![]() 27/10/2011 12h33
CONSIDEREMOS QUÃO PRÓXIMO ESTÁ...
CONSIDEREMOS QUÃO PRÓXIMO ESTÁ... Da Carta aos coríntios, de São Clemente I, papa (Cap.21,1-22,5; 23,1-2: Funk 1,89-93) (Séc.I) Não sejamos desertores da vontade de Deus Tomai cuidado, diletos, para que os benefícios de Deus, tão numerosos, não se tornem condenação para todos nós, se não vivermos para ele de modo digno e não realizarmos em concórdia o que é bom e aceito diante de sua face. Pois foi dito em algum lugar: O Espírito do Senhor é lâmpada que perscruta as cavernas das entranhas (Pr20,27 Vulg.). Consideremos quão próximo está e que nada lhe é oculto de nossos pensamentos e palavras. É, portanto, justo que não sejamos desertores de sua vontade. É preferível ofendermos os homens estultos e insensatos, soberbos e presunçosos na jactância de seu modo de falar, do que a Deus. Veneremos o Senhor Jesus, cujo sangue foi derramado por nós, respeitemos nossos superiores, honremos os anciãos, eduquemos os jovens na disciplina do temor de Deus, encaminhemos nossas esposas para todo o bem. Manifestem o amável procedimento de castidade, mostrem seu puro e sincero propósito de mansidão, pelo silêncio deem a conhecer a moderação da língua, tenham igual caridade sem acepção de pessoas para com aqueles que santamente temem a Deus. Participem vossos filhos da ciência de Cristo. Aprendam que grande valor tem para Deus a humildade, o poder da casta caridade junto de Deus, como é bom e imenso seu temor, protegendo a todos que nele se demoram na santidade de um coração puro. Porque ele é o perscrutador dos pensamentos e resoluções da mente. Seu Espírito está em nós, e, quando quer, retira-o. A fé em Cristo tudo confirma. Ele, pelo Espírito Santo, nos incita: Vinde, filhos, ouvi-me; ensinar-vos-ei o temor do Senhor. Qual é o homem que quer a vida e deseja ver dias bons? Afasta tua língua do mal e não profiram teus lábios a mentira. Desvia-te do mal e faze o bem. Busca a paz e persegue-a (Sl 33,12-15). Misericordioso em tudo, o Pai benigno tem amor pelos que o temem, concede com bondade e doçura suas graças àqueles que se lhe aproximam com simplicidade. Por isso não sejamos fingidos nem insensíveis a seus dons gloriosos. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 27/10/2011 às 12h33
26/10/2011 09h08
DEUS É FIEL...
DEUS É FIEL... Da Carta aos coríntios, de São Clemente I, papa - (Cap.24,1-5;27,1-29,1: Funk 1,93-97) (Séc.I) Deus é fiel às suas promessas Consideremos, diletos, de que modo o Senhor continuamente nos mostra a futura ressurreição, que tem por primícias o Senhor Jesus Cristo, a quem ressuscitou dos mortos? Pensemos, caríssimos, na ressurreição que se dará em seu tempo. O dia e a noite nos lembram a ressurreição. A noite deita-se, levanta-se o dia; vai-se o dia, cresce a noite em seguida. Vejamos as searas; quem e como fez a semente? Saiu o semeador e lançou em terra uma semente qualquer. As que caíram limpas e secas na terra se dissolvem; depois pela dissolução, a imensa majestade da divina providência as ressuscita, e de uma só muitas brotam e produzem fruto multiplicado. Portanto, com a mesma esperança unamos nosso espírito a ele, fiel a suas promessas e justo nos julgamentos. Ele, que proibiu mentir, com muito mais razão não mentirá. Pois nada é impossível a Deus a não ser mentir. Que se avive nossa confiança e consideremos tudo como em estreita relação com ele. Por sua palavra onipotente, tudo criou e pode por uma palavra tudo destruir. Quem lhe dirá: Que fizeste? Ou que força resistirá a seu poder? (cf. Sb 12,12). Quando quer, como quer, tudo fará e nada se omitirá do que uma vez decretou. Tudo está diante de seu olhar e nenhum pensamento lhe é oculto, se até os céus narram a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra de suas mãos; o dia transmite ao dia a palavra, e a noite, o conhecimento; e não são falas nem palavras que não se possam ouvir (Sl 18,2-4). Estando assim tudo patente a seus olhos e ouvidos, temamos e, deixemos de lado as cobiças impuras, para nos cobrir com sua misericórdia no futuro juízo. Porque, qual de nós poderá fugir de sua mão poderosa? Que mundo acolherá ao que dele fugir? Em certo lugar diz a Escritura: Aonde irei e onde me ocultarei de tua face? Se subir aos céus, tu ali estás; se for aos confins da terra, lá tua mão direita; se puser meu leito no mar, ali está teu espírito (cf. Sl 138,7-11). Aonde então irá alguém ou para onde fugirá daquele que tudo abarca? Aproximemo-nos, portanto, na santidade, elevando para ele castas e puras mãos, amando o nosso benigno e misericordioso Pai que nos tornou participantes de sua eleição. Paz e Bem!
