FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Meu Diário
14/12/2010 11h51
PRODUZI DIGNOS FRUTOS DE PENITÊNCIA
 Beato Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão 1 sobre São João Baptista, § 2 (a partir da trad. Brésard, 2000 ans C, p. 284)
 
«João deu testemunho da verdade. [...] Ele era uma lâmpada que ardia e brilhava» (Jo 5, 33-35)
 
Esta lamparina destinada a iluminar o mundo traz-me uma alegria nova, pois foi graças a ela que reconheci a verdadeira Luz que brilha nas trevas, mas que as trevas não receberam (Jo 1, 5). [...] Podemos admirar-te, João, a ti que és o maior de todos os santos; mas imitar a tua santidade, disso já não somos capazes. Dado que te apressas a preparar para o Senhor um povo perfeito de publicanos e pecadores, é urgente que lhes fales, não tanto através da tua vida, mas com uma linguagem mais ao seu alcance. Propõe-lhes um modelo de perfeição que não seja tanto segundo a tua maneira de viver, mas que esteja adaptado à fraqueza das forças humanas.
 
«Produzi dignos frutos de penitência» (Mt 3, 8), exorta ele. Ora nós, irmãos, gloriamo-nos de falar melhor do que vivemos. Quanto a João, cuja vida é de uma sublimidade que os homens não podem compreender, coloca a sua linguagem ao alcance da inteligência destes: «Fazei dignos frutos de penitência!» «Falo-vos de maneira humana, em razão da fraqueza da carne. Se ainda não conseguis fazer o bem em plenitude, que se encontre em vós, ao menos, um arrependimento verdadeiro daquilo que está mal. Se não podeis ainda produzir os frutos de uma justiça perfeita, que a vossa perfeição consista, para já, em produzir dignos frutos de penitência.»
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 14/12/2010 às 11h51
 
13/12/2010 12h28
AOS TEUS PÉS, SENHOR
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (norte de África) e Doutor da Igreja - Sermão 288 (a partir da trad. de Thèmes et figures, DDB 1984, coll. Pères dans la foi 28-29, p. 303)
 
«Veio Jesus ter com João para ser batizado por ele [...]. João opunha-se, dizendo: 'Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti!'» (Mt 3, 13-14)
 
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram» (Mt 13, 17). Estas santas personagens, com efeito, cheios do Espírito de Deus para anunciar a vinda de Cristo, desejavam com ardor gozar da Sua presença sobre a terra, se assim fosse possível. Foi por essa razão que Deus adiou a partida de Simeão deste mundo; queria que ele pudesse contemplar, na pessoa de uma criança recém-nascida, Aquele por Quem o mundo foi criado (Lc 2, 25 ss.). [...] Simeão viu-O com feições de menino; João, ao contrário, viu-O quando Ele já ensinava e escolhia os Seus discípulos. Onde? Nas margens do rio Jordão. [...]
 
É aí, neste batismo de preparação que Lhe abria caminho, que encontramos um símbolo e uma aproximação do batismo de Jesus Cristo: «preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mt 3, 3). O próprio Senhor quis ser batizado pelo Seu servo para fazer compreender a graça que recebem àqueles que recebem o batismo em nome do Senhor. Foi aí que começou o Seu reino, como que a cumprir a profecia: «dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra» (Sl 72 (71), 8).
 
Nas margens do rio onde o domínio de Cristo começa, viu João o Salvador: viu-O, reconheceu-O e prestou-Lhe testemunho. João humilhou-se perante a grandeza divina a fim de merecer que a sua humildade fosse ressalvada pela mesma grandeza. Declara-se o amigo do esposo (Cf. Jo 3, 29). Que amigo? Aquele que caminha em pé de igualdade? Longe disso! Qual é a distância que ele guarda? Diz ele: «não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias» (Mc 1, 7).
 
Paz e Bem!
 
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Publicado por Frei Fernando Maria em 13/12/2010 às 12h28
 
12/12/2010 16h15
A VERDADE TAL QUAL ELA É...
Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero e mártir 
Sermão sobre a santa Teofania; PG 10, 852 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p.136 rev.) 

«Entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista; e, no entanto, o mais pequeno no Reino do Céu é maior do que ele.» 

