FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
05/04/2010 00h37
SALVE Ó VÍTIMA PASCAL
Liturgia romana

«Jesus saiu ao seu encontro»

À Vítima pascal
ofereçam os cristãos sacrifícios de louvor.

O Cordeiro resgatou as ovelhas;
Cristo, o Inocente,
reconciliou com o Pai os pecadores.

A morte e a vida
travaram um admirável combate;
depois de morto,
vive e reina o Autor da vida.

Diz-nos, Maria, que viste no caminho?
Vi o sepulcro de Cristo vivo
e a glória do Ressuscitado.
Vi as testemunhas dos Anjos,
vi o sudário e a mortalha.
Ressuscitou Cristo, minha esperança;
precederá os Seus discípulos na Galileia.

Nós sabemos e acreditamos:
Cristo ressuscitou dos mortos.
Ó Rei vitorioso,
tende piedade de nós.

Paz e Bem!

    ©Evangelizo.org 2001-2010

Publicado por Frei Fernando Maria em 05/04/2010 às 00h37
 
02/04/2010 12h50
É A CRUZ DE CRISTO NOSSO PORTO SEGURO
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, nº 2 (a partir da trad. cf E. de Solms, Christs romans, Zodiaque 1966, p. 72ss.)
 
«O centurião que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!"»
 
«No princípio era o Verbo» (Jo 1, 1), a Palavra de Deus. Ele é idêntico a Si próprio; o que Ele é, é-o sempre; Ele não pode mudar, Ele é o que é. Foi esse o nome com que Se deu a conhecer ao Seu servo Moisés: «Eu sou Aquele que sou» e «Tu dirás: Aquele que é enviou-me» (Ex 3,14). [...] Quem pode compreendê-Lo? Ou quem poderá chegar a Ele – supondo que emprega todas as forças do seu espírito para atingir, melhor ou pior, Aquele que é?
 
Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar. Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo corta-nos o caminho. [...]
 
Para nos dar um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz de Cristo. Até um cego pode abraçar esta cruz; se não vês bem para onde vais, não a soltes: ela te conduzirá por si própria.
 
Eis, meus irmãos, o que eu gostaria de fazer entrar nos vossos corações: se quereis viver no espírito de piedade, no espírito cristão, uni-vos a Cristo como Ele tem feito por nós, a fim de vos juntardes a Ele tal como Ele é, e tal como sempre foi. Foi por isso que Ele desceu até nós, porque fez-Se homem a fim de levar os inválidos, de os fazer atravessar o mar e de os fazer abordar na pátria, onde já não há necessidade de navios porque não há mais oceanos para atravessar.
 
Se necessário, seria melhor não ver com o espírito Aquele que é mas abraçar a cruz de Cristo, do que vê-Lo com o espírito e desprezar a cruz. Possamos nós, para nosso bem, ao mesmo tempo ver para onde vamos e fixar-nos com grampos ao navio que nos leva! [...] Alguns conseguiram-no, e viram Aquele que é. Foi porque O viu que João disse: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» Eles viram-no; e, para chegarem junto Daquele que viam de longe, uniram-se à cruz de Cristo, não desprezaram a humildade de Cristo.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 02/04/2010 às 12h50
 
31/03/2010 18h30
AQUI NASCE A VIDA DA IGREJA
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A Oração da Igreja (a partir da trad. Paris, 1955, pp. 19-22; cf. Source cachée, p. 54)
 
«Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
 
Sabemos, pelos relatos evangélicos, que Cristo orou como judeu crente e fiel à Lei. [...] Ele pronunciou as velhas orações de bênção do pão, do vinho e dos frutos da terra que ainda hoje se recitam, como testemunham os relatos da Última Ceia, totalmente consagrada a uma das mais sagradas obrigações religiosas: a solene refeição pascal, que comemorava a libertação da servidão do Egito. Talvez seja aqui que temos a visão mais profunda da oração de Cristo, e como que a chave que nos introduz na oração de toda a Igreja. [...]
 
A bênção e a partilha do pão e do vinho faziam parte do rito da refeição pascal. Mas uma e outra recebem aqui um sentido inteiramente novo. Aqui nasce a vida da Igreja. É certo que só no Pentecostes é que a Igreja nasce como comunidade espiritual e visível; mas aqui, na Ceia, cumpre-se o enxerto do sarmento na cepa que torna possível a efusão do Espírito. As antigas orações de bênção tornaram-se, nos lábios de Cristo, palavras criadoras de vida. Os frutos da terra transformaram-se na Sua carne e no Seu sangue, encheram-se da Sua vida. [...] A Páscoa da Antiga Aliança veio a ser a Páscoa da Nova Aliança.
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 31/03/2010 às 18h30
 
30/03/2010 08h54
ERA NOITE
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.)
 
«Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»
 
Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a fazer, fazei-o depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e anunciava-nos o nosso bem. O fato de Cristo ser entregue não terá sido o pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se, beneficiando-nos sem o saber.
 
«O que tens a fazer, fazei-o depressa.» Palavras de um homem que está pronto, não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai, mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer, fazei-o depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura apressar a salvação dos creem. «Foi entregue por causa das nossas faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5, 25).
 
É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). De fato, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fazei-o depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade Daquele que pode tudo. [...]
 
«Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Era noite». E aquele que saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18, 3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13, 43).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 30/03/2010 às 08h54
 
29/03/2010 09h13
Ó AMOR DO MEU CORAÇÃO!
Guilherme Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino depois cisterciense
Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)
 
«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»
 
Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência. Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha longa negligência.
 
Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam, de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada.
 
Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me importa incomodar seja quem for.
 
Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume, porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc 7, 47).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 29/03/2010 às 09h13



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