FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
02/07/2010 10h16
"À MESA COM JESUS"
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, I, 21 ; CCL 122, 149-151 (a partir da trad. Orval rev.)

«À mesa com Jesus»

«Encontrando-Se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e Seus discípulos.» Procuremos compreender com maior profundidade o acontecimento até aqui relatado. Mateus não quis apenas oferecer ao Senhor uma refeição material na sua morada terrestre mas, com a sua fé e amor, preparou-Lhe na verdade um banquete na casa do seu coração, como dá testemunho aquele que diz: «Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele Comigo» (Ap 3,20).

Sim, o Senhor está à nossa porta e bate quando torna o nosso coração atento à Sua vontade, seja através da palavra dos que a ensinam, seja por inspiração interior. Abrimos a porta ao chamado da Sua voz quando livremente aceitamos os Seus ensinamentos interiores ou exteriores e quando, tendo compreendido o que devemos fazer, o cumprimos.

E Ele entra para cear, Ele connosco e nós com Ele, porque Ele mora no coração dos Seus amigos, pela graça do Seu amor, para os alimentar Ele próprio, eternamente, com a luz da Sua presença. Assim, os desejos dos Seus amigos tornam-se cada vez mais elevados, e o próprio Senhor se alimenta do zelo destes para com o céu, como do mais delicioso alimento.

Paz e Bem!

    ©Evangelizo.org 2001-2010

Publicado por Frei Fernando Maria em 02/07/2010 às 10h16
 
01/07/2010 09h19
A HONRA DE RECEBER A CONFISSÃO E O PODER DE PERDOAR
Isaac de l'Étoile (?-c. 1171), monge cisterciense
Homilia 11 (a partir da trad. breviário; cf Orval)

«Quem pode perdoar os pecados se não só Deus?» (Mc 2, 7)

Há duas coisas que pertencem apenas a Deus: a honra de receber a confissão e o poder de perdoar. Devemos confessar-nos a Ele e esperar d'Ele o perdão. Com efeito, perdoar os pecados pertence unicamente a Deus; por isso é apenas a Ele que devemos confessá-los. Mas o Todo-Poderoso, o Altíssimo, tendo tomado uma esposa fraca e insignificante, fez dela uma rainha. E colocou-a a Seu lado, ela que estava a Seus pés; pois foi do Seu lado que ela saiu e foi por aí que Ele a desposou (Gn 2, 22; Jo 19, 34). E, tal como tudo o que pertence ao Pai é do Filho e tudo o que é do Filho é do Pai pela unidade da Sua natureza (Jo 17, 10), assim também o esposo deu todos os Seus bens à esposa e tomou sobre Si tudo o que pertence à esposa, que uniu a Si mesmo e também a Seu Pai. [...]

É por isso que o Esposo, que é uno com o Pai e com a esposa, lhe retirou tudo o que nela havia de estranho, fixando-o na cruz em que carregou os pecados dela, pregando-os ao madeiro e destruindo-os pelo madeiro. Ele assumiu o que era natural e próprio da esposa; e deu à esposa o que era divino e próprio d'Ele. [...] Ele partilha assim a fraqueza da esposa e os seus gemidos, e tudo é comum ao Esposo e à esposa: a honra de receber a confissão e o poder de perdoar. Tal é a razão desta frase: «Vai mostrar-te ao sacerdote» (Mc 1, 44).

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Publicado por Frei Fernando Maria em 01/07/2010 às 09h19
 
30/06/2010 11h05
"QUE HÁ PARA ALÉM DESTA VIDA TERRENA?"
Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo (Gaudium et spes), §§ 9-10 - Copyright © Libreria Editrice Vaticana

«Rogaram-Lhe que Se retirasse daquela região»

O mundo atual apresenta-se, assim, simultaneamente poderoso e débil, capaz do melhor e do pior, tendo patente diante de si o caminho da liberdade ou da servidão, do progresso ou da regressão, da fraternidade ou do ódio. E o homem torna-se consciente de que a ele compete dirigir as forças que suscitou, e que tanto o podem esmagar como servir. Por isso se interroga a si mesmo.