Veneremos a compaixão de um Deus que veio salvar e não julgar o mundo. João, o precursor do Mestre, que até então desconhecia este mistério, logo que percebeu que Jesus era verdadeiramente o Senhor, clamou àqueles que tinham vindo pedir o batismo: «Raça de víboras» (Mt 3, 6), porque me olhais com tanta insistência? Eu não sou o Cristo. Sou um servo e não o Mestre. Sou um simples súdito, não sou o rei. Sou uma ovelha, não o pastor. Sou um homem, não um Deus. Curei a esterilidade da minha mãe vindo ao mundo, mas não tornei fecunda a sua virgindade; fui tirado de baixo, não desci das alturas. Emudeci a língua do meu pai (Lc 1, 20), não manifestei a graça divina. [...] Sou miserável e pequeno, mas depois de mim virá Aquele que é antes de mim (Jo 1, 30).

Ele vem depois, no tempo; mas anteriormente estava na luz inacessível e inefável da divindade. «Aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu e não sou digno de Lhe descalçar as sandálias. Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo» (Mt 3, 11). Eu estou subordinado; Ele é livre. Eu estou sujeito ao pecado, Ele destrói o pecado. Eu ensino a Lei, Ele traz-nos a luz da graça. Eu prego como escravo, Ele legisla como mestre. Eu tenho por leito o chão, Ele os Céus. Eu dou-vos o batismo do arrependimento, Ele dá a graça da adoção. «Ele há-de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo». Porque me venerais? Eu não sou o Cristo. 

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 12/12/2010 às 16h15
 
10/12/2010 18h14
ORAÇÃO PEDINDO O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO
Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunicade religiosa, teólogo - Meditações e Devoções, Part 3, IV: Pecado, § 2

Converter-se aos repetidos chamamentos de Deus

Meu Senhor Jesus, Tu cujo amor por mim foi suficientemente grande para Te fazer descer do céu para me salvar, querido Senhor, mostra-me o meu pecado, mostra-me a minha indignidade, ensina-me a arrepender-me sinceramente, perdoa-me na Tua misericórdia. Peço-Te, meu querido Salvador, que tomes posse da minha pessoa. Só o Teu perdão o pode fazer; não posso salver-me sozinho; não sou capaz de recuperar o que perdi.

Sem Ti, não posso voltar-me para Ti, nem agradar-Te. Se apenas contar com as minhas forças, irei de mal a pior, vou fraquejar completamente, vou endurecer por negligência. Farei de mim o centro de mim próprio, em vez de o fazer de Ti. Adorarei qualquer ídolo moldado por mim, em vez de Te adorar a Ti, o único verdadeiro Deus, o meu Criador, se não mo impedires com a Tua graça.

Oh meu querido Senhor, escuta-me! Já vivi o suficiente neste estado: a pairar, indeciso e medíocre; quero ser o Teu fiel servidor, não quero pecar mais. Sê misericordioso para comigo, faz com que me seja possível, pela Tua graça, tornar-me naquilo que sei que devia ser.

Paz e Bem! 

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Publicado por Frei Fernando Maria em 10/12/2010 às 18h14
 
09/12/2010 11h04
NÃO ABRANDES
 Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul, santo das igrejas ortodoxas 
Discursos ascéticos, 1ª série, nº 19 (a partir da trad Touraille, DDB 1981, p. 129) 

A violência que se apodera do Reino 

Que mais nada te impeça de te unires a Cristo. [...] Reza sem esperares, suplica de todo o coração, pede ardentemente, até que recebas. Não abrandes. Essas coisas ser-te-ão dadas se em primeiro lugar, com toda a tua fé, te obrigares a confiar a Deus a tua preocupação e substituíres a tua própria previdência pela providência de Deus.

Quando Ele vir a tua vontade, quando Ele vir que, em total pureza de coração, confias mais Nele que em ti próprio e te obrigas a esperar Nele mais que na tua força, então este poder que desconheces virá fazer em ti a Sua morada. E tu sentirás em todos os teus sentidos o poder Daquele que está incontestavelmente contigo. Graças a este poder, muitos entram no fogo e não temem, caminham sobre as águas e não hesitam. 

Paz e Bem!

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Publicado por Frei Fernando Maria em 09/12/2010 às 11h04



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