13/09/2012 17h48
"AMAI OS VOSSOS INIMIGOS"
“AMAI OS VOSSOS INIMIGOS”
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja Manuscrito autobiográfico C, 15v°-16r°
«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem» (Mt 5,43-44). Claro que no Carmelo não se encontram inimigos mas, enfim, há simpatias; sentimo-nos mais atraídas por esta irmã, enquanto aquela nos levaria até a fazer um desvio para não deparar com ela. Assim, sem mesmo o saber, ela torna-se objeto de perseguição. Pois bem, Jesus diz-me que é preciso amar essa irmã, rezar por ela, mesmo que a sua conduta me leve a crer que ela não gosta de mim: «Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam.» E não basta amar, é preciso demonstrá-lo. Ficamos naturalmente felizes por dar um presente a um amigo, gostamos muito de fazer surpresas, mas a caridade não é isso, pois os pecadores também o fazem. Eis que Jesus continua a ensinar-me: «Dá a todo aquele que te pede, e a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames». Dar a todas as que pedem é menos doce que oferecer-se a si mesma num movimento amoroso. [...] Se é difícil dar a quem nos pede, ainda o é mais deixar alguém apoderar-se do que é nosso sem o reclamar. Oh minha Mãe, digo que é difícil, mas deveria antes dizer que parece ser difícil, pois o jugo do Senhor é leve e suave (Cf. Mt 11,30). Quando o aceitamos, sentimos logo a sua doçura e clamamos como o salmista: «Correrei pelo caminho dos Teus mandamentos, porque deste largas ao meu coração» (Sl 118,32). Não há como a caridade para dilatar o meu coração, oh Jesus. Desde que essa doce chama o consome, corro com alegria no caminho do Vosso mandamento novo (Jo 13,34). Se para muitos fazer o bem é um peso, para quem ama, fazer o bem é como um perfume de suave odor, faz bem a quem o sente e sente-se muito bem por isso... Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 13/09/2012 às 17h48
05/09/2012 10h48
TUDO O QUE NÃO PERMANECE EM DEUS, SUCUMBE ETERNAMENTE...
TUDO O QUE NÃO PERMANECE EM DEUS, SUCUMBE ETERNAMENTE... Catecismo da Igreja Católica §§ 309-310 Se Deus Todo-Poderoso, criador do mundo ordenado e bom, cuida de todas as Suas criaturas, por que existe o mal? Não existe nenhuma resposta rápida para esta pergunta tão urgente quanto inevitável, tão dolorosa quanto misteriosa. É o conjunto da fé cristã que constitui a resposta a esta pergunta: a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus que vem ao encontro do homem pelas Suas alianças, pela Encarnação redentora do Seu Filho, pela dádiva do Espírito, pela reunião da Igreja, pela força dos sacramentos, pelo apelo a uma vida bem-aventurada à qual as criaturas livres são antecipadamente convidadas a consentir, mas à qual também antecipadamente podem escusar-se. Não há uma linha da mensagem cristã que não seja em parte uma resposta à questão do mal. Porque não terá Deus criado um mundo tão perfeito que nenhum mal aí conseguisse existir? Segundo o Seu poder infinito, Deus poderia sempre criar qualquer coisa melhor (São Tomás de Aquino). Porém, na Sua sabedoria e bondade infinitas, Deus quis livremente criar um mundo «a caminho» da sua perfeição. No desígnio de Deus, este devir comporta o aparecimento de certos seres e o desaparecimento de outros, com o mais perfeito, mas também o menos perfeito, com as construções da natureza, mas também as destruições. Com o bem físico existe também o mal físico enquanto a criação não atingir a sua perfeição. No atual estágio da criação o mal é uma incógnita que tem sua resposta em nossas decisões e escolhas. Portanto, a liberdade e a proteção que temos da parte de Deus, que é nosso Sumo Bem, requer que decidamos tudo em nossa vida conforme o bem que de Deus recebemos sempre que permitimos que Ele atue livremente em nosso querer e executar, conforme seus desígnios de amor. Desse modo, jamais o mal se perpetuará sem a nossa colaboração, mas se findará nele mesmo; porque tudo o que não permanece em Deus, sucumbe eternamente. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 05/09/2012 às 10h48
03/09/2012 22h12
ANIQUILOU-SE A SI MESMO...
ANIQUILOU-SE A SI MESMO... São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja Meditações sobre a vida de Cristo; Opera omnia, t. 12, pp. 530ss.
