![]() 09/02/2009 12h54
Ó DEUS VERDADEIRO E SENHOR MEU!
Santa Teresa d'Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja Exclamação 16 (trad. a partir de Auclair, Oeuvres, 1964, p. 534 e OC, Cerf, 1995, p. 892) «E quantos O tocavam ficavam curados» Ó Deus verdadeiro e Senhor meu! Para a alma afligida pela solidão em que vive na Tua ausência, é grande consolo saber que estás em toda a parte. Mas que sentido há nisto, Senhor, quando a força do amor e a impetuosidade desta pena aumentam, e o coração se atormenta, a tal ponto, que nem podemos já compreender nem conhecer tal verdade? A alma percebe apenas que está apartada de Ti, e nenhum remédio admite. Porque o coração que muito ama não consente outros conselhos nem consolos, senão os vindos d'Aquele que o feriu; d'Ele, somente, espera a cura para a pena. Quando Tu queres, Senhor, depressa saras a ferida que fizeste. Ó meu Bem-Amado, com quanta compaixão, com quanta doçura, bondade e ternura, com quantas mostras de amor Tu saras estas chagas feitas com as setas do Teu amor! Ó meu Deus, Tu és o repouso para todas as penas. Não será loucura vã procurar meios humanos para curar os que vivem enfermos do divino fogo? Quem poderá saber aonde tal ferida chegará, donde vem, e como mitigar tão penoso tormento? [...] Quanta razão tem a esposa do Cântico dos Cânticos, ao dizer: «O meu amado é para mim e eu para ele!» (Ct 2,16). Porque o amor que sinto não pode ter origem em algo tão baixo como é este meu amor. E no entanto, Esposo meu, sendo ele assim tão baixo, como entender que seja afinal capaz de superar todas as coisas criadas, para chegar a seu Criador? Paz e Bem! Publicado por Frei Fernando Maria em 09/02/2009 às 12h54
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