![]() 21/05/2011 10h21
HUMILDADE DIVINA
HUMILDADE DIVINA São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas - Conferência proferida em 02/5/1659 «Quem crê em Mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas» Nosso Senhor disse: «Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5,3); deste modo, a Sabedoria eterna mostra quanto os trabalhadores do evangelho devem evitar a magnificência das ações e das palavras e assumir uma maneira de agir e de falar humilde, fácil e comum. É o demônio que nos entrega a essa tirania de querer ter sucesso e que, ao ver-nos executar uma tarefa com simplicidade, nos diz: «Eis uma coisa baixa; isto é demasiado banal e muito indigno da majestade cristã». Armadilha do demônio! Tomai cuidado, Senhores, renunciai a essas vaidades. [...] Tende presente os modos de Nosso Senhor, tão humilde e tão adverso a isso. Ele poderia dar um grande realce às Suas obras e uma potência soberana às Suas palavras, mas não o fez. «Vós fareis, dizia aos Seus discípulos, as obras que Eu realizo; e fareis obras maiores do que estas.» Mas, Senhor, porque quereis que, ao fazer o que haveis feito, façam mais que Vós? É que Nosso Senhor quer deixar-Se ultrapassar nas ações públicas, para Se distinguir nas humildes e secretas; Ele deseja os frutos do Evangelho e não os barulhos do mundo; e, para isso, fez mais por meio dos Seus servidores do que por Si mesmo. Ele quis que São Pedro convertesse de uma vez três mil e de outra cinco mil pessoas (Cf. At 2,41; 4,4), e que toda a terra fosse iluminada pelos apóstolos. Quanto a Ele, embora tenha sido a luz do mundo (Cf. Jo 8,12), só pregou em Jerusalém e nos arredores, e pregou aí sabendo que obteria menos resultados que noutros lugares. [...] Fez, pois, poucas coisas, e os Seus pobres discípulos, ignorantes e grosseiros, animados pela Sua força, fizeram mais que Ele. Por quê? Foi porque Ele quis ser humilde naquilo que fez. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 21/05/2011 às 10h21
20/05/2011 11h48
EIS O SEGREDO DOS SEGREDOS
EIS O SEGREDO DOS SEGREDOS São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja - Itinerário da mente para Deus, VII, 1-2, 4, 6 «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» Aquele que volta propositada e completamente os olhos para Cristo ao vê-Lo pregado na cruz, com fé, esperança e caridade, devoção, admiração, regozijo, reconhecimento, elogio e júbilo, esse celebra a Páscoa com Ele, ou seja, põe-se a caminho para atravessar o Mar Vermelho graças à bengala da cruz (Cf Ex 14,16). Ao deixar o Egito, entra no deserto para aí provar o «maná escondido» (Ap 2,17) e repousar com Cristo no túmulo, exteriormente como morto, mas experimentando – na medida em que os seus progressos lho permitem – o que foi dito na cruz ao malfeitor companheiro de Cristo: «Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso» (Lc 23,43). [...] Nesta travessia, se queremos ser perfeitos, importa abandonar toda a especulação intelectual. Qualquer ponta de desejo deve ser transportada e transformada em Deus. Eis o segredo dos segredos, que «ninguém conhece exceto aquele que o recebe» (Ap 2,17). [...] Se procuras saber como é que isto se produz, interroga a graça e não o saber, a tua aspiração profunda e não o teu intelecto, o gemido da tua prece e não a tua paixão pela leitura. Interroga o Esposo e não o professor, Deus e não o homem. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 20/05/2011 às 11h48
17/05/2011 08h15
A VISÃO DA ALMA QUE AMA A DEUS
