DESEJOS
Os desejos humanos
são como gases inflamáveis basta uma faísca qualquer para acontecer incêndios de proporções imedidas. São lacunas invadidas impedidas de reagirem aos estrondos extravagantes dos anseios vulcânicos dos instintos em ebulição. Vêem de dentro, mas entram pelos olhos, pelo toque, pelo som, pela vontade aliciada. Invadem os sentidos enloquecidos afeitos às satisfações. Não se guardam aos perigos. Medos incontidos? Nem pensar... Querem sedução, não importa o calão basta um simples olhar. Atiram-se ao menor galanteio voraz. Se atiçados estão, dão evasão, a fantasias banais. Sussuros malgrados, esvaem-se degredados às perdidas paixões. Quando agonizantes, perdem o apetite que os nutria. Mesmo assim procuram em si os últimos suspiros que os seduzia. Por fim, sem equilíbrio, jazem esquecidos no túmulo mórbido do inerte ser. Então, onde o prazer? Em seu desvario, sombrio, sumiu.
Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 25/09/2006
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