irmãos, o tempo é breve. [...] Desde já, aqueles que choram seja como se não chorassem, os que são felizes, como se o não fossem, os que compram, como se nada possuíssem, os que tiram proveito deste mundo, como se não se aproveitassem dele. Porque este mundo, tal como o vemos, vai passar. Quereria ver-vos livres de toda a preocupação» (1Co 7,29-32). Quem está livre de toda a preocupação espera com segurança a vinda do seu Senhor. Será que se ama o Senhor quando se receia a Sua vinda? Meus irmãos, não nos envergonhamos disso? Amamo-Lo e receamos a Sua vinda? Amamo-Lo verdadeiramente ou amamos mais os nossos pecados? Odiemos, pois os nossos pecados e amemos Aquele que há de vir. [...] «Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» da primeira vez [...] «Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» para julgar a terra. Então, encontrará cheios de alegria, «porque Ele vem», todos os que tiverem acreditado na Sua primeira vinda. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 29/11/2012 às 09h47
17/11/2012 12h52
NÃO PERMITAS QUE O TEU CORAÇÃO SEJA PENETRADO DO QUE LHE É CONTRÁRIO...
NÃO PERMITAS QUE O TEU CORAÇÃO SEJA PENETRADO DO QUE LHE É CONTRÁRIO
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade «No Greater Love», c. 1 «Orai sempre» Somente através da meditação e da leitura espiritual podemos cultivar o dom da oração. A oração mental cresce simultaneamente com a simplicidade, ou seja, o esquecimento de si próprio, a superação do corpo e dos sentidos, e a renovação das aspirações que alimentam a nossa oração. É, como diz São João Maria Vianney, «fechar os olhos, fechar a boca e abrir o coração». Na oração vocal somos nós que falamos com Deus; na oração mental, é Ele que nos fala. É neste momento que Ele se derrama em nós. A nossa oração deve ser feita de palavras quentes, nascidas da fornalha do nosso coração cheio de amor. Nas tuas orações, dirige-te a Deus com grande reverência e confiança. Não te atrases nem te precipites, não grites, nem te entregues ao mutismo, mas com devoção, com grande delicadeza, com toda a simplicidade, sem qualquer afetação, oferece o teu louvor a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma. Finalmente, deixa que o amor de Deus possua inteira e absolutamente o teu coração e deixa esse amor tornar-se no teu coração uma segunda natureza; não permitas que o teu coração seja penetrado do que lhe é contrário; deixa-o aplicar-se continuamente ao crescimento deste amor, procurando agradar a Deus em todas as coisas, não Lhe recusando nada; deixa-o aceitar tudo o que lhe acontece como vindo das mãos de Deus; faz com que esteja firmemente determinado a jamais cometer qualquer ofensa deliberada ou conscientemente – ou, se não, deixa-o humilhar-se e aprender a erguer-se logo a seguir. Então, esse coração estará continuamente em oração. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 17/11/2012 às 12h52
11/11/2012 12h24
"QUERO FAZER-TE LER NO LIVRO DA VIDA, ONDE ESTÁ CONTIDA A CIÊNCIA DA VIDA".
«QUERO FAZER-TE LER NO LIVRO DA VIDA, ONDE ESTÁ CONTIDA A CIÊNCIA DO AMOR». Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja - Manuscrito autobiográfico B, 1 «Ela, da sua penúria, deu tudo quanto possuía»
«Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor». Oh, sim, a ciência do amor! Esta palavra soa-me docemente ao ouvido da alma, e eu não desejo outra coisa; por essa sabedoria, e mesmo tendo dado todas as minhas riquezas, parece-me, como a esposa do Cântico [dos Cânticos], nada ter dado (Ct 8,7) afinal. Compreendo tão bem que só o amor nos pode tornar agradáveis ao Bom Deus, que este amor é o único bem que ambiciono. Jesus compraz-Se em mostrar-me o único caminho que conduz a esta fornalha divina; esse caminho é o abandono da criança que adormece sem receio nos braços do seu Pai. «Quem for simples venha a Mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão (Pr 9,4) e o mesmo Espírito de amor disse ainda que «o pequeno encontrará misericórdia» (Sb 6,6). Em seu nome, o profeta Isaías revelou-nos que, no último dia, o Senhor «é como um pastor que apascenta o rebanho, reúne-o com o cajado na mão, leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias» (Is 40,11). [...] Ah, se todas as almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a mais pequena de todas, a alma da vossa Teresinha, nem uma desesperaria por chegar ao cimo da montanha do amor, pois Jesus não pede grandes ações, pede só abandono e reconhecimento. Ele disse no salmo 49: «Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais; pois são Meus todos os animais dos bosques, e os que se encontram nos altos montes. [...] Honra-Me quem oferece o sacrifício do louvor.» Eis portanto tudo o que Jesus nos exige: Ele não precisa das nossas obras, apenas do nosso amor. Porque este mesmo Deus, que declara não precisar já de nos dizer se tem fome (Sl 49), não hesitou em mendigar um pouco de água à Samaritana (Jo 4,7). Ele tinha sede, [...] tinha sede de amor. Ah, sinto-o como nunca, Jesus está sedento, e só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo. E entre os Seus próprios discípulos, são poucos, ai! Os corações que encontra capazes de a Si se entregarem sem reserva, capazes de compreenderem toda a ternura do Seu amor infinito.
Paz e Bem!
©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 11/11/2012 às 12h24
04/11/2012 13h23
COMO É BELO, MEUS IRMÃOS, O TESTEMUNHA DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA...
COMO É BELO, MEUS IRMÃOS... Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense 3º Sermão para o Advento
“Vós não estais nas trevas para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão” (1 Ts 5, 4) «Prepara-te, Israel, para te encontrares com o teu Deus, porque Ele vai chegar» (Am 4,12). E vós, também, irmãos, «estai preparados, porque à hora que menos pensais virá o Filho do Homem». Nada mais certo do que a Sua vinda, mas nada mais incerto do que o momento dessa vinda. De facto, pertence-nos tão pouco conhecer o tempo ou os momentos que o Pai, no Seu poder, tem fixados, que nem sequer aos anjos que O rodeiam lhes é dado saber o dia ou a hora (At 1,7; Mt 24,36). O nosso último dia virá também: é um fato muito certo. Mas quando, onde e como, isso é muito incerto. Sabemos unicamente, como já se disse antes de nós, que «para os anciãos, ele já se encontra no limiar, enquanto para os jovens está à espreita» (S. Bernardo). [...] Esse dia não deve apanhar-nos de surpresa, não acautelados, como um ladrão durante a noite. [...] Que o temor, permanecendo em vela, nos tenha sempre preparados, até que a segurança se sobreponha ao temor, e não o temor à segurança. «Estarei atento, diz o sábio, para não cometer pecado» (Sl 17,24), já que não posso preservar-me da morte. Ele sabe, de fato, que «o justo, surpreendido pela morte, encontrará descanso» (Sb 4,7); mais ainda, triunfam da morte os que não foram escravos do pecado durante a vida. Como é belo, meus irmãos, não só ter segurança perante a morte, mas também triunfar dela com glória, seguros no testemunho da própria consciência.
Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 04/11/2012 às 13h23
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