A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA NA TRADIÇÃO DA IGREJA
A palavra maternidade (condição de mãe) e divina (proveniente de Deus), nos leva a uma única pessoa: Maria. Deus [quis] fazer-se homem e escolheu sua Mãe em quem colocou todos os dons e virtudes, a fim de preparar sua morada em seu seio virginal. A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem levado o povo cristão não só a dirigir-se à virgem Maria como à Mãe de Jesus, mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e compreendida como pertencente ao patrimônio da Igreja, já desde os primeiros séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso, no ano 431. “Theotokos (grego: Θεοτόκος, transliteração: Theotókos) é o título grego de Maria, mãe de Jesus, usado especialmente na Igreja Ortodoxa e Igrejas Orientais Católicas. Sua tradução literal para o português é: "portadora de Deus" e "aquela que dá a luz a Deus". Maria é a Theotokos, porque seu filho Jesus é simultaneamente Deus e homem, divino e humano, Theotokos, portanto, refere-se à Encarnação, quando Deus assumiu a natureza humana em Jesus Cristo, sendo isto possível graças à cooperação de Maria”.* Ao confessar que Maria é “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe, visto que, com a definição da maternidade divina de Maria, os Padres da Igreja evidenciaram a sua fé na divindade de Jesus Cristo. A expressão “Mãe de Deus” remete ao Verbo de Deus que na Encarnação, assumiu a humildade da condição humana, para elevar o homem à filiação divina. (Cf. Gl 4,4-6). Para entendermos melhor a maternidade divina de Maria, sigamos o seguinte raciocínio: Deus em Si mesmo não nasce porque Deus é e sempre será; enquanto assumindo a natureza humana em Seu Filho Jesus no seio da Virgem Mãe, Deus nasce e cresce em estatura, sabedoria e graça... (Cf. Lc 2,52). Deus não morre porque Deus é imortal; para vencer o pior inimigo do homem, a morte; Deus morre e ressuscita em Seu Filho, que da cruz nos transmite sua imortalidade nos dando participar de Sua divindade; é como Ele mesmo disse: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo porque tenho o poder de retomá-la” (Jo 10,18), isto é, morre por nós e ressuscita por Seu poder. Assim, nesses atos divinos, se encontra a maternidade divina de Maria, que gera o Verbo de Deus em seu ventre para que Ele divinizasse a nossa carne, ou seja, Cristo assumiu em Maria o que somos para sermos o que Ele é segundo a vontade de Deus Pai; e ainda, a Virgem Mãe o entrega ao Pai como vítima de expiação pelos nossos pecados; ora, tudo isso se dá no Mistério do Amor, no Seio da Trindade Santa. A MATERNIDADE DIVINA NA SAGRADA TRADIÇÃO Na Sagrada Tradição da Igreja os Apóstolos de Cristo já se manifestavam com relação à maternidade divina de Maria. Vejamos o que diz o Apóstolo Santo André: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu". (Sto Andreas Apost. in trasitu B. V., apud Amad.). Vejamos agora o testemunho de São João Apóstolo: "Maria, é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu a luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid); e São Tiago: "Maria é Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia). Vejamos os Padres da Igreja: São Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.); Orígenes escreveu: "Maria é Mãe de Deus, unigênito Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom I, in divers. - Sec. II ); Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.); Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.); São Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B.V.); Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.). Em suma, todos os Santos Padres afirmaram com amor e veneração a maternidade divina de Nossa Senhora; e a Igreja reconhece e confirma essa belíssima tradição. PASMEM: LUTERO E CALVINO VENERARAM A SANTÍSSIMA VIRGEM. "Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra, comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar o suficiente, a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade." (Martinho Lutero no comentário do Magnificat - cf. escritora evangélica M. Basilea Schlink, revista Jesus vive e é o Senhor). "Não há honra, nem beatitude, que se aproxime sequer, por sua elevação, da incomparável prerrogativa, superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um Filho em comum com o Pai Celeste" (Martinho Lutero - Deutsche Schriften, 14,250). "Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus." (Calvino - Comm. Sur I'Harm. Evang., 20). A negação da Maternidade divina de Nossa Senhora é uma negação da Verdade que é Cristo, Verbo de Deus que se fez Carne nela. Portanto, negar a Divindade de Cristo é negar o ensino dos Apóstolos e da Igreja fundada por Cristo sob o alicerce dos mesmos apóstolos, sendo Ele a pedra fundamental. Paz e Bem! Frei Fernando,OFMConv. Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=43 (11/02/2010). (*)http://pt.wikipedia.org/wiki/Theotokos (11/02/2010). Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 12/02/2010
|