![]() 09/01/2009 00h44
A CAMINHO DA SANTIDADE
“Os nossos progressos na santidade dependem de Deus e de nós próprios, das graças de Deus e da própria vontade que temos de ser santos. Temos de assumir o compromisso vital de atingir a santidade. «Quero ser santo» significa: quero desligar-me de tudo o que não é Deus, quero despojar o coração de todas as coisas criadas, quero viver na pobreza e no despojamento, quero renunciar à minha vontade, às minhas inclinações, caprichos e gostos, e tornar-me o dócil servo da vontade de Deus”. Beata Teresa de Calcutá. Eis o que é preciso fazer e viver para nos conformarmos a Cristo Jesus e assim assumirmos a nossa filiação divina desde já, pois, essa é a vontade do Senhor a nosso respeito. Quem encontra Deus no silêncio e vive na sua presença constantemente, experimenta o mais salutar dos prazeres: amar a Deus com toda a vida. Nada se compara a uma alma perfeitamente unida a Deus pelo amor e isso só é possível mediante a submissão a ele que nos amou primeiro. O amor é o fundamento de toda a criação e tudo o que se faz na vida que não tenha o aval do amor, torna-se lixo imprestável, torna-se contradição, perversão, perdição e tudo o que não condiz com aquilo para o qual Deus nos criou. Portanto, no amor de Deus está a fonte da vida e quem se deixa amar por Ele, amando-o até o fim, deixa-se conduzir pelo Seu Espírito que nos eleva em santidade e justiça até atingirmos a perfeição do Seu Reino Eterno. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 09/01/2009 às 00h44
06/01/2009 00h08
COMERAM ATÉ FICAREM SACIADOS
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja Cântico espiritual, 2ª recensão (trad. OC, Cerf 1990, p. 1299) «A hora já ia muito adiantada [...]. Comeram até ficarem saciados» O meu Bem-Amado é como a noite tranquila, Semelhante ao nascer da aurora, A silenciosa melodia, E a solidão sonora, A ceia retemperadora, que inflama o amor. Na Sagrada Escritura, o repouso da noite designa a visão de Deus. Tal como a ceia marca a conclusão dos trabalhos do dia e o princípio do repouso da noite, também a alma saboreia, nesta notícia pacífica de que falamos, uma antecipação do fim dos seus males e a garantia dos bens que espera. Também por isto o seu amor a Deus é em muito aumentado. Para a alma, o amor de Deus é realmente «a ceia retemperadora» que lhe anuncia o fim dos seus males, e que «inflama o amor», assegurando-lhe a posse de todos os bens. Para melhor podermos compreender quão deliciosa é de fato esta ceia para a alma - pois, como o temos dito, a ceia é afinal o próprio Bem-Amado -, recordemos as palavras do Esposo, no Apocalipse: «Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele Comigo» (Ap 3, 20). Já aqui Ele nos dá a entender que traz a ceia consigo, isto é, o sabor e as delícias com que Ele próprio Se alimenta e que comunica à alma ao unir-Se-lhe, para que também esta se alimente do mesmo. É este o sentido das suas palavras: «Cearei com ele, e ele Comigo», e é este o efeito produzido pela união da alma com Deus: os mesmos bens de Deus tornam-se comuns a Ele e à alma Esposa, porque Ele comunica-lhos gratuitamente e com soberana liberalidade. Deus é em Si mesmo esta «ceia retemperadora, que inflama o amor». Ele retempera a Esposa com a sua liberalidade, e inflama-a de amor com a sua benevolência. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 06/01/2009 às 00h08
05/01/2009 14h24
GRAÇAS A ELE, É SEMPRE DIA
São Romano, o Melodista (?-c. 569), compositor de hinos - 2º Hino para a Epifania, § 15-18 «Trouxeram-lhe todos os que sofriam [...], que padeciam doenças e tormentos» Ergamos todos os olhos para o Senhor que está nos céus, e digamos, como o profeta: «Fez a Sua aparição na terra, onde permaneceu entre os homens» (Bar 3, 38). Esse mesmo que aos profetas Se mostrou sob aparências várias, Esse que surgiu a Ezequiel na aparência de um homem num trono de fogo (Ez 1, 26) e que Daniel viu como Filho do Homem e Ancião, idoso e jovem ao mesmo tempo (Dn 7, 9.13), proclamando-O como um só Senhor, Esse é Aquele que apareceu e que tudo iluminou. Ele fez dissipar a noite sinistra; graças a Ele, é sempre dia. Resplandeceu no mundo a luz sem ocaso, Jesus, nosso Salvador. O país de Zabulão vive na abundância e imita o paraíso, pois todos podem «saciar-se» no seu «rio de delícias» (Sl 35, 9), e faz desaguar nele uma corrente de água sempre viva [...]