FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
29/11/2012 09h47
"ERGUEI-VOS E LEVANTAI A CABEÇA, PORQUE APROXIMA-SE A VOSSA REDENDÇÃO".

 

«ERGUEI-VOS E LEVANTAI A CABEÇA, PORQUE APROXIMA-SE A VOSSA REDENÇÃO»

 

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja - Discurso sobre o Salmo 95

 

«Então, todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem para julgar a terra» (Sl 95,12-13). O Senhor veio da primeira vez e virá de novo. Veio da primeira vez «sobre as nuvens» (Mt 26,64), na Sua Igreja. Que nuvens O trouxeram? Os apóstolos, os pregadores. [...] Veio da primeira vez trazido pelos Seus pregadores e encheu toda a terra. Não oponhamos resistência à Sua primeira vinda, se não queremos temer a segunda [...]

Que deve, pois fazer o cristão? Aproveitar este mundo, mas não o servir. Em que consiste tal atitude? Em «possuir como se não se possuísse». É o que diz S. Paulo: «Irmãos, o tempo é breve. [...] Desde já, aqueles que choram seja como se não chorassem, os que são felizes, como se o não fossem, os que compram, como se nada possuíssem, os que tiram proveito deste mundo, como se não se aproveitassem dele. Porque este mundo, tal como o vemos, vai passar. Quereria ver-vos livres de toda a preocupação» (1Co 7,29-32). Quem está livre de toda a preocupação espera com segurança a vinda do seu Senhor. Será que se ama o Senhor quando se receia a Sua vinda? Meus irmãos, não nos envergonhamos disso? Amamo-Lo e receamos a Sua vinda? Amamo-Lo verdadeiramente ou amamos mais os nossos pecados? Odiemos, pois os nossos pecados e amemos Aquele que há de vir. [...]

«Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» da primeira vez [...] «Todas as árvores da floresta saltarão de alegria diante do Senhor, porque Ele vem» para julgar a terra. Então, encontrará cheios de alegria, «porque Ele vem», todos os que tiverem acreditado na Sua primeira vinda.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 29/11/2012 às 09h47
 
17/11/2012 12h52
NÃO PERMITAS QUE O TEU CORAÇÃO SEJA PENETRADO DO QUE LHE É CONTRÁRIO...

 

NÃO PERMITAS QUE O TEU CORAÇÃO SEJA PENETRADO DO QUE LHE É CONTRÁRIO

 

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade «No Greater Love», c. 1

«Orai sempre»

Somente através da meditação e da leitura espiritual podemos cultivar o dom da oração. A oração mental cresce simultaneamente com a simplicidade, ou seja, o esquecimento de si próprio, a superação do corpo e dos sentidos, e a renovação das aspirações que alimentam a nossa oração. É, como diz São João Maria Vianney, «fechar os olhos, fechar a boca e abrir o coração». Na oração vocal somos nós que falamos com Deus; na oração mental, é Ele que nos fala. É neste momento que Ele se derrama em nós.

A nossa oração deve ser feita de palavras quentes, nascidas da fornalha do nosso coração cheio de amor. Nas tuas orações, dirige-te a Deus com grande reverência e confiança. Não te atrases nem te precipites, não grites, nem te entregues ao mutismo, mas com devoção, com grande delicadeza, com toda a simplicidade, sem qualquer afetação, oferece o teu louvor a Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma.

Finalmente, deixa que o amor de Deus possua inteira e absolutamente o teu coração e deixa esse amor tornar-se no teu coração uma segunda natureza; não permitas que o teu coração seja penetrado do que lhe é contrário; deixa-o aplicar-se continuamente ao crescimento deste amor, procurando agradar a Deus em todas as coisas, não Lhe recusando nada; deixa-o aceitar tudo o que lhe acontece como vindo das mãos de Deus; faz com que esteja firmemente determinado a jamais cometer qualquer ofensa deliberada ou conscientemente – ou, se não, deixa-o humilhar-se e aprender a erguer-se logo a seguir. Então, esse coração estará continuamente em oração.

Paz e Bem!


Publicado por Frei Fernando Maria em 17/11/2012 às 12h52
 
11/11/2012 12h24
"QUERO FAZER-TE LER NO LIVRO DA VIDA, ONDE ESTÁ CONTIDA A CIÊNCIA DA VIDA".

