![]() 03/06/2011 10h55
RECEBENDO A PALAVRA EM MEIO AS TRIBULAÇÕES
RECEBENDO A PALAVRA EM MEIO AS TRIBULAÇÕES São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja - Homilia 1 sobre a Primeira Carta aos Tessalonicenses «Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! E [...] ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» «Fizestes-vos imitadores do Senhor», diz Paulo. Como? «Recebendo a Palavra no meio de muitas tribulações, com a alegria do Espírito Santo» (1Tes 1,6). Não foi somente nas tribulações, foi no meio de tribulações, no meio de sofrimentos sem fim. Podeis constatá-lo nos Atos dos Apóstolos, onde vemos como se acicatou a perseguição contra eles, como os seus inimigos os denunciaram aos magistrados e sublevaram a cidade. Eles sofreram tribulações, e não se pode dizer que tenham permanecido fiéis com pena, gemendo – não, foram-no com grande alegria, pois os apóstolos tinham-lhes dado o exemplo: «cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do nome de Jesus» (Act 5,41). É isto que é verdadeiramente admirável! Já é muito sofrer tribulações com paciência; mas alegrar-se com elas é mostrar que se é superior à natureza humana e que já se tem, por assim dizer, um corpo impassível. Mas como é que eles foram imitadores de Cristo? Pelo fato de também Ele ter sofrido sem soltar uma queixa, com alegria, porque era de Sua vontade que Se encontrava em semelhantes tribulações. Foi por nós que Ele Se humilhou, adiantando-Se aos escarros, às bofetadas, à própria cruz; e alegrando-Se de tal maneira, que chamava a tudo isso a Sua glória: Pai, dizia, glorifica-Me (Jo 17,5). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 03/06/2011 às 10h55
01/06/2011 07h55
DESVENDADO O MISTÉRIO
DESVENDANDO O MISTÉRIO São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja Discurso 31, 5A teológica, 25-27; PG 36, 159 «Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há de guiar-vos para a Verdade completa» Ao longo dos tempos, duas grandes revoluções abalaram a terra; são elas os dois Testamentos, designamo-las assim. Com uma, os homens passaram da idolatria à Lei; com a outra, passaram os homens da Lei ao Evangelho. Um terceiro acontecimento estava predito: aquele que, aqui em baixo, nos há de fazer subir às alturas, onde já não haverá movimento nem agitação. Ora, aqueles dois Testamentos apresentaram o mesmo carácter [...]: não transformaram tudo de forma repentina, desde o primeiro impulso do seu movimento [...]. Tal assim foi para não nos violentar, mas para nos persuadir. Porque o que é imposto pela força não perdura no tempo [...]. O Antigo Testamento manifestou o Pai de forma clara, de forma obscura o Filho. O Novo Testamento revelou o Filho e insinuou a divindade do Espírito. Hoje o Espírito vive entre nós, e dá-Se a conhecer mais claramente. Teria sido arriscado, num tempo em que a divindade do Pai não estava ainda reconhecida, pregar abertamente o Filho, e enquanto a divindade do Filho não estivesse admitida, impor [...] o Santo Espírito. Temer-se-ia que, tal como quem traz o estômago demasiado cheio ou como quem, com olhos ainda fracos, fixa de frente o sol, os crentes se arriscassem a perder aquilo que conseguiriam aguentar, aquilo para que teriam forças. O esplendor da Trindade devia, portanto, resplandecer por sucessivos desenvolvimentos ou, como diz David, por graduais peregrinações (Cf. Sl 83,6) e por uma progressão de glória em glória [...]. Acrescentarei ainda esta consideração: o Salvador sabia certas coisas que estimava não poderem estar ao alcance dos discípulos, apesar de todos os ensinamentos que estes já tinham recebido. Pelas razões acima ditas, Ele mantinha essas coisas guardadas. E repetia-lhes que o Espírito, quando viesse, tudo haveria de lhes ensinar. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 01/06/2011 às 07h55
28/05/2011 23h20
QUE MAIS QUERES TU?
