07/06/2016 09h43
"BEM-AVENTURADOS OS POBRES EM ESPÍRITO"
“BEM-AVENTURADOS OS POBRES EM ESPÍRITO” A virtude da pobreza é a porta de entrada da providência divina em nossa vida... Todos os homens, sem exceção, desejam a felicidade, a bem-aventurança. Mas têm sobre ela ideias diferentes: para um, a felicidade está na voluptuosidade dos sentidos e na suavidade de vida; para outro, está na virtude; para outro ainda, está no conhecimento da verdade. É por isso que Aquele que ensina todos os homens [...] começa por recuperar os que se afastaram, orientando os que se encontram no caminho certo, e abrindo a porta aos que batem. [...] Assim, pois, Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6) recupera, orienta e abre a porta, e começa a fazê-lo dizendo: “Bem-aventurados os pobres em espírito”. A falsa sabedoria deste mundo, que na realidade é loucura (1Cor 3,19), pronuncia-se sem compreender o que diz, considerando bem-aventurados “os filhos do estrangeiro, cuja boca só diz mentiras, e cuja direita jura falso”, porque os celeiros deles “estão fornecidos com todas as espécies, os seus rebanhos multiplicam-se aos milhares, em dezenas de milhares os seus campos” (Sl 143,11-13). Mas todas estas riquezas são incertas, a paz deles não é a paz (Jer 6,14), a alegria deles é estúpida. Pelo contrário, a Sabedoria de Deus, o Filho por natureza, a mão direita do Pai, a boca que fala verdade, proclama felizes os pobres, que estão destinados a ser reis do reino eterno. Ele parece dizer: “Procurais a bem-aventurança, mas ela não se encontra onde a procurais; correis, mas correis fora do caminho. Eis o caminho que conduz à felicidade: a pobreza voluntária por minha causa, é esse o caminho. O reino dos céus em Mim, eis a bem-aventurança. Correis muito, mas mal; quanto mais depressa avançais, mais vos afastais da meta.” Não temamos, irmãos. Somos pobres, ouçamos a palavra do Pobre, que recomenda a pobreza aos pobres. Podemos acreditar na sua experiência: tendo nascido pobre, Ele viveu pobre e pobre morreu. Nunca quis enriquecer; antes aceitou morrer. Acreditemos, pois, na Verdade que nos indica o caminho que conduz à vida. Trata-se de um caminho árduo, mas curto; e a felicidade é eterna. O caminho é estreito, mas conduz à vida (Mt 7,14).[1] Paz e Bem! PS: A corrupção é o caminho mais curto para o inferno, e por ele seguem os adoradores do vil metal... (cf. 1Tim 6,6-10).
[1] Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense - Sermão 1, de Todos os Santos Publicado por Frei Fernando Maria em 07/06/2016 às 09h43
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