FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
13/09/2011 07h43
É ESTA A ESPERANÇA DOS FILHOS DE DEUS

 

É ESTA A ESPERANÇA DOS FILHOS DE DEUS

São Fulgêncio de Ruspe (467-532), bispo na África do Norte

O perdão dos pecados; CCL 91A, 693

«Eu te ordeno: Levanta-te!»

«Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta, pois ela há de soar, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados.» Ao dizer «nós», São Paulo fala daqueles que receberão o dom da transformação futura, isto é, dos seus companheiros na comunhão da Igreja e numa vida reta. E sugere a natureza desta transformação quando prossegue: «É necessário que este corpo corruptível se revista de incorruptibilidade e que este corpo mortal se revista de imortalidade» (1Cor 15,52-53). Para recebermos esta transformação como recompensa justa, ela tem que ser precedida pela transformação que provém da abundância da graça. [...]

Na vida atual, é, pois a graça que age para que a justificação, através da qual ressuscitamos espiritualmente, inicie essa transformação; e em seguida, quando da ressurreição do corpo que completa a transformação dos homens justificados, a glorificação será perfeita. [...] Em primeiro lugar, a graça da justificação e, em seguida, a da glorificação transforma-os de tal modo que a glorificação permanece neles imutável e eterna.

Com efeito, eles ficam transformados na terra por esta primeira ressurreição, que os ilumina para que se convertam. Através dela, passam da morte para a vida, do pecado para a justiça, da descrença para a fé, de uma conduta incorreta para uma vida santa. É por isso que a segunda morte não tem poder sobre eles. Diz o Apocalipse: «Felizes os que participam na primeira ressurreição: a segunda morte não tem poder sobre eles» (Ap. 20,6). [...] E é também por isso que nos devemos apressar a participar na primeira ressurreição, se não quisermos ser condenados ao castigo da segunda morte. Aqueles que, transformados nesta vida pelo seu respeito a Deus, passam de uma vida má para uma vida boa, passam da morte para a vida; seguidamente, a sua vida de miséria ficará transformada numa vida de glória.

Paz e Bem!

         ©Evangelizo.org 2001-2010


Publicado por Frei Fernando Maria em 13/09/2011 às 07h43
 
12/09/2011 16h55
A VERDADE LIBERTA

 

A VERDADE LIBERTA

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja - Sermão 62

«Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado»

Como é que o centurião obteve a graça da cura do seu servo? «Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.» Tenho poder sobre os meus subordinados, mas eu também estou submetido a uma autoridade superior. Se, pois, embora subordinado, tenho, apesar de tudo, o poder de comandar, que não poderás fazer Tu, a Quem se submetem todas as potestades? Este homem pertencia ao povo pagão, pois a nação judaica estava então ocupada pelos exércitos do império romano. Era, portanto, na Judeia que ele comandava os soldados, na qualidade de centurião [...].

Mas Nosso Senhor, embora estivesse no meio do povo hebraico, declarava já que a Igreja se espalharia por toda a terra para onde Ele viria a enviar todos os apóstolos (cf Mt 8,11). E, com efeito, os pagãos acreditaram n'Ele sem O terem visto [...]. O Senhor não entrou fisicamente na casa do centurião. Embora ausente de corpo, estava presente pela Sua majestade e curou esta casa e a sua fé.

Do mesmo modo, o Senhor só estava fisicamente presente no meio do povo hebraico; os outros povos não O viram nascer de uma Virgem, nem sofrer, nem caminhar, nem sujeitar-Se às condições da natureza humana, nem fazer maravilhas divinas. Ele não fez nada disso entre os pagãos e, no entanto, entre eles, realizou-se o que Ele tinha dito a seu respeito: «Povos desconhecidos prestaram-Me vassalagem». Como é que O serviram se não O conheciam? O salmo continua: «Mal ouviram falar de Mim, logo Me obedeceram e os estrangeiros Me cortejaram» (Sl 17,45).

Paz e Bem!

         ©Evangelizo.org 2001-2010


Publicado por Frei Fernando Maria em 12/09/2011 às 16h55
 
01/09/2011 11h49
"TENHO SEDE!"

 

“TENHO SEDE!”

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja - Manuscrito autobiográfico

«Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens»

Nessa noite de luz [no Natal, aos catorze anos] começou o terceiro período da minha vida, o mais belo de todos, o mais repleto de graças do céu. [...] Tal como os Seus apóstolos eu podia dizer: «Mestre, trabalhámos durante toda a noite e nada apanhámos». Sendo ainda mais misericordioso para comigo do que tinha sido para com os Seus discípulos, Jesus, pegou Ele mesmo na rede, lançou-a e retirou-a repleta de peixes. Fez de mim uma pescadora de almas; senti um grande desejo de trabalhar pela conversão dos pecadores. [...] O grito de Jesus na cruz ressoava também continuamente no meu coração: «Tenho sede!» (Jo 19,28). Essas palavras acendiam em mim um ardor desconhecido e muito vivo. Queria dar de beber ao meu Bem-Amado e sentia-me eu própria devorada pela sede das almas. [...]

