FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
13/12/2010 12h28
AOS TEUS PÉS, SENHOR
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (norte de África) e Doutor da Igreja - Sermão 288 (a partir da trad. de Thèmes et figures, DDB 1984, coll. Pères dans la foi 28-29, p. 303)
 
«Veio Jesus ter com João para ser batizado por ele [...]. João opunha-se, dizendo: 'Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti!'» (Mt 3, 13-14)
 
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram» (Mt 13, 17). Estas santas personagens, com efeito, cheios do Espírito de Deus para anunciar a vinda de Cristo, desejavam com ardor gozar da Sua presença sobre a terra, se assim fosse possível. Foi por essa razão que Deus adiou a partida de Simeão deste mundo; queria que ele pudesse contemplar, na pessoa de uma criança recém-nascida, Aquele por Quem o mundo foi criado (Lc 2, 25 ss.). [...] Simeão viu-O com feições de menino; João, ao contrário, viu-O quando Ele já ensinava e escolhia os Seus discípulos. Onde? Nas margens do rio Jordão. [...]
 
É aí, neste batismo de preparação que Lhe abria caminho, que encontramos um símbolo e uma aproximação do batismo de Jesus Cristo: «preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3, 3). O próprio Senhor quis ser batizado pelo Seu servo para fazer compreender a graça que recebem àqueles que recebem o batismo em nome do Senhor. Foi aí que começou o Seu reino, como que a cumprir a profecia: «dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra» (Sl 72 (71), 8).
 
Nas margens do rio onde o domínio de Cristo começa, viu João o Salvador: viu-O, reconheceu-O e prestou-Lhe testemunho. João humilhou-se perante a grandeza divina a fim de merecer que a sua humildade fosse ressalvada pela mesma grandeza. Declara-se o amigo do esposo (Cf. Jo 3, 29). Que amigo? Aquele que caminha em pé de igualdade? Longe disso! Qual é a distância que ele guarda? Diz ele: «não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias» (Mc 1, 7).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 13/12/2010 às 12h28
 
12/12/2010 16h15
A VERDADE TAL QUAL ELA É...
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero e mártir 
Sermão sobre a santa Teofania; PG 10, 852 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p.136 rev.) 

«Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele.» 

Veneremos a compaixão de um Deus que veio salvar e não julgar o mundo. João, o precursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o batismo: «Raça de víboras» (Mt 3, 6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (Lc 1, 20), não manifestei a graça divina. [...] Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (Jo 1, 30).

Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. «Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu e não sou digno de Lhe descalçar as sandálias. Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o batismo do arrependimento, Ele dá a graça da adoção. «Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo. 

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 12/12/2010 às 16h15
 
10/12/2010 18h14
ORAÇÃO PEDINDO O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO
Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunicade religiosa, teólogo - Meditações e Devoções, Part 3, IV: Pecado, § 2

Converter-se aos repetidos chamamentos de Deus

Meu Senhor Jesus, Tu cujo amor por mim foi suficientemente grande para Te fazer descer do céu para me salvar, querido Senhor, mostra-me o meu pecado, mostra-me a minha indignidade, ensina-me a arrepender-me sinceramente, perdoa-me na Tua misericórdia. Peço-Te, meu querido Salvador, que tomes posse da minha pessoa. Só o Teu perdão o pode fazer; não posso salver-me sozinho; não sou capaz de recuperar o que perdi.

Sem Ti, não posso voltar-me para Ti, nem agradar-Te. Se apenas contar com as minhas forças, irei de mal a pior, vou fraquejar completamente, vou endurecer por negligência. Farei de mim o centro de mim próprio, em vez de o fazer de Ti. Adorarei qualquer ídolo moldado por mim, em vez de Te adorar a Ti, o único verdadeiro Deus, o meu Criador, se não mo impedires com a Tua graça.

Oh meu querido Senhor, escuta-me! Já vivi o suficiente neste estado: a pairar, indeciso e medíocre; quero ser o Teu fiel servidor, não quero pecar mais. Sê misericordioso para comigo, faz com que me seja possível, pela Tua graça, tornar-me naquilo que sei que devia ser.

Paz e Bem! 

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Publicado por Frei Fernando Maria em 10/12/2010 às 18h14
 
09/12/2010 11h04
NÃO ABRANDES
 Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas 
Discursos ascéticos, 1ª série, nº 19 (a partir da trad Touraille, DDB 1981, p. 129) 

A violência que se apodera do Reino 

Que mais nada te impeça de te unires a Cristo. [...] Reza sem esperares, suplica de todo o coração, pede ardentemente, até que recebas. Não abrandes. Essas coisas ser-te-ão dadas se em primeiro lugar, com toda a tua fé, te obrigares a confiar a Deus a tua preocupação e substituíres a tua própria previdência pela providência de Deus.

Quando Ele vir a tua vontade, quando Ele vir que, em total pureza de coração, confias mais Nele que em ti próprio e te obrigas a esperar Nele mais que na tua força, então este poder que desconheces virá fazer em ti a Sua morada. E tu sentirás em todos os teus sentidos o poder Daquele que está incontestavelmente contigo. Graças a este poder, muitos entram no fogo e não temem, caminham sobre as águas e não hesitam. 

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 09/12/2010 às 11h04
 
08/12/2010 12h55
SALVE, Ó CHEIA DE GRAÇA
Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo 
Homilia n°5; PG 43, 491.494.502 (a partir da trad. cf Solesmes, Lectionnaire, t. 1, p. 1003) 

«Salve, ó cheia de graça» 

Que dizer? Que elogio se há de fazer à Virgem gloriosa e santa? Ela ultrapassa todos os seres, à excepção apenas de Deus; por natureza, é mais bela que os querubins, os serafins e todo o exército dos anjos. Nem as línguas do céu nem as da terra, nem as línguas dos anjos bastam para louvá-la.

Virgem bendita, pomba pura, esposa celeste [...], templo e trono da divindade! Cristo, sol esplendoroso do céu e da terra, pertence-te. Tu és a nuvem luminosa que fez descer Cristo, Ele o brilho resplandecente que ilumina o mundo.

Rejubila, ó cheia de graça, porta do céu; é de ti que fala o autor do Cântico dos Cânticos [...] quando exclama: «És horto cerrado, minha irmã, minha esposa, horto cerrado, fonte selada» (4, 12). [...] Santa Mãe de Deus, ovelha imaculada, tu trouxeste ao mundo o Cordeiro, Cristo, o Verbo encarnado em ti. [...] Que maravilha espantosa nos céus: uma mulher vestida de sol (Ap 12, 1), trazendo nos braços a luz! [...]

Que maravilha espantosa nos céus: o Senhor dos anjos que Se torna filho da Virgem. Os anjos acusavam Eva; agora, cumulam Maria de glória, porque Ela levantou Eva da queda e abriu as portas do céu a Adão, outrora expulso do Paraíso. [...]

Imensa é a graça concedida a esta Virgem santa. É por isso que Gabriel a cumprimenta dizendo-lhe: «Rejubila, cheia de graça», resplandecente como o céu. «Rejubila, cheia de graça», Virgem ornada de virtudes sem número. [...] «Rejubila, cheia de graça», tu que sacias os sedentos com as doçuras da fonte eterna.

Rejubila, Santa Mãe Imaculada, tu que geraste Cristo, que te precede. Rejubila, púrpura real, tu que revestiste o Rei do céu e da terra. Rejubila, livro selado, tu que deste a ler ao mundo o Verbo, o Filho do Pai. 

  Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 08/12/2010 às 12h55



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