A vida humana tem suas limitações e contradições. Nós que vivemos a experiência da fé com todos os seus valores e ditames que nos orientam para um bem viver, nem sempre correspondemos a esses valores.

Vez por outra nos pegamos caindo em alguma contradição ou fazendo aquilo que não compatível com o fundamento de nossa fé. É o que São Paulo viveu em sua experiência da graça: "Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero". (Rm 7,19)E assim desagradamos a Deus que nos criou com um propósito santo e divino.

Na verdade, ainda segundo São Paulo, travamos uma luta contra nós mesmos:"Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros". (Rm 7,22-23). Essa é uma batalha só vencida mediante a disciplina, a penitência e a oração; ora, esses exercícios espirituais estão em desuso pela maioria dos cristãos. Parece que não sabemos lutar contra nós mesmos.

Por outro lado, precisamos viver a realidade do Reino de Deus que se faz presente no meio de nós, mas é inegável que as contradições existem e precisamos desvencilharmos delas e tirarmos grandes lições de vida, para assim, empreender um novo viver de acordo com a vontade de Deus.

Então estamos em pleno campo de batalha, lutamos contra inimigos presentes no íntimo de cada um de nós, quais sejam, nossa própria vontade, nossos maus costumes, maus desejos, maus pensamentos, maus julgamentos; preguiça, falta de misericórdia, falta de amor; medos e fobias...Parece até que somos uma pilha de defeitos e não filhos e filhas de Deus...

"Uma vez que todas coisas se hão de desagregar, considerai qual deve ser a santidade de vossa vida e de vossa piedade, enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados!

Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz". (2Pd 3,11-14)

Não percamos a esperança, pois: "Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s)". (Hb 12,4-6).

Paz e Bem!