![]() 30/03/2010 08h54
ERA NOITE
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.) «Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas» Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a fazer, fazei-o depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e anunciava-nos o nosso bem. O fato de Cristo ser entregue não terá sido o pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se, beneficiando-nos sem o saber. «O que tens a fazer, fazei-o depressa.» Palavras de um homem que está pronto, não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai, mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer, fazei-o depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura apressar a salvação dos creem. «Foi entregue por causa das nossas faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5, 25). É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). De fato, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fazei-o depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade Daquele que pode tudo. [...] «Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Era noite». E aquele que saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18, 3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13, 43). Paz e Bem! ©Evangelizo.org 2001-2010 Publicado por Frei Fernando Maria em 30/03/2010 às 08h54
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