![]() 14/07/2009 18h15
"O REINO DE DEUS ESTÁ PRÓXIMO"
Paul VI, papa de 1963-1978 Constituição apostólica «Paenitemini» de 18/02/1966 (a partir da trad. Cd 1466, p. 386 rev.© copyright Libreria Editrice Vaticana) Cristo chama-nos a todos à conversão Cristo, que ao longo de toda a Sua vida fez sempre aquilo que ensinava, jejuou e rezou quarenta dias e quarenta noites antes de começar o Seu ministério. Inaugurou a sua missão pública com esta jubilosa mensagem: «O Reino de Deus está próximo», acrescentando imediatamente este mandamento: «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). De certa maneira, é toda a vida cristã que se encontra resumida nestas palavras. Não se pode alcançar o Reino anunciado por Cristo a não ser pela «metanóia», ou seja, pela mudança e pela renovação íntima e total de todo o homem. [...] O convite do Filho de Deus à metanóia obriga-nos a isso, tanto mais que Ele não a pregou apenas, mas Se ofereceu a Si mesmo como exemplo. Com efeito, Cristo é o modelo supremo dos penitentes. Quis sofrer, não pelos Seus pecados, mas pelos dos outros. Com Cristo, o homem é iluminado com uma luz nova: reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado. Pela palavra de Cristo, é-lhe transmitida a mensagem que convida à conversão e que concede o perdão dos pecados. Recebe em plenitude estes dons no batismo, que o configura com a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Toda a vida futura do batizado é colocada sob o sinal deste mistério. Por conseguinte, todo o cristão deve seguir o Mestre renunciando a si próprio, levando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Cristo. Assim, transfigurado na imagem da Sua morte, torna-se capaz de merecer a glória da ressurreição. Seguindo o Mestre, não poderá já viver para si próprio, mas para Quem o amou e se entregou por ele (Gal 2, 20), e tenderá também a viver para os seus irmãos, completando «na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo Seu Corpo, que é a Igreja» (Col 1, 24). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 14/07/2009 às 18h15
13/07/2009 18h34
SENHOR, DÁ-ME PERSEVERANÇA ATÉ O FIM
São Patrício (c. 385 - c. 461), monge missionário, Bispo Confissão, 56-62 conclusão (a partir da trad. SC 249, pp.129ss. rev.) «E quem der de beber a um destes pequeninos [...], por ser meu discípulo, [...] não perderá a sua recompensa.» Vede: eu encomendo a minha alma ao Criador, que é fiel (1 Pe 4, 19), de Quem «eu sou embaixador» (Ef 6,20), apesar da minha baixeza; porque Ele não faz acepção de pessoas e escolheu-me para este serviço, para que seja Seu servo, a mim, um dos Seus «irmãos mais pequeninos» (Mt 25,40). «Como retribuirei ao Senhor todos os Seus benefícios para comigo?» (Sl 115,12). Mas que posso eu dizer ou prometer a meu Senhor, visto não ter mais capacidades para além das que Ele próprio me deu? Que, por vontade de Deus, nunca me aconteça perder o povo que Ele formou para si nos confins da terra! (Is 43,21) Peço a Deus que me dê a perseverança e a vontade de dEle dar sempre um testemunho fiel, até ao dia da minha partida. Se me acontecer realizar uma boa obra para o meu Deus, que tanto amo, peço-Lhe que me conceda derramar o meu sangue com os estrangeiros e cativos, em honra do Seu nome [...]. Tenho a certeza de que, se tal me acontecesse, ganharia como recompensa a minha alma com o meu corpo, pois nesse dia ressuscitaremos sem dúvida na claridade do sol, isto é, na glória de Cristo Jesus, nosso Redentor [...]. Dirijo uma prece aos homens crentes e tementes a Deus que se dignarem acolher este escrito que Patrício, um tão ignorante pregador, compôs em terras da Irlanda: se alguma coisa fiz ou disse de acordo com a vontade de Deus, ninguém diga que foi este ignorante quem a fez, antes pensai – e tende-o mesmo por certo – que tal foi um verdadeiro dom de Deus. Esta é a minha confissão antes de morrer. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 13/07/2009 às 18h34
11/07/2009 22h38
PALAVRAS E AÇÕES
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, 17,1-3; PL 76,1139 (a partir da trad. bréviaire) «Pela primeira vez, Ele envia-os dois a dois» O nosso Senhor e Salvador, caros irmãos, ensina-nos tanto pelas Suas palavras como pelas Suas ações. Em si mesmas, as Suas acões são ordens porque, quando Ele faz qualquer coisa sem dizer nada, mostra-nos como devemos agir. Eis que Ele envia os Seus discípulos a pregar dois a dois, porque os mandamentos da caridade são dois: o amor de Deus e do próximo. O Senhor envia os Seus discípulos a pregar dois a dois para nos sugerir, sem o dizer, que aquele que não tem caridade para com outrem não deve de modo nenhum dedicar-se ao ministério da pregação. Diz-se, e muito bem, que «Ele os enviou dois a dois à Sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir» (Lc 10, 1). Com efeito, o Senhor vem após os Seus pregadores, porque a pregação é uma preliminar; o Senhor vem habitar a nossa alma depois das palavras de exortação terem vindo e terem feito acolher a verdade na alma. É por isso que Isaías dizia aos pregadores: «Preparai o caminho do Senhor, aplainai uma estrada para o nosso Deus» (40, 3). E o autor dos salmos também lhes diz: «Abri caminho Ao que cavalga ao pôr-do-sol» (Sl 67, 5 Vulg). O Senhor cavalga ao pôr-do-sol porque, tendo adormecido pela Sua Paixão, manifestou-Se com maior glória na Sua Ressurreição. Ele cavalgou ao pôr-do-sol porque, ao ressuscitar, esmagou aos Seus pés a morte que sofrera. Nós abrimos caminho Àquele que cavalga ao pôr-do-sol quando pregamos a Sua glória às vossas almas para que, ao chegar em seguida, Ele as ilumine pela presença do Seu amor. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 11/07/2009 às 22h38
