![]() 25/01/2009 02h55
DESPOJAMENTO
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Para a primeira profissão de sua irmã Myriam (trad. Source caché, p. 255) «Deixando logo as redes, seguiram-No» Aquele que se deixa conduzir como uma criança pelo vínculo da santa obediência chegará ao Reino de Deus prometido «às criancinhas» (Mt 19,14). Esta obediência conduziu Maria, a filha de rei, da casa de David, para a modesta casa do humilde carpinteiro de Nazaré; conduziu os dois seres mais santos do mundo para fora do recinto protetor do seu humilde lar, pelas grandes estradas, até ao estábulo de Belém. A obediência depositou o Filho de Deus na manjedoura. Na pobreza, livremente escolhida, o Salvador e Sua mãe percorreram os caminhos da Judéia e da Galileia e viveram da esmola dos que acreditavam. Nu e despojado, o Senhor foi suspenso da cruz e entregou ao discípulo amado a proteção de sua mãe. (Jo 19,25ss.). Eis o motivo por que Ele pede a pobreza àqueles que O querem seguir. O coração deve estar livre de tudo o que o prende aos bens terrenos, não deve desejá-los, não deve inquietar-se, nem deles depender, se quer pertencer totalmente ao Esposo divino. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 25/01/2009 às 02h55
24/01/2009 13h05
CRISTO ALIMENTA-NOS COM A PALAVRA E O PÃO
Imitação de Cristo, tratado espiritual do século XV (trad. Ravinaud/Driot, Médiaspaul 1984, p. 237) Livro IV, capítulo 11, 3-5 Tu me és testemunha, ó Deus, de que nenhuma coisa me pode consolar, nenhuma criatura dar repouso, senão Tu, meu Deus, a Quem desejo contemplar eternamente. Mas tal não é possível enquanto eu viver neste estado mortal. [...] Até lá, terei os livros sagrados por consolação e espelho de vida, e sobre tudo isto o Teu santíssimo Corpo por único remédio e refúgio. E, na verdade, sinto que duas coisas me são sobretudo necessárias neste mundo, sem as quais esta vida miserável se me tornaria impossível. Prisioneiro no cárcere deste corpo, confesso faltarem-me duas coisas: alimento e luz. E assim me deste, a mim, fraco, o Teu sagrado Corpo, para refeição do espírito e do corpo e «a Tua palavra é qual farol para os meus passos e uma luz para meus caminhos» (Sl 118, 105). Sem estas duas coisas, não poderia viver bem: a Palavra de Deus, luz da minha alma, e o Teu sacramento, Pão da Vida. Ambos se podem comparar também a duas mesas, postas dum e doutro lado do tesouro da Santa Igreja. Uma das mesas é a do altar sagrado, que tem o Pão santo, ou seja, o precioso Corpo de Cristo; a outra é a da Lei divina, que contém a doutrina santa, instruindo na verdadeira fé e conduzindo com firmeza para além do último véu, onde está o Santo dos Santos. [...] Graças a Ti, Criador e Redentor dos homens, que, para mostrares a todo o mundo a Tua caridade, preparaste a grande ceia, na qual ofereceste para comer, não o cordeiro simbólico, mas o Teu santíssimo Corpo e Sangue, e alegras todos os fiéis com o sagrado banquete, inebriando-os com o cálice da salvação, onde se encontram todas as delícias do paraíso. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 24/01/2009 às 13h05
23/01/2009 23h59
A FELICIDADE
A felicidade é uma dádiva do amor de Deus para nós, pois, foi para sermos felizes que o Senhor nos criou. De fato, ser feliz é um dom de Deus e o mais sublime, porque por meio desse dom alcançamos aquilo que Deus É e quer nos dar para sempre. Ninguém é feliz e satisfeito cem por cento com o que tem; nem com o que pode ou sente em si e das criaturas, porque somos limitados; nada do que vemos ou temos, nos basta; nosso maior desejo é o desejo de Deus. Por maior que seja a fortuna; por maior que seja o prazer ou a fama; nada disso nos completa ou realiza totalmente; porque diante de uma doença incurável ou mesmo da "morte", tudo se esvai; de nada adianta o que se acumulou de bens materiais ou status social, nesse instante. Então, onde reside a nossa esperança de Felicidade Eterna? Unicamente em Deus, nossa Fonte de Alegria permanente, nosso Oasis de paz. “Pois, só em Deus a nossa alma tem repouso, porque Dele é que nos vem a salvação. Ele é meu rochedo, meu abrigo onde encontro segurança”. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 23/01/2009 às 23h59
