FREI FERNANDO, VIDA , FÉ E POESIA

A vida, como dom, é uma linda poesia divina, declamemo-la ao Senhor!

Textos


O Número do Homem: 666

Quantas interpretações já não se deram ao famoso número da besta do Apocalipse! Interpretações ingênuas algumas, outras arbitrárias. Muitas com arrevesados cálculos “cabalísticos” transpirando charlatanice!


O que vamos expor não pretende ser a interpretação verdadeira ou definitiva, mas apenas uma explicação interessante feita, há muitos anos, por um físico, amigo nosso, a qual tem pelo menos o mérito de tornar patente o ridículo de tantas exegeses tolas.


A questão do valor simbólico dos números na Sagrada Escritura é muito delicada . É indiscutível que Deus - que tudo fez com medida, peso e número - usa muitas vezes os números para ensinar-nos verdades profundas. O dizer que o número da besta é o número do homem, e que este número é fácil de calcular é uma prova disto.


Embora os números usados na Sagrada Escritura tenham, de fato, um significado simbólico objetivo, é muito fácil, baseando-se nisto, resvalar para uma interpretação subjetiva e imaginativa, e daí cair nos abismos do pitagorismo e da numerologia esotérica.


Apesar destes perigos - contra os quais queremos prevenir o leitor -, e sem pretensão maior do que mostrar o ridículo de certas exegeses descabeladas do número 666, expomos o que nos ensinou, há tantos anos, o despretensioso físico nosso amigo. Dizia-nos ele - que era muito leitor dos Padres antigos, tanto gregos como latinos - que para entrever algo do real significado do número 666 é preciso levar em conta o significado fundamental dos números na Escritura.


Explicava-nos então que o número um simboliza Deus, porque só Deus é absolutamente uno e absolutamente simples. Com isto, ele evitava a explicação pitagorizante de que um representava Deus por ser o princípio da numeração. O que poderia levar à falsa idéia de que, assim como toda a numeração decorre do um, assim também as criaturas teriam saído de Deus. O que é uma afirmação com laivos de panteísmo. O número dois representaria a criatura, que é sempre composta de ato e potência, essência e existência, substância e acidente.


O três simboliza a ordem espiritual, visto que Deus, puro espírito, é Trino por suas Pessoas. Os anjos, seres espirituais, são hierarquizados em três ordens, cada uma com três coros. A primeira ordem, que contempla as finalidades de Deus, engloba os coros dos Serafins, Querubins e Tronos; a segunda ordem, que compreende os meios a utilizar para alcançar os fins desejados por Deus, é formada pelas Virtudes, Dominações e Potestades; finalmente a terceira ordem dos seres angélicos é formada por Principados, Arcanjos e Anjos, que executam o que as ordens superiores lhes mostram que deve ser feito.


Também a alma humana tem três potências: inteligência, vontade e sensibilidade. E o silogismo é constituído por três sentenças.


O quatro, por sua vez, representa a ordem material, pois que toda ordem material é sempre proporcionada, e a proporção é constituída por quatro elementos: a/b = c/d. Também no espaço material se distinguem quatro direções ou pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste), e, no tempo, o ano é dividido em quatro estações. Finalmente, os antigos distinguiam quatro elementos na esfera material: terra, água, ar e fogo.


Conforme os antigos autores, esses quatro primeiros números eram os fundamentais, que, somados, dão o total dez, número dos mandamentos e da lei. Por isso, diziam, os dez mandamentos do Deus que é um foram dados à criatura humana (dois), para que ele tenha ordem espiritual (três) e material (quatro).


O número seis é o primeiro cujos componentes primos somados ou multiplicados entre si dão sempre seis como resultado: 1 + 2 + 3 = 6; 1 x 2 x 3 = 6.


Por isto, o seis é chamado perfeito nas partes. Ora, Deus fez o mundo em seis dias e a cada coisa que criava, Ele via que a coisa era perfeita. A Criação feita em seis dias é perfeita em suas partes, tal como o número seis.