 

«QUERO FAZER-TE LER NO LIVRO DA VIDA, ONDE ESTÁ CONTIDA A CIÊNCIA DO AMOR».

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja - Manuscrito autobiográfico B, 1

«Ela, da sua penúria, deu tudo quanto possuía»

 

«Quero fazer-te ler no livro da vida, onde está contida a ciência do Amor». Oh, sim, a ciência do amor! Esta palavra soa-me docemente ao ouvido da alma, e eu não desejo outra coisa; por essa sabedoria, e mesmo tendo dado todas as minhas riquezas, parece-me, como a esposa do Cântico [dos Cânticos], nada ter dado (Ct 8,7) afinal. Compreendo tão bem que só o amor nos pode tornar agradáveis ao Bom Deus, que este amor é o único bem que ambiciono.

Jesus compraz-Se em mostrar-me o único caminho que conduz a esta fornalha divina; esse caminho é o abandono da criança que adormece sem receio nos braços do seu Pai. «Quem for simples venha a Mim», disse o Espírito Santo pela boca de Salomão (Pr 9,4) e o mesmo Espírito de amor disse ainda que «o pequeno encontrará misericórdia» (Sb 6,6). Em seu nome, o profeta Isaías revelou-nos que, no último dia, o Senhor «é como um pastor que apascenta o rebanho, reúne-o com o cajado na mão, leva os cordeiros ao colo e faz repousar as ovelhas que têm crias» (Is 40,11). [...]

Ah, se todas as almas fracas e imperfeitas sentissem o que sente a mais pequena de todas, a alma da vossa Teresinha, nem uma desesperaria por chegar ao cimo da montanha do amor, pois Jesus não pede grandes ações, pede só abandono e reconhecimento. Ele disse no salmo 49: «Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais; pois são Meus todos os animais dos bosques, e os que se encontram nos altos montes. [...] Honra-Me quem oferece o sacrifício do louvor.»

Eis portanto tudo o que Jesus nos exige: Ele não precisa das nossas obras, apenas do nosso amor. Porque este mesmo Deus, que declara não precisar já de nos dizer se tem fome (Sl 49), não hesitou em mendigar um pouco de água à Samaritana (Jo 4,7). Ele tinha sede, [...] tinha sede de amor. Ah, sinto-o como nunca, Jesus está sedento, e só encontra ingratos e indiferentes entre os discípulos do mundo. E entre os Seus próprios discípulos, são poucos, ai! Os corações que encontra capazes de a Si se entregarem sem reserva, capazes de compreenderem toda a ternura do Seu amor infinito.

 

Paz e Bem!

 

        ©Evangelizo.org 2001-2012


Publicado por Frei Fernando Maria em 11/11/2012 às 12h24
 
04/11/2012 13h23
COMO É BELO, MEUS IRMÃOS, O TESTEMUNHA DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA...

 

COMO É BELO, MEUS IRMÃOS...

Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense

3º Sermão para o Advento

 

“Vós não estais nas trevas para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão” (1 Ts 5, 4)

«Prepara-te, Israel, para te encontrares com o teu Deus, porque Ele vai chegar» (Am 4,12). E vós, também, irmãos, «estai preparados, porque à hora que menos pensais virá o Filho do Homem». Nada mais certo do que a Sua vinda, mas nada mais incerto do que o momento dessa vinda. De facto, pertence-nos tão pouco conhecer o tempo ou os momentos que o Pai, no Seu poder, tem fixados, que nem sequer aos anjos que O rodeiam lhes é dado saber o dia ou a hora (At 1,7; Mt 24,36).

O nosso último dia virá também: é um fato muito certo. Mas quando, onde e como, isso é muito incerto. Sabemos unicamente, como já se disse antes de nós, que «para os anciãos, ele já se encontra no limiar, enquanto para os jovens está à espreita» (S. Bernardo). [...] Esse dia não deve apanhar-nos de surpresa, não acautelados, como um ladrão durante a noite. [...]

Que o temor, permanecendo em vela, nos tenha sempre preparados, até que a segurança se sobreponha ao temor, e não o temor à segurança. «Estarei atento, diz o sábio, para não cometer pecado» (Sl 17,24), já que não posso preservar-me da morte. Ele sabe, de fato, que «o justo, surpreendido pela morte, encontrará descanso» (Sb 4,7); mais ainda, triunfam da morte os que não foram escravos do pecado durante a vida. Como é belo, meus irmãos, não só ter segurança perante a morte, mas também triunfar dela com glória, seguros no testemunho da própria consciência.