Na verdade, os desequilíbrios de que sofre o mundo atual estão ligados com aquele desequilíbrio fundamental que se radica no coração do homem. Porque no íntimo do próprio homem muitos elementos se combatem. Enquanto, por uma parte, ele se experimenta, como criatura que é, multiplamente limitado, por outra sente-se ilimitado nos seus desejos, e chamado a uma vida superior.

Atraído por muitas solicitações, vê-se obrigado a escolher entre elas e a renunciar a algumas. Mais ainda, fraco e pecador, faz muitas vezes aquilo que não quer e não realiza o que desejaria fazer (Rom 7, 15). Sofre assim em si mesmo a divisão, da qual tantas e tão grandes discórdias se originam para a sociedade. [...]

Perante a evolução atual do mundo, cada dia são mais numerosos os que põem ou sentem com nova acuidade as questões fundamentais: Que é o homem? Qual o sentido da dor, do mal, e da morte, que, apesar do enorme progresso alcançado, continuam a existir? Para que servem essas vitórias, ganhas a tão grande preço? Que pode o homem dar à sociedade, e que coisas pode dela receber? Que há para além desta vida terrena?

A Igreja, por sua parte, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todos, oferece aos homens, pelo Seu Espírito, a luz e a força para poderem corresponder à sua altíssima vocação; nem foi dado aos homens sob o céu outro nome, no qual devam ser salvos (Act 4, 12).

Acredita também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e mestre. E afirma, além disso, que, subjacentes a todas as transformações, há muitas coisas que não mudam, cujo último fundamento é Cristo, o mesmo ontem, hoje, e para sempre (Heb 13, 8).

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Publicado por Frei Fernando Maria em 30/06/2010 às 11h05
 
27/06/2010 08h35
"SÓ POSSUI TUDO QUEM NÃO POSSUI NADA"
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para a festa da Exaltação da Santa Cruz (a partir da trad. Source cachée, Cerf 1999, p. 277)

«Segue-Me»

O Salvador precedeu-nos no caminho da probreza. Todos os bens do céu e da terra Lhe pertencem. Não representam para Ele nenhum perigo; podia fazer uso deles e manter o Seu coração completamente livre. Mas Ele sabia que é quase impossível a um ser humano possuir bens sem se subordinar a eles e tornar-se seu escravo. Foi por esta razão que Ele abandonou tudo e nos mostrou, com o Seu exemplo, mais ainda do que pelas Suas palavras, que só possui tudo quem não possui nada.

O Seu nascimento num estábulo e a Sua fuga para o Egipto mostravam já que o Filho do Homem não teria onde reclinar a cabeça. Quem quiser segui-Lo tem de saber que não temos aqui morada permanente. Quanto mais vivamente tomarmos consciência disso, mais fervorosamente tenderemos para a nossa futura morada, e exultaremos com o pensamento de termos direito de cidadania no Céu.

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Publicado por Frei Fernando Maria em 27/06/2010 às 08h35
 
26/06/2010 14h51
OS MILAGRES, AS CURAS VERDADEIRAS REVELAM A DIVINDADE DE CRISTO...
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homilias sobre São Mateus, 27,1 (a partir da trad. Véricel, l'Evangile commenté, p. 98)

«Ele curou muitos doentes»

«Ao entardecer, apresentaram-Lhe muitos possessos; e Ele, com a Sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes». Vês como a fé da multidão crescia pouco a pouco? Apesar da hora avançada, não quiseram deixar o Senhor; pensaram que a tarde permitia trazer-Lhe os doentes. Imagina o número de curas que os evangelistas não relataram; não as contam todas, uma a uma, mas numa só frase fazem-nos ver um oceano infinito de milagres.

Para que a grandeza do prodígio não nos provoque a incredulidade, para que não fiquemos perturbados com o pensamento de uma tal multidão ferida de males tão diversos e curada num instante, o evangelho traz o testemunho do profeta, tão extraordinário e tão surpreendente como os próprios fatos: «Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores» (53, 4).

Não diz: «Ele destruiu», mas: «Ele tomou» e «Ele carregou», frisando assim, no meu entender, que o profeta fala mais do pecado que dos males do corpo, o que está em conformidade com a palavra de João Baptista: «Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1, 29).

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Publicado por Frei Fernando Maria em 26/06/2010 às 14h51



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