Tudo é tão diferente ao meu redor...
Parece até que não sei o que estou vendo...

Mas afinal, o que vejo?
Criaturas...
Criaturas...
Criaturas...
Todas a me distrair do essencial...

Ainda bem que percebo isso...
Senão me perderia nelas...
E nada mais me aproveitaria,
se não me resguardasse o silêncio...

Por ele transponho o barulho deste mundo...
Por ele deixo em segundos
tudo o que me empata a contemplação...
Nele nunca me sinto só...
Porque é nele que encontro o meu Senhor...

E ao encontrá-lo me sinto livre e leve
como a brisa suave do tempo sagrado...
que não é como meu tempo emperrado,
cheio de loucuras e paixões...

Ah, meu Senhor!
Somente assim, no teu silêncio,
posso provar o teu amor...
Porque o teu silêncio, meu Senhor,
me faz também todo teu...

E mesmo vivendo nessa tua intimidade...
Sinto a verdade de ser criatura...
De aspirar tua ternura
arrancando-me do meu nada,
deste mundo cruel...

Ó Senhor,
não deixes que eu me perca de Ti...
Pois, são tantos os caminhos à minha frente...
E cada um apontando rotas tão diferentes...
Que me causam espanto, medo e dor...

Vem logo meu Senhor,
porque esse mundo não é nossa casa...
É tão bom ficar no silêncio de tua morada...
Que me custa muito viver ainda aqui...

Mas, é preciso esperar
o cumprimento de tuas divinas promessas...
Porque é nesse dia haverá a grande festa
do banquete de nossa Redenção...