![]() 22/12/2008 14h42
"E MARIA DEU GRAÇAS AO SENHOR"
Papa Bento XVI Encíclica Deus Caritas est, § 41; Libreria Editrice Vaticana «Maria deu graças ao Senhor» O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua alma — é inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra Dela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o Dela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada. Enfim, Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo? Enquanto crente que, na fé, pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade de Deus, Ela não pode ser senão uma mulher que ama. Isto mesmo o intuímos nós nos gestos silenciosos que nos referem os relatos evangélicos da infância. Vemo-lo na delicadeza com que, em Caná, se dá conta da necessidade em que se acham os esposos e a apresenta a Jesus. Vemo-lo na humildade com que aceita ser esquecida no período da vida pública de Jesus, sabendo que o Filho deve fundar uma nova família e que a hora da Mãe chegará apenas no momento da cruz, que será a verdadeira hora de Jesus (cf. Jo 2, 4; 13, 1). Então, quando os discípulos tiverem fugido, Maria permanecerá junto da cruz (cf. Jo 19, 25-27); mais tarde, na hora de Pentecostes, serão eles a juntar-se ao redor Dela à espera do Espírito Santo (cf. Act 1, 14). Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 22/12/2008 às 14h42
21/12/2008 12h08
MARIA, MÃE DO AMOR
Papa Bento XVI Encíclica Deus Caritas est, § 41; Libreria Editrice Vaticana Maria, mulher de fé, de esperança e de amor Os santos são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade. Entre os Santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. No Evangelho de Lucas, encontramo-La empenhada num serviço de caridade a sua prima Isabel, junto da qual permanece «cerca de três meses» (1, 56), assistindo-a na última fase da gravidez. «Magnificat anima mea Dominum – A minha alma engrandece o Senhor» (Lc 1, 46), diz por ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não se colocar a si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna bom. Maria é grande, precisamente porque não querer fazer-se grande a si mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada senão a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38.48). Sabe que contribui para a salvação do mundo, não realizando uma obra sua, mas apenas colocando-se totalmente à disposição das iniciativas de Deus. É uma mulher de esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de Israel, é que o Anjo pode vir ter com Ela e chamá-la para o serviço decisivo de tais promessas. É uma mulher de fé: «Feliz de Ti, que acreditaste», diz-lhe Isabel (cf. Lc 1, 45). Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 21/12/2008 às 12h08
19/12/2008 23h59
MÃE DE TODOS OS VIVENTES
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa As Núpcias do Cordeiro (trad. Source Cachée, p. 261) "Mãe de todos os viventes" (Gn 3, 20) "Vi a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, bela como uma esposa que se ataviou para o seu esposo" (Ap 21, 2). Tal como Cristo desceu do céu à terra, também a Sua esposa, a Santa Igreja, tem origem no céu; nasceu da graça de Deus, desceu com o próprio Filho de Deus e está-Lhe indissoluvelmente unida. É formada por pedras vivas (1 Ped 2, 5); e a sua pedra angular (Ef 2, 20) foi colocada quando o Verbo de Deus assumiu a natureza humana no seio da Virgem. Nesse instante, estabeleceu-se entre a alma do filho divino e a alma de sua virginal mãe o laço da mais íntima de todas as uniões, a que chamamos união nupcial. Oculta ao mundo, a Jerusalém celeste tinha descido à terra. Desta primeira união nupcial haveriam de nascer todas as pedras que se juntariam à poderosa construção, todas as almas que a graça despertaria para a vida. Deste modo, a mãe esposa seria a mãe de todos os redimidos. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 19/12/2008 às 23h59
07/12/2008 02h11
PREPARAI OS CAMINHOS DO SENHOR