23/01/2009 00h47
"CHAMOU OS QUE ELE QUERIA"
Concílio Vaticano II Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 18-20 «Chamou os que Ele queria» Este sagrado Concílio, seguindo os passos do Concílio Vaticano I, com ele ensina e declara que Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja enviando os apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20, 21); e quis que os sucessores deles, os bispos, fossem pastores na Sua Igreja até ao fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão. [...] O Semhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamando a Si os que Ele quis, elegeu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregarem o Reino de Deus (Mc 3, 13-19; Mt 10, 1-42); constituiu estes apóstolos em colégio, ou grupo estável, e deu-lhes como chefe Pedro, escolhido de entre eles (Jo 21, 15-17). Enviou-os primeiro aos filhos de Israel e, depois, a todos os povos (Rom 1, 16), para que, participando do Seu poder, fizessem de todas as gentes discípulos Seus e as santificassem e governassem (Mt 28, 16-20; Mc 16, 15; Lc 24, 45-48; Jo 20, 21-23), e deste modo propagassem e apascentassem a Igreja, servindo-a, sob a direcção do Senhor, todos os dias até ao fim dos tempos (Mt 28, 20). No dia de Pentecostes, foram plenamente confirmados nesta missão (Act 2, 1-26), segundo a promessa do Senhor: «Recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra» (Act 1, 8). E os apóstolos, pregrando por toda a parte o Evangelho (Mc 16, 20), recebidos pelos ouvintes graças à acção do Espírito Santo, reúnem a Igreja universal que o Senhor fundou sobre os apóstolos e levantou sobre o bem-aventurado Pedro, seu chefe, sendo Jesus Cristo a suma pedra angular (Apoc 21, 14; Mt 16, 18; Ef 2, 20). A missão divina confiada por Cristo aos apóstolos durará até ao fim dos tempos (Mt 28, 20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 23/01/2009 às 00h47
21/01/2009 23h36
O VERBO DA VIDA
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África), Doutor da Igreja Sermões sobre a primeira carta de São João, 1,1 (trad. cf. SC 75, p. 113) A Vida manifestou-se na carne «O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram é o Verbo da Vida.» (1Jo 1,1) Como podemos nós tocar com as nossas mãos o Verbo, se não porque: «o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco» (Jo 1,14)? Este Verbo, que se fez carne para ser tocado pelas nossas mãos, começou por se fazer carne no ventre da Virgem Maria. Mas não foi nessa altura que Ele começou a ser o Verbo, porque já o era «desde o princípio», diz São João. [...] Talvez alguns entendam «Verbo da Vida» como uma expressão vaga para designar Cristo, e não rigorosamente o próprio corpo de Cristo, que as mãos tocaram. Mas vede a continuação: «de facto, a Vida manifestou-se» (1Jo 1,2). Cristo é, pois, o Verbo da Vida. E como se manifestou essa Vida? Ela existia desde o princípio, mas ainda não se tinha manifestado aos homens: mas apenas aos anjos, que a viam e que dela se alimentavam como se fosse o seu pão. É o que diz a Escritura: «Comeram todos o pão dos fortes» (Sl 77, 25). Portanto, a Vida manifestou-se, a si mesma, na carne; foi colocada em plena evidência para que uma realidade anteriormente apenas aparente ao coração se torne igualmente visível aos olhos, a fim de curar os corações. Porque apenas este vê o Verbo; a carne e os olhos do corpo não o vêem. Nós éramos capazes de ver a carne, mas incapazes de ver o Verbo. O Verbo fez-se carne, que nós podíamos ver, para curar em nós aquilo que devia ver o Verbo. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 21/01/2009 às 23h36
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