FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
27/03/2009 16h28
ONDE ESTÁS?
São João da Cruz (1542-1591), Carmelita,  Doutor da Igreja
Cântico Espiritual, estrofe 1 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 1218)

«Procuravam, então, prendê-Lo, mas ninguém Lhe deitou a mão»

Onde Te escondeste, meu Bem-Amado,
Deixando-me num gemido constante?
Fugiste, qual veado,
Havendo-me ferido; Por ti
Clamando, eu fui. Ah, em vão Te segui!

«Onde Te escondeste?» É como se a alma dissesse: «Verbo, Esposo meu, mostra-me o lugar da Tua morada.» O que equivale a pedir-Lhe que manifeste a Sua divina essência, porque «o lugar da morada do Filho de Deus», diz-nos São João, «está no seio do Pai» (Jo 1,18) ou, falando noutros termos, é a essência divina, invisível a todo o olhar mortal, impenetrável a todo o entendimento humano. Isaías, dirigindo-se a Deus, diz-Lhe: «Na verdade Vós sois um Deus escondido» (Is 45, 15).

Por isso, é de notar que, por muito íntimas que sejam as comunicações, por muito sublime que possa ser o conhecimento que uma alma tenha de Deus nesta vida, o que ela percebe não é a essência de Deus e nada tem de comum com Ele. Na realidade, Deus está sempre escondido da nossa alma. Quaisquer que sejam as maravilhas que lhe sejam desveladas, a alma deve sempre tê-Lo por escondido e procurá-Lo em sua morada, dizendo: «Onde Te escondeste?»

De facto, nem a comunicação sublime nem a presença sensível são testemunho seguro da favorável presença de Deus numa alma, nem a secura e a carência de tais dons serão um indício da Sua ausência. É o que nos diz o profeta Job: «Passa diante de mim e eu não O vejo, afasta-Se de mim e não me apercebo» (Job 9, 11).

Devemos daqui tirar um ensinamento. Se uma alma for favorecida com sublimes comunicações, conhecimentos e sentimentos espirituais, não deve nunca persuadir-se de que possui a Deus ou que vê clara e essencialmente a Deus, nem que esses dons signifiquem ter mais a Deus ou estar mais em Deus do que os outros; da mesma forma, se todas estas comunicações sensíveis e espirituais vierem a faltar-lhe deixando-a na aridez, nas trevas e no desamparo, não deve ela nunca pensar que nesse estado Deus lhe falta [...].

O principal intento da alma, neste verso, não é pois pedir devoção afectuosa e sensível, que não dá certeza nem evidência da posse do Esposo nesta vida: ela reclama a presença e a clara visão da Sua essência, que quer fruir, de maneira firme e segura, na outra vida.

Paz e Bem!

©Evangelizo.org 2001-2009
 


Publicado por Frei Fernando Maria em 27/03/2009 às 16h28
 
24/03/2009 12h35
MARIA EXEMPLO DE VIDA DE ORAÇÃO E SANTIDADE

Maria é a mulher-oração perfeita, porque ela é também aquela que sabe ouvir a Deus em seu silêncio sagrado e nesse silêncio se une ao Altíssimo com todo o seu querer para fazer somente aquilo que é do seu agrado.
 
Em outras palavras, a Virgem mantém-se em perfeita comunhão com a vontade de Deus Pai, pois, seu Filho amado é o elo perfeito que a introduz pelo Espírito Santo no seio da Santíssima Trindade; desse modo, ela absorve tudo o que pertence à Trindade; como a planta que vive da seiva que recebe da fecundidade do solo e dá frutos no tempo devido.
 
Por isso, ela é nossa intercessora por se encontrar plenamente em Deus Uno, dando frutos em nosso favor, que são as graças que por seu intermédio recebemos.
 
Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 24/03/2009 às 12h35
 
22/03/2009 22h31
É NECESSÁRIO...
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, Doutor da Igreja
Sermão atribuído a Santo Efrém, Sobre a Penitência (trad. Ir Isabelle de la Source, Lire la Bible, Mediaspaul 1990, t. 2, p. 143)

«É necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que Nele crê tenha a vida eterna»

Quando o povo pecou no deserto (Nm 21, 5ss.), Moisés, que era profeta, ordenou aos israelitas que fixassem uma serpente a uma cruz, ou seja, que matassem o pecado. [...] Eles tinham de olhar para a serpente, porque fora por meio de serpentes que os filhos de Israel tinham sido castigados.

E por que razão o foram por meio de serpentes? Porque tinham renovado a conduta dos nossos primeiros pais. Adão e Eva tinham ambos pecado, comendo o fruto da árvore; os israelitas tinham murmurado por causa da comida.

Proferir queixas porque não se tem legumes é o cúmulo da murmuração. O salmo atesta: «Eles revoltaram-se contra o Altíssimo no deserto» (Sl 77, 17). Ora, também no Paraíso tinha sido a serpente a dar início à murmuração. [...]

Os filhos de Israel aprenderiam assim que a mesma serpente que tinha conspirado para levar a morte a Adão conspirara igualmente para os matar a eles. Por isso, Moisés suspendeu-a em um madeiro, a fim de que, ao vê-la, eles fossem conduzidos, por semelhança, a recordar-se da árvore.

Com efeito, aqueles que para ela voltavam os seus olhos eram salvos, não por causa da serpente, naturalmente, mas por se terem convertido.
Olhando para a serpente, recordavam-se dos seus pecados. Por terem sido mordidos, arrependiam-se e voltavam a ser salvos.

A sua conversão transformava o deserto em morada de Deus; o povo pecador tornava-se, pela penitência, uma assembleia eclesial e, melhor ainda, apesar de si mesmo, adorava a cruz.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 22/03/2009 às 22h31
 
18/03/2009 11h52
POR QUE TE INQUIETAS?
POR QUE TE INQUIETAS?

“Por que te inquietas com o juízo dos homens e que te importam seus vãos pensamentos? Eles vêem quando muito, o exterior; seus olhos não penetram no fundo da alma, onde estão escondidos o bem e o mal.


Não te aflijas, pois se eles te condenarem, nem te ensoberbeças se te louvarem. Prostra-te, porém diante de Deus e dize-lhe: "Se perscrutares, Senhor, nossas iniqüidades quem poderá estar em vossa presença?" (S 129,3).


Imitação de Cristo - Terceiro Livro Capítulo XXXIV.


Publicado por Frei Fernando Maria em 18/03/2009 às 11h52
 
17/03/2009 12h00
ORAÇÃO
A oração é o dom mediante o qual alcançamos a Deus em Sua infinita Bondade. Por ela nos exercitamos nas virtudes do Espírito Santo e temos acesso ao Senhor pelas graças que Ele mesmo nos concede. Orar é buscar as forças divinas para a santificação de nossas almas, para nos atermos seguros em meio à insegurança deste mundo.
 
Quem faz de sua vida oração, faz de seu viver um viver santo para Deus; porque faz tudo baseado em Sua Vontade, mantendo o diálogo permanente com Ele que está sempre presente interagindo conosco para nos conduzir à Plenitude da salvação.
 
O maior desejo de alma que temos é a visão beatífica de Deus, perdida pelo homem quando pecou no paraíso. Quem tem vida de oração, tem vida de comunhão com o Senhor e se mantém na Sua presença contemplando Sua Divina Face, gozando de Sua Santa Amizade.
 
Jesus nos ensinou que devemos orar sempre sem nunca deixar de fazê-lo, pois na oração encontramos alento para nossas almas e conforto para nossa vida; por ela cumprimos a Vontade de Deus.
 
Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 17/03/2009 às 12h00



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