FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
04/07/2009 22h08
EU CREIO SENHOR
São Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Catequeses, n° 29 (trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 264 rev.; cf SC 113, pp. 165ss.)


Crer em Jesus atualmente

Muitos não se cansam de dizer: «Se nós tivéssemos vivido na época dos apóstolos e se tivéssemos sido considerados dignos de ver Cristo como eles, também nos teríamos tornado santos como eles». Ignoram que Ele é o mesmo, Aquele que fala, agora como nesse tempo, em todo o universo. [...]

A situação atual não é certamente a mesma que se vivia então, mas é a situação de hoje, de agora, que é muito mais feliz. Ela conduz-nos mais facilmente a uma fé e convicção mais profundas do que o fato de O ter visto e ouvido fisicamente.


Naquela época, com efeito, era um homem que aparecia àqueles que não tinham inteligência, um homem de condição humilde; mas actualmente é um Deus que nos é pregado, um Deus verdadeiro. Naquele tempo, Ele frequentava fisicamente os publicanos e os pecadores e comia com eles; mas agora está sentado à direita de Deus Pai, nunca tendo estado separado d'Ele de maneira nenhuma. [...] Na altura, até as pessoas sem valor o desprezavam dizendo: «Não é o filho de Maria e de José, o carpinteiro?» (Mc 6, 3; Jo 6, 42) Mas agora os reis e os príncipes adoram-n'O como Filho do verdadeiro Deus e o próprio Deus verdadeiro. [...]

Então, era tido por um homem perecível e mortal entre todos os outros. Ele que é Deus sem forma e invisível recebeu, sem alteração nem mudança, uma forma num corpo humano; mostrou-Se totalmente homem, sem oferecer ao olhar nada mais do que os outros homens. Comeu, bebeu, dormiu, transpirou e cansou-Se; fez tudo o que os homens fazem, excepto o pecado.

Não era fácil reconhecer e crer que um homem daqueles era Deus, Aquele que fez o céu, a terra, e tudo o que eles contêm. [...] Deste modo, quem hoje escuta diariamente Jesus proclamar e anunciar através dos santos Evangelhos a vontade do Seu Pai abençoado sem Lhe obedecer com temor e estremecimento e sem cumprir os mandamentos também não teria aceitado acreditar n'Ele naquela época.

Paz e Bem! 

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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/07/2009 às 22h08
 
04/07/2009 00h31
CHAMA VIDA DE AMOR
São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja
A Chama Viva do Amor, str. 3, 6 (trad. OC, Cerf 1990, p. 1133 rev.)
 
«O esposo está com eles»
 
Uma pessoa que ama outra e que lhe faz bem ama-a e faz-lhe bem segundo as suas qualidades, segundo as suas propriedades pessoais. É assim que age o teu Esposo, que em ti reside enquanto Onipotente: ama-te e faz-te bem segundo a Sua Onipotência.
 
Infinitamente sábio, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua sabedoria. Infinitamente bom, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua bondade. Infinitamente santo, Ele ama-te e faz-te bem segundo a extensão da Sua santidade. Infinitamente justo, Ele ama-te e concede-te as Suas graças segundo a extensão da Sua justiça. Infinitamente misericordioso, clemente e compassivo, Ele faz-te experimentar a Sua clemência e a Sua compaixão.
 
Forte, delicado, sublime em Seu ser, Ele ama-te de maneira forte, delicada e sublime. Infinitamente puro, ama-te segundo a extensão da Sua pureza. Soberanamente verdadeiro, ama-te segundo a extensão da Sua verdade. Infinitamente generoso, ama-te e cumula-te de graças, segundo a extensão da Sua generosidade, sem qualquer interesse pessoal e visando apenas fazer-te bem. Soberanamente humilde, ama-te com humildade soberana e com soberana estima.
 
Eleva-te até Si, a ti Se descobre alegremente, com uma face cheia de graça, nesta via dos conhecimentos que te dá. E tu ouve-Lo dizer-te: «Sou teu e por ti; alegro-me por ser o que sou, a fim de Me dar a ti e de ser teu para sempre.» Quem poderá exprimir o que sentes, alma bem-aventurada, vendo-te amada a este ponto, vendo-te tida por Deus em semelhante estima?
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 04/07/2009 às 00h31
 
02/07/2009 22h28
"OS TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS"
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja

«A multidão ficou dominada pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens»

O paralítico, incurável, estava deitado no seu catre. Depois de ter esgotado a arte dos médicos, veio, levado pelos seus, ter com o único médico verdadeiro, o médico que vem do céu. Mas, quando foi colocado em frente Àquele que o podia curar, foi a fé dele que atraiu o olhar do Senhor. Para mostrar claramente que esta fé destruía o pecado, Jesus declarou imediatamente: «Os teus pecados estão perdoados».