A VISÃO DA ALMA QUE AMA A DEUS Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja - Sobre a Trindade I, 13, 30-31 «Até quando nos deixarás na incerteza?» Sendo igual ao Pai, o Filho de Deus não recebeu o poder de julgar, mas tem-no em comum com o Pai. Recebeu-o de modo a que os bons e os maus O vejam julgar, porque Ele é o Filho do Homem. O Filho do Homem será dado a ver também aos perversos, mas a visão da Sua divindade será dada apenas aos puros de coração, porque estes verão a Deus (Mt 5,8). O que é a vida eterna, se não esta visão, que será negada aos ímpios? «Esta é a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste» (Jo 17,3). Como conhecerão o próprio Jesus Cristo, senão como único Deus verdadeiro, Ele que Se revelará a todos? Ele apresentar-Se-á cheio de bondade à vista dos corações puros. «Como Deus é bom para Israel, para os que têm coração puro!» (Sl 72,1). Só Deus é bom. Eis a razão porque alguém que chamou ao Senhor «bom mestre», pedindo-Lhe conselho para chegar à vida eterna, suscitou esta resposta: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,17-18). É que este homem que O interrogou não suspeitava a Quem se dirigia e tomou-O simplesmente por um filho de homem. [...] «Este aspecto de que Me revisto é o aspecto do Filho do Homem, aquele que foi assumido, aquele que aparecerá aquando do juízo final, tanto aos ímpios como aos justos. [...] Mas há uma visão da Minha condição divina; quando a tive, não prevaleci do fato de tal condição Me tornar igual a Deus, antes Me aniquilei a Mim mesmo para assumir a outra condição» (Fil 2,6-7). Por conseguinte Ele, o Deus único, Pai, Filho, Espírito Santo, aparecerá apenas para alegria permanente dos justos. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 17/05/2011 às 08h15
13/05/2011 10h02
"MEU IRMÃO, MINHA IRMÃ E MINHA MÃE"
Concílio Vaticano II Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 61-62 «Todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe». A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade em simultâneo com a encarnação do Verbo, por disposição da Divina Providência foi na terra a nobre Mãe do Divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É, por esta razão, nossa Mãe na ordem da graça. Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção. [...] De fato, depois de elevada ao céu, não abandona esta missão salvadora mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida com amor maternal dos irmãos do seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. [...] Nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas, que participam dessa única fonte. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 13/05/2011 às 10h02
11/05/2011 13h20
ESTA É, POIS, A VONTADE DO MEU PAI...
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Carta Apostólica «Novo Millennio Inuente», §§16-17 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)
«Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e n'Ele crê tenha a vida eterna»
«Queríamos ver a Jesus» (Jo 12,21). Este pedido, feito ao apóstolo Filipe por alguns gregos que tinham ido em peregrinação a Jerusalém por ocasião da Páscoa, ecoou espiritualmente também aos nossos ouvidos. [...] Como aqueles peregrinos de há dois mil anos, os homens do nosso tempo, talvez sem se darem conta, pedem aos crentes de hoje não só que lhes «falem» de Cristo, mas também que de certa forma Lho façam «ver». E não é porventura a missão da Igreja refletir a luz de Cristo em cada época da história, e por conseguinte fazer resplandecer o Seu rosto também diante das gerações do novo milénio?
Mas o nosso testemunho seria excessivamente pobre, se não fôssemos primeiro contemplativos do Seu rosto. [...] A contemplação do rosto de Cristo não pode inspirar-se senão naquilo que se diz d'Ele na Sagrada Escritura, que está, do princípio ao fim, permeada pelo Seu mistério; este aparece obscuramente esboçado no Antigo Testamento e revelado plenamente no Novo [...]. Permanecendo ancorados na Sagrada Escritura, abrimo-nos à ação do Espírito (cf Jo 15,26), que está na origem dos seus livros, e simultaneamente ao testemunho dos Apóstolos (cf Jo 15,27), que fizeram a experiência viva de Cristo, o Verbo da vida: viram-No com os seus olhos, escutaram-No com os seus ouvidos, tocaram-No com as suas mãos (cf 1 Jo 1,1). Por seu intermédio, chega-nos uma visão de fé, sustentada por um testemunho histórico concreto.
Paz e Bem!
©Evangelizo.org 2001-2010
Publicado por Frei Fernando Maria em 11/05/2011 às 13h20
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