![]() 19/07/2014 10h18
EIS AQUI O PERFEITO SACRIFÍCIO DE AMOR...
EIS AQUI O PERFEITO SACRIFÍCIO DE AMOR... Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo (Nn.52-54.58:SCh25 bis,186-188.190)(Séc. IV) Este sacramento, que recebestes, tem por fonte a palavra de Cristo... Vemos que são maiores as obras da graça do que as da natureza. Entre as obras da graça, incluímos a graça da bênção profética. Se a bênção humana teve a força de mudar a natureza, que diremos da própria consagração divina, em que agem as palavras mesmas do Senhor e Salvador? Porque este sacramento que recebes se realiza pela palavra de Cristo. Se tanto pôde a palavra de Elias que fez o fogo descer do céu, não terá a palavra de Cristo o poder de mudar a substância dos elementos? Já leste acerca da criação do mundo inteiro que ele falou e tudo foi feito, ele ordenou e tudo foi criado. Portanto a palavra de Cristo, que pôde do nada fazer o que não era, não poderá mudar o que existe para aquilo que não era? Dar novas naturezas às coisas não é menos do que mudá-las. Mas, por que apresentamos argumentos? Voltemo-nos para seus exemplos, confirmemos pelos mistérios da encarnação a verdade do mistério. Acaso, quando Jesus nasceu de Maria, foi observada a natureza comum? Normalmente, a mulher concebe pela união com o homem. Está, portanto, bem claro que a Virgem gerou fora da ordem natural. E este que consagramos é o corpo que proveio da Virgem. Por que exiges aqui que seja segundo a natureza, quando foi além da natureza que da Virgem se deu o nascimento do mesmo Senhor Jesus? É realmente a verdadeira carne de Cristo que foi crucificada, sepultada; é verdadeiramente o sacramento desta carne. O próprio Senhor Jesus declara: Isto é o meu corpo. Antes da bênção das palavras celestes era outra realidade; depois da consagração, entende-se o corpo. Ele mesmo diz que é seu sangue. Antes da consagração é outra coisa; depois da consagração, chama-se sangue. E tu dizes: “Amém”; o que quer dizer: “É verdade”. Confesse o nosso interior o que proclamam os lábios, sinta o afeto o que a palavra soa. Vendo tão grande graça, a Igreja exorta seus filhos, exorta os amigos a que acorram ao sacramento: Comei, amigos meus, bebei e inebriai-vos, meus irmãos. O que comemos, o que bebemos, o Espírito Santo pelo Profeta o exprimiu: Provai e vede, como é suave o Senhor; feliz de quem nele confia. Neste sacramento está Cristo porque é o corpo de Cristo. Não é, por conseguinte, alimento corporal, mas espiritual. O Apóstolo, falando da sua figura, dizia: Nossos pais comeram o pão espiritual e beberam da bebida espiritual. O corpo de Deus é corpo espiritual; o corpo de Cristo é corpo do espírito divino, porque Cristo é espírito, como lemos: O Espírito diante de nossa face, o Cristo Senhor. E na carta de São Pedro encontramos: E Cristo morreu por vós. Por fim este pão fortalece o nosso coração e esta bebida alegra o coração do homem; assim nos lembra o Profeta. Paz e Bem!
A graça de Deus sobrepõe a natureza, a isso no momento da consagração, chamamos de transubstanciação...Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 19/07/2014 às 10h18
11/07/2014 09h27
QUE NADA ABSOLUTAMENTE SE ANTEPONHA A CRISTO, QUE SE DIGNA CONDUZIR-NOS À POSSE DA VIDA ETERNA...