. Na Galileia contemplamos «a fonte da vida» (v. 10), Aquele que apareceu e que tudo iluminou. Também eu Te verei, Jesus, a iluminar o meu espírito e a dizer aos meus pensamentos: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba!» (Jo 7, 37). Refresca este coração humilhado que a minha vida errante fez quebrar. Ela consumiu-o, na fome e na sede; não fome de alimentos, não sede de beber, mas de ouvir as palavras do Senhor (Am 8, 11) [...]. Por isso o meu coração geme baixinho, esperando o Teu juízo, o que vem de Ti, que apareceste e que tudo iluminaste [...] Dá-me um sinal claro, purifica os meus erros escondidos, pois as feridas minam-me [...] A Teus joelhos me jogo, Salvador, como a hemorroísa. Também eu toco na fímbria da Tua túnica e digo: «Se ao menos tocar nas Suas vestes, ficarei curado.» (Mc 5, 28). Não faças vã a minha fé, Tu, que és médico das almas [...]. Encontrar-Te-ei, para minha salvação, a Ti, que apareceste e que tudo iluminaste. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 05/01/2009 às 14h24
03/01/2009 14h06
A PAZ DE JESUS
Ninguém ama o próximo se não ama a Deus acima de todas as coisas como nos ensina o primeiro mandamento da Lei de Deus. Antes de dizer essa frase: “Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada”. (Cf. Mt 10,34-36); Jesus dissera: “Quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mt 10,32-33). E ainda: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á”. (Mt 10,37-39). Por fim, Jesus diz: “Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. (Mt 5, 11-12). E ainda: “Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”. (Jo 16,33). Ou seja: A paz é dom de Deus, fruto do Espírito Santo na alma humana; só a tem neste mundo quem vive segundo a Vontade de Deus expressa em seus Santos mandamentos e em Seu Filho Jesus Cristo. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 03/01/2009 às 14h06
23/12/2008 23h35
A GLÓRIA DO SENHOR REFULGIU EM VOLTA DELES
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense do séc. XII, doutor da Igreja 5º Sermão para a Vigília de Natal «A glória do Senhor refulgiu em volta deles» Antes de surgir a verdadeira luz, antes do nascimento de Cristo, a noite envolvia o mundo por completo; a noite reinava também em cada um de nós, antes da nossa conversão e regeneração interior. Não era aquela a mais profunda das noites, e aquelas as trevas mais espessas à face da terra, naquele tempo em que nossos pais honravam falsos deuses? [...] E não houve depois em nós uma outra noite tenebrosa, nesse período em que sem Deus vivíamos neste mundo, apenas guiados pelas nossas paixões e por atrações mundanas, fazendo coisas que hoje nos fazem corar, por serem também obras das trevas? [...] Mas agora saístes do vosso sono, santificastes-vos, tornastes-vos filhos da luz, filhos do dia, e já não sois das trevas nem da noite (1 Ts 5,5) [...] «Amanhã vereis a majestade de Deus em vós.» Hoje, por nós, o Filho fez-Se justiça vinda de Deus; amanhã, manifestar-Se-á como vida nossa, para que nos pareçamos com Ele na glória. Hoje nasceu-nos um menino, para nos impedir de viver na vã glória, e para que, ao convertermo-nos, sejamos humildes como crianças (Mt 18,3). Amanhã Ele mostrar-Se-á na sua grandeza para nos incitar ao louvor e para que possamos também ser glorificados e louvados, quando a cada um Deus conceder a sua glória [...] «Seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como Ele é» (1 Jo 3,2). Hoje, com efeito, não O vemos em Si mesmo, mas como num espelho (1 Co 13,12); hoje Ele recebe aquilo que, dependendo de nós, lhe damos. Mas amanhã vê-Lo-emos em nós, quando nos der o que depende d'Ele, quando Se mostrar tal como é em Si mesmo, e nos tomar para nos elevar até Si. Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 23/12/2008 às 23h35
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