O número sete - é bem sabido - significa totalidade. Com efeito, quando os Apóstolos perguntaram quantas vezes deviam perdoar o ofensor, Cristo lhes respondeu que deviam fazê-lo 70 x 7 vezes, para significar sempre, todas as vezes. O sete simboliza totalidade porque ele é composto de 3 + 4, significando pois ordem total; espiritual (3) e material (4). Por isto, este número cabe bem a Cristo, Deus e Homem, que contém toda a ordem, divina e humana. Não é então sem razão que o Apocalipse apresenta Cristo como “aquele que tem os sete espíritos de Deus” (Apoc 3,1.,) e que “caminha entre os sete candelabros” (Apoc 2,1 ).


O número sete corresponde a muitos totais. Sete são os sacramentos, sendo que três imprimem caráter (Batismo, Crisma e Ordem) e quatro não. Sete são as virtudes, sendo que três são teologais (Fé, Esperança e Caridade) e quatro são cardeais. Sete são os dons do Espírito Santo e sete são os vícios capitais. Sete são as cores, sendo que três são fundamentais e quatro resultam da combinação delas. Sete são as notas da escala, e três delas formam um harmônico.

 
Sete eram as matérias da escola medieval, divididas em: Trivium (lógica, gramática e retórica) e Quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia), sendo que o Trivium era formado pelas ciências que regem a formação e manifestação do pensamento e o Quadrivium estudava as criaturas sob o ângulo matemático. O número sete pode ser formado com 6 + 1 = 7, e então ele significa a perfeição nas partes com Deus.

Em sentido oposto, o 7 menos o 1 resulta em 6, e então o 6 resulta da ordem total sem Deus. Ora, a pretensão da ordem total sem Deus é o sonho do naturalismo. O que é uma grande falsidade, já que “sem Deus nada podemos fazer” (Cf. Jo 15,3).


Assim, o seis significa o falso, e daí 666 representaria o três vezes falso; 666 seria a suprema falsidade. E assim como de Deus se diz: Santo, Santo, Santo, do anti-Cristo se poderá dizer: falso, falso, falso. Diz o Apocalipse que esse número será marcado na testa e na mão dos seguidores do anti-Cristo, e que, sem essa marca, ninguém poderá comprar ou vender. Ter a marca da besta na testa e na mão significa, muito provavelmente, ter as idéias do anti- Cristo e praticar suas obras. Não quer dizer que terão o número materialmente escrito na testa e na mão.


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Essa engenhosa explicação - se nom vera, bene trovata - de um físico sem veleidade de ser exegeta, tem, a nosso ver, algo de verdadeiro embora não possa ser apresentada como a solução do mistério do número do homem. Que é fácil de calcular, segundo o Apocalipse. Fácil para quem tiver sabedoria. Difícil para nós, que nem somos exegetas e nem mesmo físicos, mas simples fiéis.

 
Para citar este texto: Autor: Orlando Fedeli - "O Número do Homem"

http://www.montfort.org.br

Acréscimo: Quando Nosso Senhor Jesus Cristo disse aos Apóstolos, que iria ser entregue nas mãos dos fariseus e que iria padecer muitos tormentos, São Pedro, com ‘boas intenções’ disse: “Não Mestre, não permitiremos que tal aconteça..” na ‘boa-intenção’ de não deixar Nosso Senhor sofrer. Mas, não obstante essa ‘boa-intenção’, Cristo Deus replicou: “Afasta-te de Mim, satanás! Porque você não fala as coisas de Deus, mas dos homens!”... – São Lucas escreveu: “..se não fizerdes penitência perecereis todos..”


Em Hebreus 9,22 está escrito: “Aliás, conforme a lei, o sangue é utilizado, para quase todas as purificações, e sem efusão de sangue não há perdão”.

Também temos na carta de São Tiago (5,11): “Vós sabeis que felicitamos os que suportam os sofrimentos de Jó”.

São inúmeras as passagens bíblicas que afirmam categoricamente a necessidade de procurarmos uma vida de penitência e piedade para alcançarmos a salvação. Naquela parábola do pobre Lázaro e do rico (Epulão), Abraão disse ao rico condenado:”Você teve uma vida de gozos e delícias enquanto Lázaro só sofrimentos e humilhações, agora ele está recebendo os bens eternos enquanto que você os sofrimentos eternos” (fica bem claro aqui que o rico Epulão foi condenado não exatamente por ser rico...Mas a riqueza favoreceu muito a sua perdição..)


