![]() 24/04/2010 08h33
PALAVRA E SACRAMENTO
PALAVRA E SACRAMENTO São Jerônimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja Carta 53 a Paulina «As palavras que vos disse são espírito e são vida» Lemos as Sagradas Escrituras: em minha opinião, o Evangelho é o corpo de Jesus, as Sagradas Escrituras são a Sua doutrina. Sem dúvida que o texto «quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue» encontra toda a sua aplicação no mistério eucarístico; mas o verdadeiro corpo de Cristo e o Seu verdadeiro Sangue são também a palavra das Escrituras, a doutrina divina. Quando vamos receber os sagrados mistérios, se uma partícula cai ao chão, ficamos preocupados. Quando escutamos a palavra de Deus, se estamos a pensar noutra coisa enquanto ela nos entra pelos ouvidos, em que responsabilidade não incorremos! Sendo a carne do Senhor verdadeiro alimento e o Seu Sangue verdadeira bebida, o nosso único bem é comer a Sua carne e beber o Seu sangue, não apenas no mistério eucarístico, mas também na leitura da Escritura. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 24/04/2010 às 08h33
22/04/2010 09h00
O PÃO DA VIDA ÉS TU JESUS, O PÃO DO CÉU...
O PÃO DA VIDA ÉS TU JESUS, O PÃO DO CÉU... São Pedro Damião (1007-1072), eremita e depois bispo, Doutor da Igreja Sermão 45; PL 144,743 e 747 (a partir da trad. Orval) «Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá» A Virgem Maria deu Jesus Cristo à luz, aqueceu-O nos seus braços, envolveu-O em panos e rodeou-O dos seus cuidados maternais. E é o corpo desse mesmo Jesus que hoje recebemos, é o Seu sangue redentor que bebemos no sacramento do altar. É isso que a fé católica tem por verdadeiro, é isso que a Igreja ensina com fidelidade. A língua humana não é capaz glorificar suficientemente aquela de quem tomou carne «o mediador entre Deus e os homens» (1Tim 2, 5). O louvor humano não está à altura daquela de cujas entranhas puríssimas saiu o fruto que é o alimento das nossas almas, Aquele que diz de Si mesmo: «Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente». Com efeito, nós fomos expulsos do paraíso de delícias por causa de um alimento, e é também por via de um alimento que reencontramos as alegrias do paraíso. Pelo alimento que Eva tomou, fomos condenados a um jejum eterno; pelo alimento que Maria nos deu, abriram-se para nós as portas do banquete celeste. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 22/04/2010 às 09h00
19/04/2010 10h21
TU AMAS-ME?
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Homilia em Paris 30/05/80 (© Libreria Editrice Vaticana) «Tu amas-Me?» «Tu amas? [...] Tu amas-Me? [...]» Pedro havia de caminhar para sempre, até ao fim da sua vida, acompanhado por esta tripla pergunta: «Tu amas-Me?» E mediu todas as suas atividades de acordo com a resposta que então deu. Quando foi convocado perante o Sinédrio. Quando foi metido na prisão em Jerusalém, prisão donde não devia sair, e da qual contudo saiu. E[...] em Antioquia, e depois ainda mais longe, de Antioquia para Roma. E quando, em Roma, perseverou até ao fim dos seus dias, conheceu a força das palavras segundo as quais um Outro o conduziu para onde ele não queria. E sabia também que, graças à força dessas palavras, a Igreja «era assídua ao ensino dos apóstolos e à união fraterna, à fração do pão e à oração» e que «o Senhor adicionava diariamente à comunidade os que seriam salvos» (Act 2, 42.48). [...] Pedro não pode nunca desligar-se desta pergunta: «Tu amas-Me?» Leva-a consigo para onde quer que vá. Leva-a através dos séculos, através das gerações. Para o meio de novos povos e de novas nações. Para o meio de línguas e de raças sempre novas. Leva-a sozinho, e contudo já não está só. Outros a levam com ele. [...] Houve e há muitos homens e mulheres que souberam e que sabem ainda hoje que as suas vidas têm valor e sentido exclusivamente na medida em que são é uma resposta a esta mesma pergunta: «Tu amas? Tu amas-Me?» Eles deram e dão a sua resposta de maneira total e perfeita – uma resposta heróica –, ou então de maneira comum, banal. Mas, em qualquer dos casos, sabem que a sua vida, que a vida humana em geral, tem valor e sentido graças a esta pergunta: «Tu amas-Me?» É somente graças a esta pergunta que vale a pena viver. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 19/04/2010 às 10h21