QUE MAIS QUERES TU? São João de Ávila (1499-1569), presbítero Sermão nº 30, 4º sobre o Espírito Santo «Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco» Da mesma maneira que Jesus Cristo pregava, prega agora o Espírito Santo; da mesma maneira que Ele ensinava, ensina o Espírito Santo; da mesma maneira que Cristo consolava, consola e alegra o Espírito Santo. Que pedes? Que procuras? Que mais queres tu? Ter em ti um conselheiro, um pedagogo, um guardião, alguém que te guia, que te aconselha, que te encoraja, que te encaminha, que te acompanha em tudo! Finalmente, se não perderes a graça, Ele estará de tal modo a teu lado que não poderás fazer, nem dizer, nem pensar em nada que não passe primeiro pela Sua mão e pelo Seu santo conselho. Será para ti um amigo fiel e verdadeiro; não te abandonará se tu não O abandonares. Da mesma maneira que Cristo, durante a Sua vida mortal, fazia grandes curas e espalhava a Sua misericórdia nos corpos daqueles que tinham necessidade d'Ele e O chamavam, assim este Mestre e Consolador opera obras espirituais, nas almas em que habita. [...] Cura os coxos, faz com que os surdos ouçam, dá vista aos cegos, traz de regresso os transviados, ensina os ignorantes, consola os aflitos, encoraja os fracos (cf Mt 15,31). Cristo fazia estas obras santíssimas entre os homens e não podia tê-las feito se não fosse Deus; fazia-as com a natureza humana que tinha assumido e dizemos, portanto, que foram feitas por um Deus-homem. Do mesmo modo, a essas outras obras que o Espírito Santo faz aqui na terra, no coração em que habita, chamamos-lhes obras do Espírito Santo através do homem, aqui considerado como elemento secundário. Não poderemos considerar como infeliz e desafortunado aquele que não possui essa união, aquele que não tem um tal Hóspede em sua casa? [...] Dizei-me, já O recebestes? Já O chamastes? Já O importunastes para que Ele venha? [...] Que Deus esteja conosco! Não sei como [...] podeis viver privados de tão grande bem. Vede todos os bens, todas as graças e misericórdias que Cristo veio fazer aos homens: esse Consolador derrama-as a todas nas nossas almas. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 28/05/2011 às 23h20
26/05/2011 18h59
PARA QUE A VOSSA ALEGRIA SEJA COMPLETA
Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade - Jesus, The Word to Be Spoken, cap.12
«Manifestei-vos estas coisas, para que [...] a vossa alegria seja completa»
A alegria é para nós uma necessidade e uma força, até fisicamente. Aquelas irmãs que cultivam o espírito de alegria não sentem tanto o cansaço e estão sempre prontas a fazer o bem. Plena de alegria, uma irmã prega sem pregar. Uma irmã alegre é como o raio de sol do amor de Deus, a esperança de uma alegria eterna, a chama de um amor que queima.
A alegria é uma das melhores garantias contra a tentação. O diabo carrega em si pó e lama, que lança sobre nós, para tal aproveitando todas as ocasiões. Um coração alegre sabe proteger-se disso.
Paz e Bem!
©Evangelizo.org 2001-2010
Publicado por Frei Fernando Maria em 26/05/2011 às 18h59
22/05/2011 11h27
A VISIBILIDADE DIVINA
A VISIBILIDADE DIVINA Beato João Paulo II Encíclica «Dives in misericordia, sobre a misericórdia divina» §2 «Quem Me vê, vê o Pai» Deus, que «habita numa luz inacessível» (1 Tm 6,16), fala também ao homem através da linguagem de todo o universo: «Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tanto o Seu poder eterno como a Sua divindade, tornam-se reconhecíveis quando as obras por Ele realizadas são consideradas pela mente humana» (Rm 1,20). Este conhecimento indireto e imperfeito [...] não é ainda «visão do Pai». «Ninguém jamais viu a Deus», escreve São João, para dar maior relevo à verdade segundo a qual «o Filho unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (1,18). A «revelação» manifesta Deus no insondável mistério do Seu ser ─ uno e trino ─ rodeado de «luz inacessível». Mediante esta «revelação» de Cristo, conhecemos a Deus, antes de mais nada, na Sua relação de amor para com o homem [...]» (cf. Tt 3,4). É precisamente aqui que «as Suas perfeições invisíveis» se tornam, de maneira particular, «reconhecíveis», incomparavelmente mais reconhecíveis do que através de todas as outras «obras por Ele realizadas». Tornam-se visíveis em Cristo e por meio de Cristo, por intermédio das Suas ações e palavras e, por fim, mediante a Sua morte na cruz e a Sua ressurreição. Deste modo, em Cristo e por Cristo, Deus, com a Sua misericórdia, torna-se também particularmente visível. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 22/05/2011 às 11h27
|