Com tudo isso quero esclarecer que hoje impera na sociedade uma busca desenfreada de gozo e prazer. As pessoas querem passar todo o tempo no prazer...Ninguém hoje suporta a menor dor de cabeça..Nem pensar! Para tanto a mídia nos bombardeia ininterruptamente com ‘soluções farmacológicas’ de todo naipe! Sofrer? De jeito nenhum!


Hoje a mídia mundial e as instituições governamentais, nacionais e internacionais, como a ONU por exemplo e de modo mais especial os governos e instituições de caráter socialistas, tentam nos passar a idéia de que nós, homens, podemos, por nós próprios, pela nossa ciência e tecnologia, nos dar uma vida plena, saudável, ‘gostosa’ e longa....sem Deus!


Então, essa mentalidade materialista e atéia, que não é outra senão a do Cão do Inferno, é aquela mesma que na prática está tirando Deus do nosso dia-a-dia..Isso começou lá na reforma protestante em 1517, quando Lutero tentou eliminar, doutrinariamente, a Igreja Católica.


Logo depois em 1779, a revolução francesa tentou eliminar Cristo e depois a revolução comunista tenteou eliminar Deus das instituições. Tudo isso engendrado pela alta cúpula da Maçonaria, que hoje tendo nas mãos a mídia mundial, a direção dos governos e das instituições do mundo ocidental, nos tira paulatinamente Deus dos nossos corações e coloca nele (no nosso coração) o homem, com sua ‘ciência e tecnologia’. Até mesmo a Santa Missa que sempre foi um Culto a Deus, hoje está se transformando, lentamente, num culto ao Homem...

 
Enfim, a visão antropológica destes tempos modernos tomou conta de ‘quase’ tudo... Quase tudo se volta hoje para o homem, essa criatura que Deus chamou de verme!(Vermezinho Jacó) Essa criatura que pela boca de Abraão, o Amigo de Deus, disse: “Ó meu Deus! Eu que sou pó e cinza...”

Então, esta doutrina de ‘não sofrer’, de ‘não aceitar nenhum sofrimento’ é a doutrina do 666. Do cão do inferno, que quer nos fazer crer, por meio dos seus sequazes, os modernistas, que podemos viver no gozo e nas delícias da carne e que depois ainda vamos para o céu...


Sabemos que Jesus disse: “Bem-Aventurados os que choram...” E disse também : “Ninguém pode servir a Deus e às Riquezas..” Esta doutrina do ‘não sofrer’ é a doutrina que quer tirar o 1 do 7 para ficar apenas o 6, ou seja, o homem em harmonia com a natureza....mas sem Deus...


Por isto esta preocupação modernista de ‘salvar a natureza’, sem a intervenção divina, como se o homem pudesse salvar alguma coisa por si mesmo; destruir ele sabe fazer muito bem, mas salvar, nem a si mesmo.

 
Mas de Deus a mídia não fala...Muito mais certo e eficiente seria a recuperação da natureza, se rezássemos com fervor, como fez Santo Elias, pedindo a Deus a Sua Intervenção Poderosa, porque só Deus pode salvar a terra! E Ele, Deus, a salvará, não porque mereçamos isso, mas por causa da Sua Glória e da Sua Honra!
 
Mas isto vai custar caro à humanidade!...Como está escrito em Isaías: “A terra será fortemente sacudida. A terra cambaleará como um bêbado. A terra será fortemente abalada!” E no profeta Zacarias: “ dois terços da humanidade perecerão! Só um terço restará! E Deus provara esse um terço como se prova o ouro! Como se prova a prata”!

Portanto, “orai e vigiai o tempo todo, para que possa ser achado digno de permanecer de pé diante do Senhor no grande Dia!.


Autor do Acréscimo: Thomazlima:

 http://bibliacatolica.ning.com/forum/topic/show?id=2214933%3ATopic%3A60860


Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 01/12/2008


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