FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
18/10/2008 23h53
“AS PALAVRAS QUE VOS TENHO DITO SÃO ESPÍRITO E VIDA”.
Boa é toda a palavra de Cristo: ela tem uma missão e finalidade, ela não cai por terra. É impossível que em vez alguma tenha pronunciado palavras efêmeras, Ele, o Verbo de Deus, que por seu próprio desejo exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Cristo é boa.

Mesmo se os seus propósitos tiverem sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos, ou opiniões, sejam reprimendas, ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação – nada, em todas elas, terá uma significação puramente acidental, um alcance limitado ou parcial [...].

Pelo contrário, todas as palavras sagradas de Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato - sendo difíceis portanto, porque há que nelas lograr perceber o que têm de momentâneo e de contingente - mesmo assim, elas nada perdem da sua força, a cada século que passa.

Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre nos céus  (cf. Mt 24,35); prolongam-se até è eternidade. São a nossa regra santa, justa e boa, palavras que são «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima, no nosso tempo, como quando pela primeira vez foram pronunciadas.

Tudo isto terá sido verdadeiro, mesmo aceitando-se ter sido obra humana a recolha destas migalhas da mesa de Cristo. Mas temos uma certeza muito maior, porque as recebemos não dos homens, mas de Deus (1Ts 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril.

Louvado seja por ter escolhido e salvo para nós palavras que deveriam ser particularmente úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja, para a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito, e não de letras (Rm 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4). (Cardeal John Henry Newman (1801-1890), padre, fundador de comunidade religiosa, teólogo - PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»).

Paz e Bem!

 


Publicado por Frei Fernando Maria em 18/10/2008 às 23h53

Site do Escritor criado por Recanto das Letras