«Não é este o filho de José?» Parecem ter alcançado o grau mais elevado esses que, com todo o coração e sem fingimento, são de tal maneira senhores de si, que nada mais procuram do que ser desprezados, não ser tidos em conta e viver na humildade. [...] Enquanto não chegardes aí, pensai que nada fizestes. Com efeito, como somos todos «servos inúteis», nas palavras do Senhor (cf. Lc 17, 10), mesmo que façamos tudo bem, enquanto não alcançarmos este grau de humildade não estaremos na verdade, mas estaremos e caminharemos na vaidade. [...] Sabes também que o Senhor Jesus começou por fazer antes de ensinar. Mais tarde, haveria de dizer: «Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). E quis praticá-lo realmente, sem fingimento. Fê-lo de todo o coração, como era manso e humilde de todo o coração e em verdade. N'Ele não havia dissimulação (cf. 2Cor 1, 19). Estava de tal maneira mergulhado na humildade, no desprezo e na abjeção, aniquilara-Se de tal maneira aos olhos de todos, que quando começou a pregar e a anunciar as maravilhas de Deus, e a fazer milagres e coisas admiráveis, ninguém Lhe dava valor, antes O desprezavam e troçavam Dele dizendo: «Não é este o filho do carpinteiro?», e outras coisas parecidas. Assim se cumpre a palavra de São Paulo: «Aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2, 7), e não apenas de servo comum, pela encarnação, mas de um servo inútil, através da Sua vida humilde e desprezada. Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 03/09/2012 às 22h12
28/08/2012 08h18
CONHECENDO OS BENEFÍCIOS DA CONFISSÃO
CONHECENDO OS BENEFÍCIOS DA CONFISSÃO Catecismo da Igreja Católica (CIC §§ 1455-1458). «Limpa antes o interior do copo» A confissão (a acusação) dos pecados, mesmo de um ponto de vista simplesmente humano, liberta-nos e facilita nossa reconciliação com os outros. Pela confissão, o homem encara de frente os pecados de que se tornou culpado; assume a sua responsabilidade e, desse modo, abre-se de novo a Deus e à comunhão da Igreja, para tornar possível um futuro diferente. A confissão ao sacerdote constitui uma parte essencial do sacramento da Penitência: [...] «Quando os cristãos se esforçam para confessar todos os pecados de que se lembram, não se pode duvidar de que os apresentam todos ao perdão da misericórdia divina. Os que procedem de modo diverso, e conscientemente ocultam alguns, esses não apresentam à bondade divina nada que ela possa perdoar por intermédio do sacerdote. Porque, 'se o doente tem vergonha de descobrir a sua ferida ao médico, a medicina não pode curar o que ignora'» (Concílio de Trento; S. Jerónimo). Segundo o mandamento da Igreja, «todo o fiel que tenha atingido a idade da discrição, está obrigado a confessar fielmente os pecados graves, ao menos uma vez ao ano». [...] Sem ser estritamente necessária, a confissão das faltas quotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo com maior frequência, neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele (Lc 6,36): «[...] Quando começas a detestar o que fizeste, é então que começam as tuas boas obras, porque acusas as tuas obras más. O princípio das obras boas é a confissão das más. Praticaste a verdade e vens à luz» (St. Agostinho). (cf. Jo 8,12). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2012 Publicado por Frei Fernando Maria em 28/08/2012 às 08h18
26/08/2012 07h37
NÃO REPELIREI AQUELE QUE VEM A MIM...
"NÃO REPELIREI AQUELE QUE VEM A MIM"...
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Homilia 25 sobre São João, 14-16
«Também vós quereis ir embora?»
«Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do Céu, pois o pão de Deus é o que desce do Céu e dá a vida ao mundo» (Jo 6,32-33). [...] Vós desejais este pão do céu, ele está à vossa frente e não o comeis. «Eu já vos disse: Vós vedes-Me e não Me acreditais» (Jo 6,36). «Que importa se alguns deles não creram? Acaso a sua incredulidade destruirá a fidelidade de Deus?» (Rm 3,3) Vede então: «Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim e não repelirei aquele que vem a Mim» (Jo 6,37). Que interioridade é esta de onde não se sai? Um grande recolhimento, um doce segredo. Um segredo que não cansa, liberto da amargura dos maus pensamentos, isento do tormento das tentações e das dores. Não será num segredo destes que entrará aquele servo fiel que ouve dizer: « Entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,21)?
«Não repelirei aquele que vem a Mim, porque desci do Céu não para fazer a Minha vontade mas a d'Aquele que Me enviou» (Jo 6,38). Mistério profundo! [...] Sim, para curar a causa de todos os males, isto é a soberba, o Filho de Deus desceu e fez-Se humilde. Por que és arrogante, ó homem? Deus fez-Se humilde por tua causa. Talvez te envergonhes por imitar a humildade de um homem; imita então a humildade de Deus. [...] Deus fez-Se homem; tu, ó homem, reconhece que és homem: toda a tua humildade consiste em conheceres-te. E é porque Deus ensina a humildade que disse: «Desci do Céu para fazer a vontade d'Aquele que Me enviou. [...] Desci do Céu humilde, para ensinar a humildade como mestre de humildade. Aquele que vem a Mim tornar-se-á membro do Meu Corpo; aquele que vem a Mim tornar-se-á humilde. [...] Não fará a sua vontade, mas a de Deus; por isso não será repelido como quando era arrogante» (cf Gn 3,24).
Paz e Bem!
©Evangelizo.org 2001-2012
Publicado por Frei Fernando Maria em 26/08/2012 às 07h37
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