MORTE E VIDA (UM PEQUENO ESTUDO)
1. Quem é o autor da morte? Alguns pensam ser Deus tal autor, mas esquecem de verificar o pecado causado pela liberdade humana. Este pecado é o autor da morte (cf. Gn2,15-17; Rm5,12; 1Cor15,22). É evidente que o mal metafísico, isto é, o mal em si mesmo não existe. O pecado não é um mal metafísico, mas um mal moral, ou seja, é uma violação livre e voluntária de um ser inteligente à lei de Deus. O mal moral é a causa do mal físico, ou melhor, a morte e o sofrimento em geral são consequências do pecado (mal moral). Tudo o que Deus criou é bom (cf. Gn1,31). Ora, o Demônio é uma criatura de Deus. Logo, ele também foi criado bom. De fato, o Demônio era bom e até se chamava o “Anjo da Luz” (este é o significado da palavra ‘Lúcifer’). Com o passar dos tempos, este anjo encheu-se de orgulho e tornou-se o que hoje conhecemos, o terrível Satanás (o príncipe das trevas). Satã não quis permanecer na verdade e por isso tornou-se o pai da mentira (cf. Is 14,12-15; Jo 8,44). 2. A alma morre juntamente com o corpo? Não. Pois a alma não fica inconsciente após a morte, como afirmam as testemunhas de Jeová, mas ela com a destruição somática, ou seja, com a morte do corpo, retorna para Deus (cf. Ecle 12,7; Gn2,7; Mt10,28; Tg2,26). Ora, o corpo é material, mas a alma é espiritual. Deste modo, a matéria é corruptível e a alma incorruptível. Logo, o corpo é mortal e a alma imortal. 3. Haverá reencarnação ou ressurreição? Lázaro não reencarnou, ele apenas retornou à vida terrena (cf. Jo11,25.26.41-44). Nós, porém, não vamos fazer como Lázaro, mas também, não vamos reencarnar em algo ou alguém, como afirma o Espiritismo. Mas, todavia, vamos ressuscitar com o nosso próprio corpo, que novamente se unirá à nossa alma, porém, será de forma incorruptível (cf. 1Cor15,20-22.42-49.53-56). Ora, o processo da metempsicose (reencarnação) é inconcebível e irreal; logo, a reencarnação não existe na lógica nem na realidade. 4. Como será a ressurreição? Ninguém irá ressuscitar para viver novamente na terra, nem que seja um paraíso terrestre ou norte-americano. Isto é um logro e um grande absurdo, pois tal terra paradisíaca só existiu no início da Criação. Todavia, o nosso paraíso será no Céu, em outra dimensão, lá sim viveremos eternamente felizes com Deus (cf. 1Tes 4,13-18). 5. Como será o dia do Juízo Final? O julgamento vem após a morte (Hb 9,27) e o dia do Juízo Final não durará mil anos como pensam as Testemunhas de Jeová, mas o Juízo acontecerá num determinado tempo que o próprio Deus escolheu (Cf. Apo 20,4-6; Mt25,31-46). Este dia somente Deus sabe e mais ninguém. “A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai”. (Mc 13,32). 6. Este mundo acabará um dia? Sim. “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Tudo que é material tem um início e também um fim. Porém, volto a afirmar como dissera no parágrafo anterior, este último dia somente Deus conhece. 7. Haverá outro mundo? “Não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da futura” (Hb 13,14). Assim se conclui que haverá um novo modo de vida, mas em outra dimensão. 8. Onde será este novo mundo? Não será aqui na terra, como afirmam as testemunhas de Jeová; muito menos nos Estados Unidos, como querem os moonistas; nem como pensam os espíritas, num mundo das almas que vagam pelos ares. Mas, como está na doutrina cristã: “Somos cidadãos dos céus” (Flp 3,20s). Ora, em Deus, que é Espírito Perfeitíssimo, não há tempo nem espaço. Logo, este novo mundo não será num determinado lugar temporal, mas num novo estado de vida eterna e infinita. 9. Como será o novo mundo? Quando falamos da realidade celeste e divina, somente falamos de forma análoga, pois tal realidade nos ultrapassa infinitamente. Todos os planetas existentes estão no Universo, porém, este novo mundo vai além do próprio Universo, pois se encontra em outra dimensão. Segundo São João, “haverá um novo céu e uma nova terra… e Deus habitará conosco para sempre” (Ap 21,1-4). Então, Deus será para sempre o nosso Deus e nós seremos o seu povo. 10. Quem vai para o Céu? Não serão apenas 144 mil pessoas, como disseram as testemunhas de Jeová, mas todos aqueles que fizerem a vontade de Deus (cf. Mt7,21;Ap14,1-5). A hermenêutica bíblica nos ensina que os números na Bíblia não têm valor quantitativo, mas é um valor qualitativo, isto é, os judeus usam os números simbolicamente. Por exemplo, o n.º 3 indica ênfase, o 7 perfeição. Ora, o número 6 não chega a ser 7 nunca, então, o seis é um número imperfeito. Com efeito, o número da Besta do apocalipse é 666, isto quer dizer, enfaticamente, que o Demônio é três vezes imperfeito. 11. Como seremos nos céus? “Seremos como os anjos de Deus” (Mt 12,25). Eles vivem felizes e servem a Deus com alegria (cf. Dn 7,10; Mt6,10). Isto não significa que perderemos nossa individualidade pessoal, mas pelo contrário, atingiremos à plenitude como “imagem e semelhança de Deus” que somos (cf. 2Ped 1,4). 12. O inferno existe ou não? O inferno existe, porém, não como um lugar no Universo, mas como outra dimensão com total ausência de Deus. Quando se diz que alguém está no inferno, quer dizer que está muito distante de Deus. Pela filosofia e também pela revelação bíblica, sabemos que haverá um castigo eterno, não pela vontade de Deus, mas pela escolha consciente do próprio homem (cf. Mt25,46;2Ts1,8-10; Ap14,9-11). 13. O que é Purgatório? É uma maneira justa de se purificar para o encontro definitivo com Deus. Não é necessário que seja após a morte. Os sofrimentos desta vida, quando aceitos ativamente, também nos purificam para Javé, o nosso Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo (cf. 2Mc 12,44-46; Mt 12,32; 1Cor 3,12-15). Fonte: http://www.micropic.com.br/noronha/filosofia5.htm (02/11/2009). Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 03/11/2009
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