08/07/2009 21h31
A PAZ SEJA NESTA CASA
Santo Efrém (c. 306-373), diácono na Síria, Doutor da Igreja Diatesseron 8, 3-4 (trad. cf SC 121, p. 159) «Se essa casa for digna, a vossa paz desça sobre ela» «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: A paz seja nesta casa» (Lc 10, 5) para que o próprio Senhor lá entre e lá resida, como junto a Maria. [...] Esta saudação é o mistério da fé que brilha no mundo; por ela, o ódio é asfixiado, a guerra interrompida e os homens compreendem-se mutuamente. O efeito desta saudação estava escondido por um véu, apesar da prefiguração do mistério da ressurreição [...] que ocorre sempre que a luz aparece e a aurora expulsa a noite. A partir do momento em que Cristo enviou os seus discípulos pela primeira vez, os homens começaram a dar e a receber esta saudação, fonte de cura e de bênção. [...] Esta saudação, com o seu poder escondido [...], é amplamente suficiente para todos os homens. Foi por isso que Nosso Senhor a enviou prenunciadoramente com os Seus discípulos, para que ela realize a paz e para que, levada pela voz dos apóstolos, Seus enviados, ela lhes prepare o caminho. Ela foi semeada em todas as casas [...]; ela entrou em todos os corações que a entenderam, para separar e pôr à parte os seus filhos, que reconhecia. Ela permanecia neles, mas denunciava os que lhe eram estranhos, porque não a acolhiam. Esta saudação de paz não secava, jorrava dos apóstolos para os seus irmãos, desvendando os tesouros inesgotáveis do Senhor [...]. Presente naqueles que a davam e nos que a acolhiam, este anúncio da paz não sofria nem diminuição nem divisão. Sobre o Pai, anunciava que Ele está perto de todos e em todos; sobre a missão do Filho, revelava que Ele está por inteiro junto de todos, mesmo que o Seu fim seja estar junto de Seu Pai. Ela não cessa de proclamar que doravante as figurações são realizadas e que a verdade expulsa enfim as sombras. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 08/07/2009 às 21h31
06/07/2009 09h18
EIS QUE ESTOU NO MEIO DE VÓS
Santo Atanásio (295-373), Bispo de Alexandria, Doutor da Igreja Sobre a Incarnação do Verbo, 8-9 (a partir da trad. breviário; cf SC 190, pp. 288ss.) «Jesus entrou, tomou a mão da menina e ela ergueu-se» O Verbo, a Palavra de Deus, incorpórea, incorruptível e imaterial, veio habitar no meio de nós, ainda que antes não tivesse estado ausente. Com efeito, não deixara parte alguma da criação privada da Sua presença, pois Ele estava em todas as coisas e em toda a parte, Ele que mora junto do Pai. Mas tornou-Se presente humilhando-Se por causa do Seu amor por nós, e a nós Se manifestou [...]. Teve piedade da nossa espécie, teve compaixão da nossa fragilidade, condescendeu para com a nossa perecível condição. Não aceitou que a morte nos dominasse; não quis ver perecer o que tinha iniciado, nem que se malograsse a obra de Seu Pai ao criar o homem. Tomou portanto um corpo, e um corpo que não era diferente do nosso. Porque Ele não queria somente habitar um corpo nem somente manifestar-Se. Se tivesse apenas querido manifestar-Se, teria podido realizar essa teofania com outro e maior poder. Mas não: foi de facto um corpo igual ao nosso que Ele tomou [...]. O Verbo tomou um corpo capaz de morrer para que esse corpo, ao participar do Verbo que está acima de tudo [...], se tornasse imperecível pelo poder do Verbo que nEle existe, e para libertar da degradação definitiva todos os homens, pela graça da ressurreição. O Verbo ofereceu pois à morte o corpo que tinha tomado, como sacrifício e vítima isenta de toda a mácula; e logo aniquilou a morte, dela libertando todos os homens Seus semelhantes, pela oferenda desse corpo que se lhes assemelha. O Verbo de Deus, a todos superior, que oferecia o Seu próprio templo, o Seu corpo, em expiação de todos, pagou a nossa dívida com a Sua morte, cumprindo a justiça de Seu Pai. Unido a todos os homens por um corpo semelhante, o Filho incorruptível de Deus a todos reveste de incorruptibilidade, com a promessa da ressurreição. A própria corrupção, implicada na morte, já não tem poder algum sobre os homens, por causa do Verbo que entre eles habita num único e mesmo corpo. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 06/07/2009 às 09h18
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