Publicado por Frei Fernando Maria em 26/10/2011 às 09h08
16/10/2011 12h16
DAI, POIS, A DEUS O QUE É DE DEUS
DAI, POIS, A DEUS O QUE É DE DEUS São Lourenço de Brindisi (1559-1619), capuchinho, doutor da Igreja - Sermão para o 22º Domingo depois de Pentecostes Ser realmente uma imagem de Deus «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». É preciso dar a cada um o que lhe pertence. Eis uma palavra verdadeiramente cheia de sabedoria e de ciência celestial. Porque nos ensina que há duas espécies de poder: um humano e terreno, outro divino e celeste. [...] Ensina-nos que devemos estar sujeitos a uma dupla obediência: às leis dos homens e às leis divinas. [...] Temos de pagar a César a moeda que tem a efígie e a inscrição de César, e a Deus o que recebeu o sinete da imagem e semelhança divinas: «Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da Tua face!» A luz da Tua face deixou em nós a Tua marca, Senhor (Sl 4,7). Fomos criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Tu és homem, ó cristão. És, portanto, a moeda do tesouro divino; uma moeda que tem a efígie e a inscrição do Imperador divino. Assim, pergunto com Cristo: «De quem são esta imagem e esta inscrição?» E tu respondes: «De Deus». E eu digo-te: «Então porque não dás a Deus o que é de Deus?» Se queremos realmente ser imagem de Deus, devemos assemelhar-nos a Cristo, pois Ele é a imagem da bondade de Deus e «imagem fiel da Sua substância» (Heb 1,3). E Deus, «àqueles que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do Seu Filho» (Rm 8,29). Cristo deu verdadeiramente a César o que era de César e a Deus o que era de Deus. Observou, da maneira mais perfeita, os preceitos contidos nas duas tábuas da lei divina, «tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Fl 2,8) e, assim, foi elevado ao mais alto grau de todas as virtudes visíveis e invisíveis. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 16/10/2011 às 12h16
14/10/2011 15h32
EU VI O UNIVERSO INTEIRO FECHADO NAQUELA MÃO
EU VI O UNIVERSO INTEIRO FECHADO NAQUELA MÃO DIVINA Santa Catarina de Siena (1347-1380), leiga da Ordem Terceira de São Domingos, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa - Diálogo, 18 «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados» [Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe]: «Ninguém pode escapar das Minhas mãos. Porque Eu sou aquele que é (Ex 3,14), e vós não sois por vós próprios; vós sois enquanto fordes feitos por Mim. Eu sou o criador de todas as coisas que participam do ser, mas não do pecado, que não é, e, portanto, não foi feito por Mim. E, porque não está em Mim, não é digno de ser amado. A criatura apenas Me ofende na medida em que ama o que não deve amar, o pecado. [...] É impossível aos homens saírem de Mim; ou permanecem em Mim constrangidos pela justiça que lhes sanciona os erros, ou permanecem em Mim guardados pela Minha misericórdia. Abre, pois os olhos da tua inteligência e olha para a Minha mão; verás que é verdade o que te digo». Então, abrindo os olhos do espírito para obedecer ao Pai que é tão grande, eu vi o universo inteiro fechado naquela mão divina. E Deus disse-me: «Minha filha, vê agora e que saibas que ninguém Me pode escapar. Todos aqui estão seguros pela justiça ou pela misericórdia, porque são Meus, criados por Mim, e Eu amo-os infinitamente. Seja qual for a maldade de que padeçam, terei misericórdia para com eles, por causa dos Meus servos; e atenderei o pedido que me fizeste com tanto amor e tanta dor». [...] Então a minha alma, como se estivesse embriagada e fora de si, no ardor cada vez maior do seu desejo, sentiu-se simultaneamente feliz e cheia de dor. Feliz pela união que tivera com Deus, gozando a Sua alegria e bondade, completamente imersa na Sua misericórdia. Cheia de dor ao ver ofendida tão grande bondade. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 14/10/2011 às 15h32
07/10/2011 06h55
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, ROGAI POR NÓS...
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, ROGAI POR NÓS... Esta comemoração foi instituída pelo Papa São Pio V no aniversário da vitória obtida pelos cristãos na batalha naval de Lepanto e atribuída ao auxílio da Santa Mãe de Deus, invocada com a oração do Rosário(1571). A celebração deste dia é um convite a todos os fiéis para que meditemos mistérios de Cristo, em companhia da Virgem Maria, que foi associada de modo muito especial à Encarnação, à Paixão e à Ressurreição do Filho de Deus.
E MARIA TROUXE PARA NÓS EM PROFUSÃO... Dos Sermões de São Bernardo, abade - (Sermo de Aquaeductu: Opera omnia, Edit. Cisterc. 5[1968],282-283) - (Séc.XII) É preciso meditar sobre os mistérios da salvação. O santo, que nascer de ti, será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria, o Verbo do Pai nas alturas! Este Verbo, através de ti, Virgem santa, se fará carne, de modo que aquele que diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38), dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo 16,28). No princípio, diz João, era o Verbo. Já borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma. Depois, e o Verbo era com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível. O Senhor dizia anteriormente: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o que pensas; pois quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro? (cf. Rm 11,34). Desceu, por isto, o pensamento da paz para a obra da paz: O Verbo se fez carne e já habita em nós (Jo 1,14). Habita totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita no pensamento e chega a descer até a imaginação. Que poderia antes o homem pensar sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado. De que modo, perguntas? Por certo, reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem, pregando no monte, pernoitando em oração; ou pendente da cruz, pálido na morte, livre entre os mortos e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia, mostrando aos apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último, diante deles subindo ao mais alto do céu. O que não se poderá pensar verdadeira, piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades, penso em Deus e em tudo ele é o meu Deus. Meditar assim considero sabedoria, e tenho por prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão preciosa, a descendência sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do alto, Maria trouxe para nós em profusão. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 07/10/2011 às 06h55
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