17/04/2010 11h03
E O BARCO CHEGOU IMEDIATAMENTE
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja Sermão 50, 1.2.3; PL 52, 339-340 (a partir da trad. De Bouchet, Lectionnaire, p. 324 rev.) «E o barco chegou imediatamente à terra para onde iam» Cristo sobe a um barco: não foi Ele quem descobriu o leito do mar depois de ter afastado as águas, para que o povo de Israel passasse a pé enxuto como num vale? (Ex 14, 29) Não foi Ele quem acalmou as ondas do mar sob os pés de Pedro, de forma a que a água fosse para os seus passos um caminho sólido e seguro? (Mt 14, 29). Ele sobe para o barco. Para atravessar o mar deste mundo até ao fim dos tempos, Cristo sobe para o barco da Sua Igreja para conduzir numa travessia pacífica, até à pátria do céu, aqueles que crêem n'Ele, e fazer cidadãos do Reino aqueles com quem comunga na Sua humanidade. Cristo não precisa certamente do barco, mas o barco precisa de Cristo. De facto, sem este piloto vindo do céu, o barco da Igreja, agitado pelas ondas, nunca chegaria ao porto seguro da eternidade. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 17/04/2010 às 11h03
16/04/2010 10h43
EU SOU O PÃO DA VIDA
João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Carta apostólica «Mane nobiscum domine», §§ 15-16 (© copyright Libreria Editrice Vaticana) «Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os» Não há dúvida de que a dimensão mais saliente da Eucaristia é a de banquete. A Eucaristia nasceu, na noite de Quinta-feira Santa, no contexto da ceia pascal. Traz, por conseguinte, inscrito na sua estrutura, o sentido da comensalidade: «Tomai, comei [...]. Tomou, em seguida, um cálice e [...] entregou-lho dizendo: Bebei dele todos» (Mt 26, 26.27). Este aspecto exprime bem a relação de comunhão que Deus quer estabelecer conosco e que nós mesmos devemos fazer crescer uns com os outros. Todavia, não se pode esquecer que o banquete eucarístico tem também um sentido primária e profundamente sacrificial. Nele, Cristo torna presente para nós o sacrifício realizado de uma vez por todas no Gólgota. Embora aí presente como ressuscitado, Ele traz os sinais da Sua paixão, da qual cada Santa Missa é «memorial», como a liturgia nos recorda com a aclamação depois da consagração: «Anunciamos, Senhor, a Vossa morte, proclamamos a Vossa ressurreição». Ao mesmo tempo que atualiza o passado, a Eucaristia projeta-nos para o futuro da última vinda de Cristo, no final da história. Este aspecto escatológico dá ao sacramento eucarístico um dinamismo cativante, que imprime ao caminho cristão o passo da esperança. Todas estas dimensões da Eucaristia se encontram num aspecto que, mais do que qualquer outro, põe à prova a nossa fé: é o mistério da presença «real». Com toda a tradição da Igreja, acreditamos que, sob as espécies eucarísticas, está realmente presente Jesus. Uma presença — como eficazmente explicou o Papa Paulo VI — que se diz «real», não por exclusão, como se as outras formas de presença não fossem reais, mas por antonomásia, enquanto por ela Se torna substancialmente presente Cristo completo, na realidade do Seu corpo e do Seu sangue. Por isso, a fé pede-nos para estarmos diante da Eucaristia com a consciência de que estamos na presença do próprio Cristo. É precisamente a Sua presença que dá às outras dimensões — de banquete, memorial da Páscoa, antecipação escatológica — um significado que ultrapassa, e muito, o de puro simbolismo. A Eucaristia é mistério de presença, mediante o qual se realiza, de modo excelso, a promessa que Jesus fez de ficar conosco até ao fim do mundo (Mt 28, 20). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 16/04/2010 às 10h43
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