Dir-me-ão talvez: «Este homem queria a cura da sua doença, porque é que Cristo lhe anuncia a remissão dos seus pecados?» Foi para aprenderes que Deus vê o coração do homem no silêncio e sem ruído, que Ele contempla os caminhos de todos os viventes. A Escritura diz, com efeito: «O Senhor olha atentamente para os caminhos do homem e observa os seus passos» (Prov 5, 21). [...]

No entanto, quando Cristo disse: «Os teus pecados estão perdoados», deixou o campo livre à incredulidade da assistência; o perdão dos pecados não se vê com os olhos da carne. Então, quando o paralítico se levanta e anda, manifesta com evidência que Cristo possui o poder de Deus. [...]

Quem possui este poder? Somente Ele ou também nós? Nós também, com Ele. Ele perdoa os pecados porque é o homem-Deus, o Senhor da Lei. Quanto a nós, recebemos d'Ele esta graça admirável e maravilhosa, porque Ele quis dar ao homem este poder. Com efeito, Ele disse aos Seus apóstolos: «Em verdade vos digo: tudo o que desligardes na terra será desligado no céu» (Mt 18, 18). E ainda: «Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados» (Jo 20, 23).
         
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Publicado por Frei Fernando Maria em 02/07/2009 às 22h28
 
01/07/2009 10h17
QUAL O ANJO QUE TE INSPIRA?
Santo Inácio de Loyola (1491-1556), fundador dos Jesuítas
Exercícios espirituais: regras para maior discernimento dos espíritos (trad. DDB 1960, p. 174 rev.)

«Resida nos vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados» (Col 3, 15)

É próprio de Deus e dos Seus anjos, em Suas moções, dar verdadeira alegria e gozo espiritual, tirando toda a tristeza e perturbação que o inimigo suscita. Deste é próprio lutar contra a alegria e consolação espiritual, apresentando razões aparentes, subtilezas e contínuas falácias.

Só a Deus Nosso Senhor pertence dar consolação à alma sem causa precedente. Porque é próprio do Criador entrar, sair, produzir moções na alma, trazendo-a toda ao amor de Sua divina majestade. Digo: sem causa, [isto é,] sem nenhum prévio sentimento ou conhecimento de algum objecto pelo qual venha essa consolação, mediante seus atos de entendimento e vontade.

É próprio do anjo mau, que se disfarça «em anjo de luz» (2Cor 11, 14), entrar com o que se acomoda à alma devota e sair com o que lhe convém a si, isto é, propor pensamentos bons e santos acomodados a essa alma justa, e depois, pouco a pouco, procurar trazer a alma aos seus enganos encobertos e perversas intenções.

Devemos estar muito atentos ao decurso dos nossos pensamentos. Se o princípio, meio e fim são inteiramente bons, inclinando em tudo ao bem, é sinal do bom anjo. Mas se o decurso dos pensamentos acaba nalguma coisa má, ou distrativa, ou menos boa que aquela que a alma antes se propusera fazer, ou a enfraquece, ou inquieta, ou a perturba tirando-lhe a paz, a tranquilidade e quietude que antes tinha, é claro sinal de que procede do mau espírito, inimigo do nosso proveito e salvação eterna [...].

Naqueles que progridem de bem em melhor, o anjo bom toca-lhes a alma doce, leve e suavemente, como uma gota de água que penetra numa esponja; e o mau [anjo] toca agudamente, com ruído e agitação [...].

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Publicado por Frei Fernando Maria em 01/07/2009 às 10h17
 
29/06/2009 10h10
SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS
São Bernardo (1091-1153), monge cistercense e Doutor da Igreja
Primeiro sermão para a festa dos santos Pedro e Paulo, 1, 3, 5 (trad. Orval)

«Roguei por ti a fim de que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lc 22, 32)

Cristo Mediador «que não cometeu pecado e cuja boca não proferiu mentira.» (1P 2, 22). Como ousaria eu aproximar-me d'Ele, eu pecador, um grande pecador, cujos pecados são mais numerosos que a areia do mar? Ele é tudo o que há de mais puro e eu de mais impuro. [...] Foi por isso que Deus me deu estes apóstolos, que são homens e pecadores, grande pecadores, que aprenderam por si mesmos e através da sua experiência a que ponto deveriam ser misericordiosos para com os outros. Culpados de grandes faltas, eles perdoarão facilmente os grandes pecados e usarão connosco a medida que serviu para eles (cf. Lc 6, 38).

O apóstolo Pedro cometeu um grande pecado, talvez não haja pecado maior do que aquele. Ele foi tão pronta e facilmente perdoado que nada perdeu do privilégio da sua primazia. E Paulo, que havia desencadeado um furor sem limites contra a Igreja emergente, foi levado para a fé pelo apelo do próprio Filho de Deus. Como paga de tantos males, recebeu tantos bens que se tornou «o instrumento escolhido para levar o nome do Senhor perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel» (Act 9,15). [...]

Pedro e Paulo são os nossos mestres: aprenderam plenamente com o único Mestre de todos os homens os caminhos da vida, e ainda hoje no-los ensinam.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 29/06/2009 às 10h10



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