Beato Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense I Sermão para o Advento (Trad. Cf Bouchet, Leccionário, p. 36 e Brésard, 2000 anos B, p. 20) «Uma voz brada no deserto: Preparai os caminhos do Senhor» «Preparai os caminhos do Senhor.» Irmãos, os caminhos do Senhor que nos pedem que preparemos preparam-se percorrendo-os, e é preparando-os que os percorremos. Mesmo que já tenhais progredido muito no caminho, tendes ainda assim de o preparar, a fim de que, do ponto aonde chegastes, avanceis sempre mais. E assim, a cada passo que dais, o Senhor cujo caminho preparais vem ao vosso encontro, sempre novo, sempre maior. É, pois, com razão que o justo reza dizendo: «Instruí-me, Senhor, nos Vossos mandamentos, e os guardarei com fidelidade» (Sl 118, 33). Talvez se lhe tenha chamado «caminho eterno» porque, se é verdade que a Providência previu o caminho de cada um e lhe fixou um termo, também é certo que a bondade daquele para o Qual avançais não tem limites. É por isso que, ao chegar, o viajante sábio e decidido pensa que está apenas no princípio (Fil 3, 13); esquecendo o que tem atrás de si, dirá todos os dias: «Hoje começo». [...] Mas nós que falamos de progresso neste caminho, praza ao céu que tenhamos, pelo menos, começado! Em minha opinião, quem se pôs a caminho já está no bom caminho; mas é necessário que tenhamos realmente começado, que tenhamos «encontrado o caminho da cidade habitável», como diz o salmo (106, 4). Porque «são poucos os que o encontram», diz a própria Verdade (Mt 7, 14). E numerosos os que vagueiam na solidão. [...] E Tu, Senhor, preparaste-nos um caminho, basta que consintamos em o percorrer. Tu ensinaste-nos o caminho da Tua vontade quando nos disseste: «Este é o caminho, andai por ele» (Is 30, 21). Trata-se do caminho que o profeta tinha prometido: «O deserto será atravessado por um caminho que se chamará caminho sagrado; nenhum ser impuro passará por ele (Is 35, 8). «Fui jovem, agora sou velho» (Sl 36, 25) e, se bem me lembro, nunca vi seres impuros percorrerem o Teu caminho; embora tenha visto alguns puros que conseguiram percorrê-lo até ao fim. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 07/12/2008 às 02h11
05/12/2008 00h45
PROCURO-VOS, SENHOR, NÃO ME ESCONDAIS A VOSSA FACE
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, Doutor da Igreja
Proslogion 1 (trad. Orval) «O meu coração pressente os Teus dizeres: 'Procurai a Minha Face!' [...] Não escondais de mim o Vosso Rosto» (Sl 26, 8) Fala, coração, abre-te por completo e diz a Deus: «É a Tua face, Senhor, que eu procuro» (Sl 26, 8). E Tu, Senhor meu Deus, ensina ao meu coração onde e como há-de procurar-Te, onde e como há-de encontrar-Te. Senhor, se não estás aqui, se estás ausente, onde Te hei-de procurar? E, se estás presente em toda a parte, por que motivo não consigo ver-Te? É certo que habitas uma luz inacessível. Mas onde está a luz inacessível e como atingirei essa luz inacessível? Quem me conduzirá a ela, quem me mergulhará nela, para que nela Te veja? E em seguida, com base em que sinais e de que lado Te procurarei? Nunca Te vi, Senhor meu Deus, não conheço o Teu rosto. Que pode fazer, Senhor altíssimo, que pode fazer este exilado longe de Ti? Que pode fazer o Teu servo, anseia pelo Teu amor e foi rejeitado para longe da Tua face? Aspira a ver-Te e o Teu rosto esconde-se-lhe por completo. Deseja ir ter conTigo e a Tua morada é-lhe inacessível. Gostaria de Te encontrar e não sabe onde estás. Empreende procurar-Te e ignora o Teu rosto. Senhor, Tu és o meu Deus, és o meu Senhor, e nunca Te vi. Tu criaste-me e recriaste-me, Tu me proveste de todos os bens que possuo e ainda não Te conheço. Tu me fizeste a fim de que Te visse e ainda não realizei o meu destino. Miserável sorte a do homem que perdeu aquilo para o qual foi criado. [...] Buscar-Te-ei com o meu desejo e desejar-Te-ei na minha busca. Encontrar-Te-ei amando-Te e amar-Te-ei quando Te encontrar. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 05/12/2008 às 00h45
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