FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
18/06/2009 01h04
"O PÃO NOSSO DE CADA DIA"
São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor, 18 (trad. Hamman, DDB 1982, p. 52 rev.; cf breviário)

«O pão nosso de cada dia»

«Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia». Estas palavras podem entender-se no sentido espiritual e no sentido literal: no desígnio de Deus, as duas interpretações devem contribuir para a nossa salvação.

O nosso pão de vida é Cristo, e este pão não está acessível a toda a gente, mas a nós sim. Tal como dizemos «Pai Nosso» porque Ele é o Pai dos que têm fé, também chamamos a Cristo o «nosso pão» porque Ele é o pão dos que constituem o seu corpo.

Para obter este pão, rezamos todos os dias; não queremos ser, [...] pelo pecado grave, [...] privados do pão do céu, separados do corpo de Cristo, Ele que proclamou: «Eu sou o pão vivo que desceu dos céus; quem come deste pão, viverá para sempre. E o pão que Eu vos darei é a Minha carne para a vida do mundo» (Jo 6, 51). [...]

O Senhor advertiu-nos: «Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6, 53). Pedimos, portanto, para receber todos os dias o nosso pão, ou seja Cristo, para permanecermos e vivermos em Cristo, e não nos afastarmos da Sua graça e do Seu corpo.

Também podemos compreender este pedido da seguinte maneira: renunciámos ao mundo; pela graça da fé, rejeitámos as suas riquezas e as suas seduções; pedimos apenas o alimento. [...] Aquele que se torna discípulo de Cristo e renuncia a tudo segundo a palavra do Mestre (Lc 14, 33) deve pedir o alimento de cada dia e não se preocupar a longo prazo.

O Senhor disse: «Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações; basta a cada dia o seu trabalho» (Mt 6, 34). O discípulo pede, portanto, com razão o seu alimento de cada dia, uma vez que está proibido de se preocupar com o dia seguinte.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 18/06/2009 às 01h04
 
18/06/2009 01h03
"ELES JÁ RECEBERAM A SUA RECOMPENSA"
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 9; CCL 24,64; PL 52, 211 (trad. S. Mateus comentado, DDB 1985, p. 50 rev.)
 
«Eles já receberam a sua recompensa»
 
«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens.» Por quê? «Para não vos tornardes notados por eles.» E se eles vos notarem, que implicações tem isso para vós? «Não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.» Irmãos, aqui o Senhor não julga, mas expõe. Ele traz à luz a astúcia dos nossos pensamentos; Ele põe a nu as disposições secretas das almas.
 
Àqueles que meditam injustamente sobre a justiça, Ele indica a medida de uma retribuição justa. A justiça que se coloca perante os olhos dos homens não pode esperar do Pai o seu salário divino. Quis ser vista e foi vista; quis agradar aos homens e agradou. Tem o salário que pretendia; a recompensa que não quis ter, não a terá. [...]
 
«Quando deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas.» «Tocar trombeta» é o termo adequado porque uma esmola deste tipo é mais propriamente um ato guerreiro do que pacífico. Toda ela está no seu alarde, não tem nada a ver com a misericórdia. Ela pertence ao país da desunião, ela não foi alimentada pela bondade. É um tráfico para a ostentação e não um negócio casto. [...]
 
«Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.» Percebei: a esmola dada numa assembléia, em locais públicos, em reuniões, não é um dispêndio para aliviar os pobres, mas é posta diante do olhar dos homens para obter a sua estima. [...]
 
Fujamos da hipocrisia, meus irmãos, fujamos dela. [...] Ela não ajuda o pobre; o queixume do indigente não passa de um pretexto para ele procurar mais ativamente uma glória espalhafatosa. Ela aumenta a sua exaltação com o sofrimento do pobre.
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 18/06/2009 às 01h03
 
14/06/2009 10h44
OS CRISTÃOS NO MUNDO
A carta a Diogneto (c. 200) VI

Semeados pela terra

        Aquilo que a alma é no corpo, são-no os cristão no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo como os cristãos pelas cidades do mundo. A alma mora no corpo e contudo não é do corpo, como os cristãos moram no mundo mas não são do mundo (Jo 17, 16). Invisível, a alma está aprisionada num corpo visível. Assim também os cristãos: vê-se bem que estão no mundo, mas o culto que rendem a Deus permanece invisível.

       A carne detesta a alma e faz-lhe guerra, sem razão, porque ela lhe impede a fruição de prazeres; de igual modo, o mundo detesta os cristãos sem qualquer razão, porque eles se opõem aos seus prazeres. A alma ama essa carne que a detesta, e os seus membros, tal como os cristãos amam aqueles que os detestam.