 

Paz e Bem!

        ©Evangelizo.org 2001-2012


Publicado por Frei Fernando Maria em 04/11/2012 às 13h23
 
01/11/2012 17h47
A VIRTUDE DA HUMILDADE

 

A VIRTUDE DA HUMILDADE

 

Para se fazer a vontade de Deus é preciso antes de tudo ser humilde, “pobre de espírito” como pediu Jesus.

A Igreja, sempre iluminada e assistida pelo Espírito Santo, em sua experiência bimilenar, nos ensina que os piores pecados são aqueles que ela chama de “capitais”. Capital vem do latim “caput”, que quer dizer cabeça. São pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros.

Assim como, por exemplo, a capital de um estado ou de um país, é de onde procedem as ordens, decisões e comandos, assim também, desses pecados “cabeças”, nascem muitos outros. Por isso eles sempre mereceram, por parte da Igreja, uma atenção especial. São sete: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça.Houve um santo que disse que, se a cada ano vencêssemos um desses sete pecados, ao fim de sete anos, seríamos santos. Portanto, vale a pena refletir sobre eles, a fim de rejeitá-los, com o auxílio da graça de Deus e de nossa vontade. O primeiro, e sem dúvida o pior de todos, é a soberba. É o pior porque foi exatamente o que levou os anjos maus  a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal.

A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a geradora dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma, pensa, melancolicamente, que é a própria autora daquilo que tem ou que faz de bom, e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai  das luzes” (Tg 1,17).

O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus, já que Ele é o autor de toda graça.

A soberba é o oposto da humildade. Essa palavra vem de “humus”, daquilo que se acha na terra, pó. O humilde, é aquele que reconhece o seu “nada”, a sua contingência, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a terra, a sua glória, como dizia santo Irineu.

Foi a soberba que perdeu a humanidade, foi a humildade que a salvou. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, garante que: “Toda a vitória do Salvador dominando o demônio e o mundo, foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”

Adão e Eva sendo criaturas quiseram “ser como deuses” (Gn 3,5), Jesus, sendo Deus, fez-se como a criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Jesus foi vivida na humildade e na humilhação. São Paulo resume isso na carta aos filipenses: “Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8).

Pela humildade e pela humilhação Jesus se tornou o “novo Adão” que salvou o mundo (Rm 5,12s). Maria, a mãe do Senhor, tornou-se a “nova Eva”, ensina a Igreja, porque na sua humildade destruiu os laços da soberba da primeira virgem. Ela disse: “Ele olhou para a humildade de sua serva”.(Lc 1,39)

Muitos cristãos são cheios de boas virtudes, mas infelizmente tornam-se “inchados”, pensando infantilmente que essas boas virtudes são méritos próprios e não graças de Deus, para serviço dos outros. Deus disse a Santa Catarina que: “o pecador, qual ladrão, rouba-Me a honra, para atribuí-la a si mesmo”. São Paulo pergunta aos coríntios: “O que há de superior em ti? Que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se o não tivesses recebido?” (1 Cor 4,7). Como ninguém, o Apóstolo sentia em si as misérias humanas, convivendo com as riquezas da graça de Deus. Ele disse aos coríntios: “Temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7).

É de Santo Agostinho a expressão: “Eis a grande ciência do cristão: conhecer que nada é e nada pode”. Ser humilde é ser santo, é viver o oposto de tudo isso: é saber descer do pedestal, é não se auto-adorar, é preferir fazer a vontade dos outros do que a própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é fugir das pompas e dos aplausos.

São João Batista foi modelo dessa humildade e nos ensinou a sua essência. Ao falar de Jesus, ele disse: “Importa que Ele cresça e que eu diminua!” (Jo 3,30). Isto diz tudo. Quando Jesus iniciou a sua vida pública, João o apresentou para o povo: “eis o Cordeiro de Deus”, e desapareceu, até ser martirizado no cárcere de Herodes. Que lição de humildade! Também Nossa Senhora, sendo, “a Mãe do Senhor” (Lc 2,43), fez-se “a escrava do Senhor” (Lc 1,38).

Paz e Bem!

Autor: Prof. Felipe Aquino

Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/10/29/ser-humilde/


Publicado por Frei Fernando Maria em 01/11/2012 às 17h47



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