QUE NADA ABSOLUTAMENTE SE ANTEPONHA A CRISTO, QUE SE DIGNA CONDUZIR-NOS À POSSE DA VIDA ETERNA. Pio XII, papa de 1939 a 1958 - Encíclica «Fulgens radiatur», de 21/03/1947 Com efeito, enquanto nessa escura e convulsionada época da história o cultivo da terra, o amor do trabalho e da arte, o estudo das ciências e das letras, tanto religiosas como profanas, eram lançados, por uma espécie de desdém geral e sintomático, ao abandono, dos mosteiros beneditinos sai uma plêiade luminosa de agricultores, de artistas, de sábios, que nos salvaram incólumes os monumentos da velha literatura, conciliaram os velhos e os novos povos, em guerras constantes, reduzindo-os da barbárie renascente, das correrias, do saque, à moderação da moral humana e cristã, à abnegação do trabalho, à luz da verdade; reconstituíram, enfim, uma civilização enformada nos princípios do Evangelho. Isso, porém, não é tudo. A base, a diretriz, por assim dizer, suprema de toda a vida beneditina é que todo trabalho, seja ele qual for, intelectual ou manual, seja, antes de mais, para o monge, veículo que o eleve a Jesus Cristo e centelha que o inflame no seu amor perfeitíssimo. Não podem, com efeito, as coisas da terra, nem do universo, satisfazer as exigências espirituais do homem, que Deus criou para Si. […] Por essa razão, é absolutamente necessário que nada se anteponha ao amor de Cristo, que nada nos seja mais caro que o seu amor, que, numa palavra, nada absolutamente se anteponha a Cristo, que Se digna conduzir-nos à posse da vida eterna. A este ardentíssimo amor de Jesus Cristo é necessário que corresponda o amor do próximo, porque a todos, indistintamente, devemos o ósculo fraterno da paz e o tributo solícito do nosso arrimo. Donde, enquanto a intriga e o ódio convulsionavam e lançavam os povos nos campos de batalha e, nessa confusão cósmica dos homens e das coisas, erguiam ao alto o facho sangrento da morte, do roubo, da miséria e das lágrimas, Bento legava a seus filhos este preceito santíssimo: «Ponha-se particular cuidado e solicitude no recebimento dos pobres e viajantes estrangeiros, porque é na pessoa destes que principalmente se recebe a Cristo»; e «todos os hóspedes que se apresentarem no mosteiro se recebam como se fossem Cristo, porque Ele há de dizer: fui hóspede e recebeste-me» (Mt 25,35). E mais ainda: «antes de tudo, haja o maior cuidado no tratamento dos doentes, sirvam-se com tal diligência como se fossem realmente Cristo, porque Ele disse: estive doente e me viestes visitar» (v. 36). Paz e Bem! “A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo”. (Tg 1,27). Publicado por Frei Fernando Maria em 11/07/2014 às 09h27
09/07/2014 06h41
RESISTI À TENTAÇÃO DA NEGAÇÃO DE DEUS...
RESISTI À TENTAÇÃO DA NEGAÇÃO DE DEUS, POIS O MUNDO QUE NÃO O CONHECE... Papa Francisco Audiência geral de 10/04/2013(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev) «Proclamai que o Reino do Céu está perto» Devemos ter a coragem da fé, sem nos deixarmos conduzir pela mentalidade que nos diz: «Deus não é útil, não é importante para ti», e assim por diante. É precisamente o contrário: […] Deus é a nossa força! Deus é a nossa esperança! Caros irmãos e irmãs, nós somos os primeiros que devemos ter bem firme em nós esta esperança e dela devemos ser um sinal visível, claro e luminoso para todos. […] A nossa esperança de cristãos é forte, certa e sólida nesta terra, onde Deus nos chamou a caminhar, e está aberta à eternidade porque se funda em Deus, que é sempre fiel. Não devemos esquecer: Deus é sempre fiel; Deus é sempre fiel para conosco. Ressuscitar com Cristo mediante o Baptismo (Rom 6,4), com o dom da fé, para uma herança que não se corrompe (1Ped 1,4), leva-nos a procurar em maior medida as realidades de Deus […]. Ser cristão não se reduz a seguir mandamentos, mas significa permanecer em Cristo, pensar como Ele, agir como Ele, amar como Ele; significa deixar que Ele tome posse da nossa vida e que a mude, transforme e liberte das trevas do mal e do pecado. Prezados irmãos e irmãs, a quantos nos perguntarem a razão da nossa esperança (1Ped 3, 15), indiquemos Cristo ressuscitado. Indiquemo-Lo com o anúncio da Palavra, mas, sobretudo com a nossa vida de ressuscitados. Manifestemos a alegria de ser filhos de Deus, a liberdade que nos permite viver em Cristo, que é a verdadeira liberdade, aquela que nos salva da escravidão do mal, do pecado e da morte! Contemplemos a Pátria celeste, e teremos uma luz e força renovadas, também no nosso compromisso e nas nossas labutas diárias. É um serviço precioso, o qual devemos prestar a este nosso mundo, que muitas vezes já não consegue elevar o olhar, já não consegue olhar para Deus. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 09/07/2014 às 06h41
