FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
16/07/2010 07h44
CONTRAOS OS VICÍOS E TODO O MAL
CONTRA OS VÍCIOS E TODA ESPÉCIE DE MAL
 
Aelred de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense
Le Miroir de la charité, III, 3,4 (a partir da trad. cf. Brésard, 2000 ans B, p. 80 e Bellefontaine 1992, p. 186)
 
Observar o descanso sabático da alma
 
A princípio, temos de fazer o esforço de praticar as boas obras, para seguidamente repousarmos na paz da nossa consciência. [...] É a celebração jubilosa de um primeiro descanso sabático, em que repousamos das obras servis do mundo [...] e deixamos de transportar o fardo das paixões.
 
 
Mas podemos deixar o quarto íntimo em que celebramos este primeiro dia de descanso e dirigir-nos ao albergue do nosso coração, onde temos o hábito de nos alegrar com os que se alegram, de chorar com os que choram (cf. Rom 12, 15), e de nos perguntar: «Quem é fraco, que eu não seja fraco? Quem sofre escândalo, que eu não me consuma de dor?» (cf. 2Cor 11, 29).
 
Aí, sentiremos a nossa alma unida à de todos os irmãos pelo cimento da caridade; aí, deixaremos de ser perturbados pelos aguilhões da inveja, de ser queimados pelo fogo da cólera, de ser feridos pelas flechas da desconfiança; estaremos libertos das dentadas devoradoras da tristeza.
 
Se atrairmos todos os homens para o ambiente pacificado do nosso espírito, no qual todos são acolhidos, acalentados por uma doce afeição e em que já não somos com eles senão «um só coração e uma só alma» (At 4, 32), nesse momento, ao saborear esta maravilhosa mansidão, o tumulto da cobiça imediatamente se silencia, a algazarra das paixões apazigua-se e, no interior, opera-se um desapego total de todas as coisas prejudiciais, um repouso alegre e sereno na doçura do amor fraterno.
 
Na quietude deste segundo repouso sabático, a caridade fraterna já não deixa subsistir nenhum vício [...]. Impregnado pela mansidão tranquila deste repouso, David explodiu num canto de júbilo: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!» [Sl 133 (132), 1].
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 16/07/2010 às 07h44

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