FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
16/10/2010 11h54
SOU CRISTÃO
Carta de igreja de Esmirna sobre os seus mártires (c. 155) 
(a partir da trad. Quéré, Pères Apostoliques, Seuil 1980, p. 241; cf SC 10) 

«O Espírito Santo ensinar-vos-á, no momento próprio, o que deveis dizer» 

No momento em que Policarpo entrou no estádio, uma voz ressoou no céu: «Coragem Policarpo, sê forte». Ninguém viu quem falava, mas os nossos que estavam presentes ouviram a voz. [...] Quando a multidão soube quem era este prisioneiro, os gritos duplicaram. O procônsul perguntou-lhe se ele era Policarpo. Sim, respondeu. E o outro tentou arrancar-lhe uma renúncia à sua religião: «Respeita a tua idade avançada. [...] Jura pela fortuna de César, renega. [...] Diz mal de Cristo.» Policarpo respondeu: «Há oitenta e seis anos que O sirvo e Ele nunca me fez mal. Como poderia rejeitar o meu Rei e meu Salvador?»

E, como o outro insistisse [...], Policarpo continuou: «Já que insistes em que eu jure pela fortuna de César, como dizes, e que finges ignorar quem sou, ouve claramente: sou cristão. E se quiseres conhecer a justeza da minha religião, dá-me um dia e escuta-me.» «Persuade a multidão», replicou o procônsul. «Penso que posso discutir contigo pois ambos aprendemos a ter pelas autoridades e pelos magistrados estabelecidos por Deus o respeito que lhes é devido, na condição de que este não se vire contra nós. Mas estas pessoas não possuem dignidade suficiente para que me explique perante elas.»

«Tenho as feras à minha disposição», continuou o procônsul, «e vou lançar-tas se não abjurares. – Chama-as, respondeu Policarpo. – Desprezas os animais? Obstinas-te? Lanço-te às chamas.» Policarpo respondeu: «Ameaças-me com um fogo que arde durante uma hora e se apaga, porque não conheces o fogo do juízo futuro e do castigo eterno que espera os ímpios. Mas porque esperas? Faz como achares melhor».

Os acontecimentos precipitaram-se; foi uma corrida às marcenarias e aos banhos, de onde as pessoas trouxeram madeira e ramos. [...] Quando a fogueira ficou pronta, foi o próprio Policarpo que se despiu e desatou o cinto. Quis também ser ele a desapertar as sandálias, coisa que habitualmente não fazia porque os fiéis o ajudavam. [...] Este grande santo havia suscitado, muito antes do seu martírio, uma imensa veneração. 

Paz e Bem! 

 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 16/10/2010 às 11h54

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