29/06/2014 10h42
SÃO PEDRO E SÃO PAULO, COLUNAS DA IGREJA
SÃO PEDRO E SÃO PAULO, COLUNAS DA IGREJA Santo Aelredo de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense - Sermão 18, para a festa de São Pedro e São Paulo; PL 195, 298 «Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja» «Trema a Terra com todos os seus habitantes, Eu mesmo firmei as suas colunas» (Sl 75,4). Todos os apóstolos são pilares da Terra, mas em primeiro lugar os dois cuja festa celebramos. Eles são as duas colunas que sustentam a Igreja através do seu ensino, da sua oração e do exemplo da sua constância. Foi o próprio Senhor que fortaleceu essas colunas; porque inicialmente eles eram fracos, incapazes de se aguentarem e de ampararem os outros. E aqui aparece o grande desígnio do Senhor: se tivessem sido sempre fortes, poder-se-ia pensar que a sua força vinha deles mesmos. Por isso, antes de os fortalecer, o Senhor quis mostrar do que eles eram capazes, para que todos saibam que a sua força vem de Deus. […] Pedro foi lançado por terra pela voz de uma simples criada […]; a outra coluna também foi muito fraca: «apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente» (1Tim 1,13). […] É por isso que devemos louvar de todo o coração estes santos, nossos pais, que sofreram muito pelo Senhor e que perseveraram com tanta fortaleza. Não custa nada perseverar na alegria, na felicidade e na paz; ser grande é ser apedrejado, flagelado, açoitado por Cristo (2Cor 11,25), e perseverar com Cristo. É grande ser amaldiçoado e abençoar como Paulo, ser perseguido e suportar, ser caluniado e consolar, ser como o lixo do mundo e disso tirar glória (1Cor 4,12-13). […] E que dizer de Pedro? Mesmo que ele não tivesse suportado nada por Cristo, bastar-nos-ia, para hoje o celebrarmos, ter sido crucificado por Ele. […] Ele bem sabia onde estava Aquele a quem amava, Aquele que desejava […]: a sua cruz foi o seu caminho para o céu. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 29/06/2014 às 10h42
26/06/2014 10h44
SENHOR, TU ÉS NOSSA ÚNICA SEGURANÇA, POR ISSO, TODOS OS QUE ESPERAM EM TI TÊM A TUA PROTEÇÃO...
SENHOR, TU ÉS NOSSA ÚNICA SEGURANÇA, POR ISSO, TODOS OS QUE TE SEGUEM TEM A TUA PROTEÇÃO... São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja - Discurso 26 Edificados sobre a Rocha Certa noite, andava eu a passear à beira-mar e, como diz a Escritura, «soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se» (Jo 6,18). As vagas elevavam-se ao longe e invadiam a praia, batendo nos rochedos, desfazendo-se e transformando-se em espuma e em gotículas. Os seixos pequenos, as algas e as conchas mais leves eram arrastados pelas águas e atirados para a praia, mas os rochedos permaneciam firmes e inabaláveis, como se tudo estivesse calmo, mesmo no meio das vagas que os assolavam. […] Retirei uma lição desse espetáculo. Esse mar não será a nossa vida e a condição humana? Também aqui se encontra muita amargura e instabilidade. E não serão como os ventos as tentações que nos assolam e todos os golpes imprevistos da vida? Era nisso, segundo penso, que meditava David quando clamava: «Salva-me, ó Deus, porque as águas quase me submergem; estou a afundar-me num lamaçal profundo, não tenho ponto de apoio; entrei no abismo de águas sem fundo e a corrente está a arrastar-me» (Sl 69,2ss). Entre as pessoas que são postas à prova, umas parecem-me objetos ligeiros e sem vida que se deixam levar sem oferecer a mínima resistência; não têm nenhuma firmeza em si; não têm o contrapeso duma razão sábia que lute contra os assaltos. Outras me parecem rochedos, dignas dessa Rocha sobre a qual fomos edificados e que adoramos; formadas nos raciocínios da verdadeira sabedoria, elevam-se acima da fraqueza comum e tudo suportam com uma constância inabalável. Paz e Bem! PS: “Considerai que é suma alegria, meus irmãos, quando passais por diversas provações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma”. (Tg 1,2-4). Publicado por Frei Fernando Maria em 26/06/2014 às 10h44
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