A fim de aumentar o meu zelo, o Bom Deus mostrou-me que Lhe agradavam os meus desejos. Ouvi falar de um grande criminoso que tinha acabado de ser condenado à morte por crimes horríveis e que tudo levava a crer que morreria em pecado. Quis, a todo custo, impedi-lo de cair no inferno. [...] Sentia, no fundo do meu coração, a certeza de que [esses] desejos seriam satisfeitos, mas para me encher de coragem para continuar a rezar pelos pecadores disse ao Bom Deus que tinha a certeza de que Ele perdoaria ao pobre infeliz Pranzini, e que eu acreditaria nisso mesmo que ele não se confessasse nem desse nenhum sinal de arrependimento ─ tal era a confiança que eu tinha na misericórdia infinita de Jesus ─, mas que Lhe pedia apenas um «sinal» de arrependimento, só para minha consolação. A minha prece foi respondida à letra! [...]

Ah! Desde que recebi essa graça única, o meu desejo de salvar as almas aumentou dia a dia; parecia-me ouvir Jesus dizer-me, como à samaritana: «Dá-me de beber!» (Jo 4,7). Era uma verdadeira troca de amor; eu dava o sangue de Jesus às almas e oferecia a Jesus essas mesmas almas refrescadas pelo Seu orvalho divino. Assim, Ele parecia ficar aliviado e, quanto mais Lhe dava a beber, mais a sede da minha pequena alma aumentava, e era essa sede ardente que Ele me dava como a mais deliciosa bebida do Seu amor

Paz e Bem!

         ©Evangelizo.org 2001-2010


Publicado por Frei Fernando Maria em 01/09/2011 às 11h49
 
31/08/2011 07h43
MAS DE ONDE LHE VEM ESSA VONTADE?

 

MAS DE ONDE LHE VEM ESSA VONTADE?

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja

Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, nº 84, 2-3

«As multidões procuravam-No [...]. Mas Ele disse-lhes: 'Tenho de anunciar também às outras cidades'»

Saiba toda a alma que busca a Deus que ela foi por Ele procurada primeiro, que a buscou antes que ela O buscasse. [...] «Toda a noite procurei Aquele que o meu coração ama» (Ct 3,1). A alma procura o Verbo, mas é o Verbo Quem a procura de antemão. [...] Quando entregue a si própria, a nossa alma não mais é do que um sopro que passa e não volta (Sl 78(77),39). Escutai o que ela diz, ao longe fugitiva e à deriva: «Ando errante como ovelha perdida; vem à procura do teu servo» (Sl 119(118),176).

Homem, queres voltar? Mas se isso depende da tua vontade, porque pedes auxílio? [...] É evidente que queres e não podes, pois não és mais do que um sopro que passa e não volta, e todo aquele que não quer ainda mais longe anda. [...] Mas de onde lhe vem essa vontade? De que a procurou e visitou antes o Verbo, numa procura em tudo menos ociosa uma vez que lhe despertou a vontade sem a qual não poderia voltar.

No entanto, não basta que o Senhor a tenha buscado uma vez, tanta é a lassidão e tantas as dificuldades da volta. [...] «O querer está ao meu alcance, diz, mas realizar o bem, isso não» (Cf. Rm 7,18). O que busca, então, aquele que citámos no Salmo? Apenas isso mesmo: que o busquem, pois nunca tal faria se não fosse de antemão buscado e, por conseguinte, não recomeçaria a sua busca se o tivessem suficientemente buscado.

Paz e Bem!

         ©Evangelizo.org 2001-2010


Publicado por Frei Fernando Maria em 31/08/2011 às 07h43
 
30/08/2011 11h36
A VERDADE DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE...

 

A VERDADE DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE...

Trovejas sobre mim, Senhor, teus juízos; sacodes com temor e tremor meus ossos todos e minha alma se apavora. Paro atônito e considero que até os céus não são puros diante de teus olhos (cf. Jó 15,15; 4,18). Se nos anjos encontraste maldade e não os poupaste, que será de mim? Caíram as estrelas do céu (cf. Ap 6,13), e eu, pó, a que me atrevo?

Aqueles, cujas obras pareciam excelentes, tombaram profundamente, e os que comiam o pão dos anjos passaram a se deleitar com as vagens dos porcos. Não há santidade, Senhor, se retiras tua mão; nenhuma sabedoria será proveitosa, se desistires da tua orientação; força alguma conta, sem a tua conservação. Pois abandonados, afundamos e perecemos; mas visitados, nos erguemos e vivemos. Somos instáveis, por ti nos firmamos. Tíbios, por ti nos afervoramos. Foi absorvida toda vanglória na profundeza de teus juízos sobre mim.

Que é a carne diante de ti? Acaso se gloriará o barro contra quem o plasma? (cf. Is 29,16). Como poderá erguer-se com jactância o coração daquele que é submisso a Deus de verdade? O mundo inteiro não consegue ensoberbecer aquele que a verdade conseguiu submeter; nem os lábios elogiosos de todos poderão abalar quem toda sua esperança pôde em Deus firmar. Pois aqueles que falam, nada dizem; passarão com o som das palavras; porém a verdade do Senhor permanece para sempre (Sl 116,2).

***

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.

 

Fonte: Do Livro da Imitação de Cristo - (Lib. 3,14) (Séc.XV)

 


Publicado por Frei Fernando Maria em 30/08/2011 às 11h36



Página 64 de 197 « 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 » «anterior próxima»

Site do Escritor criado por Recanto das Letras