![]() 26/10/2009 11h57
E ME CRIASTE LUZ...
Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge e poeta arménio
Livro de Orações, n.°18 (a partir da trad. SC 78, p. 123 rev.) «No mesmo instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus» Houve um tempo em que eu não estava presente, e Tu criaste-me. Eu não tinha orado, e Tu, Tu fizeste-me. Eu não tinha ainda vindo à luz, e no entanto viste-me. Eu não tinha aparecido, e no entanto tiveste piedade de mim. Eu não Te tinha invocado, e no entanto tomaste-me ao Teu cuidado. Eu não Te tinha feito qualquer sinal, e no entanto olhaste para mim. Eu não Te tinha dirigido qualquer súplica, e no entanto tiveste misericórdia para comigo. Eu não tinha articulado o mínimo som, e no entanto ouviste-me. Eu não tinha sequer suspirado, e no entanto a tudo estiveste atento. Sabedor do que ia acontecer-me neste tempo presente Não me votaste ao desprezo. Considerando, com Teus previdentes olhos, Os erros deste pecador que eu sou, Vieste contudo a modelar-me. Sou agora este ser que Tu criaste, Que salvaste, Que foi alvo de tanta solicitude! Que a ferida do pecado, suscitada pelo Acusador, Não me perca para sempre! [...] Presa, paralisada, Curvada como a mulher que sofria, A minha alma infeliz, impotente, não consegue reerguer-se. Sob o peso do pecado, ela fixa-se à terra, Com as pesadas cadeias de Satã [...] Inclina-Te, ó Misericordioso único, sobre mim, Esta pobre árvore que pensa que caiu. A mim, que estou seco, faz-me reflorir Em beleza e esplendor, Segundo as palavras divinas do santo profeta (Ez 17, 22-24) [...] Tu, Protector único, Digna-Te lançar sobre mim um olhar Vindo da solicitude do Teu indizível amor [...] E do nada criarás em mim a própria luz (cf. Gn 1, 3). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2009 Publicado por Frei Fernando Maria em 26/10/2009 às 11h57
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