        A alma está encerrada no corpo; é contudo ela que mantém o corpo. Os cristãos estão como que detidos na prisão do mundo; são contudo eles que mantêm o mundo. Imortal, a alma habita uma tenda mortal; assim os cristãos acampam no corruptível, esperando o incorruptível celeste (1Cor 15,50)... Tão nobre é o posto que Deus lhes confiou, que não lhes é permitido desertar.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 14/06/2009 às 10h44
 
13/06/2009 10h55
A LEI DO AMOR PERMANECE PARA SEMPRE
Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilias sobre os Números, nº 9, 4 (trad. SC 415, p. 239 rev.)

«Não penseis que vim revogar a lei [...]; não vim revogá-la, mas completá-la» (Mt 5, 17)

Desejo recordar aos discípulos de Cristo a bondade de Deus; que nenhum de vós se deixe abalar pelos hereges que, em controvérsia, afirmam que o Deus da Lei não é bom, mas justo, e que a Lei de Moisés não ensina a bondade, mas a justiça. Eles que observem, esses detratores de Deus e da Lei, como o próprio Moisés e Aarão cumpriram antecipadamente aquilo que o Evangelho depois ensinou.

Vede como Moisés ama os seus inimigos e ora por aqueles que o perseguem (Mt 5, 44) [...]; vede como, «prostrando-se com o rosto em terra», oram ambos por aqueles que se tinham rebelado e pretendiam matá-los (Nm 17, 10ss.). Deste modo, encontramos o Evangelho em potência na Lei, e temos de compreender que os Evangelhos se apoiam no fundamento da Lei.

Por mim, não dou o nome de Antigo Testamento à Lei, quando a considero em termos espirituais; a Lei só é um «Testamento Antigo» para aqueles que não desejam compreender o seu espírito. Para esses, a Lei tornou-se obrigatoriamente «antiga», envelheceu, porque perdeu a sua força.

Para nós, porém, que a compreendemos e a explicamos em espírito e em conformidade com o Evangelho, a Lei permanece nova; para nós, os dois Testamentos são um novo Testamento, não pela data, mas pela novidade do sentido.

E não é certo que o Apóstolo João é do mesmo parecer, quando afirma na sua epístola: Caríssimos, dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros (4, 7; Jo 13, 34)? Bem sabia ele que o preceito do amor se encontrava, desde há muito, na Lei (1Jo 2, 7ss.; Lev 19, 18). Mas, como «a caridade nunca acabará» (1Cor 13, 8), [...] afirma a eterna novidade deste preceito que não envelhece. [...]

Para o pecador, e para aqueles que não observam o pacto da caridade, até os Evangelhos envelhecem; não pode haver um Novo Testamento para aquele que não se despoja do homem velho e não se reveste do homem novo, criado segundo Deus (Ef 4, 22-24).

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Publicado por Frei Fernando Maria em 13/06/2009 às 10h55
 
12/06/2009 13h27
UM AMOR FIEL E EXCLUSIVO, ATÉ À MORTE...
Paulo VI, Papa entre 1963 e 1978
Humanae vitae, 8-9

«Deus criou o homem à Sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher» (Gn 1, 27)

«O amor conjugal exprime a sua verdadeira natureza e nobreza quando se considera a sua fonte suprema, Deus, que é Amor. [...] O matrimônio não é, portanto, fruto do acaso, ou produto de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador, para realizar na humanidade o Seu desígnio de amor.

Mediante a doação pessoal recíproca, [...] os esposos tendem para a comunhão dos seus seres, com vista a um aperfeiçoamento mútuo pessoal, para colaborarem com Deus na geração e educação de novas vidas. Depois, para os batizados, o matrimônio revela a dignidade de sinal sacramental da graça, enquanto representa a união de Cristo com a Igreja (Ef 5, 32).

A esta luz, aparecem-nos claramente as notas características do amor conjugal. [...] É, antes de mais, um amor plenamente humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível. Não é, portanto, um simples ímpeto do instinto ou do sentimentos; mas é também, e principalmente, um ato da vontade livre, destinado a manter-se e a crescer, mediante as alegrias e as dores da vida quotidiana, de tal modo que os esposos se tornem um só coração e uma só alma e alcancem a sua perfeição humana.

É, depois, um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade pessoal, em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas. Quem ama verdadeiramente o próprio consorte não o ama somente por aquilo que dele recebe, mas por ele mesmo, sentindo-se feliz por poder enriquecê-lo com o dom de si próprio.

É, ainda, um amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem, efectivamente, o esposo e a esposa no dia em que assumem, livremente e com plena consciência, o compromisso do vínculo matrimonial. [...] É, finalmente, um amor fecundo, que não se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 12/06/2009 às 13h27



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