QUAL É A MISSÃO DA IGREJA NO MUNDO?
A missão da Igreja no mundo é ser e permanecer em Cristo e viver como Cristo viveu em tudo a Vontade do Pai (Cf. Jo 20,21-23). A Igreja é o Corpo Místico do Senhor do qual Ele é a Cabeça e nós somos os seus membros (Cf. Ef 1,22-23; 5,29-30; Col 1,24); então, nada mais justo do que os membros serem um em comunhão com a Cabeça, aliás, pela graça do Espírito Santo, este é um imperativo que se nos impõe tendo em vista a própria condição de membros, para assim permanecermos no Corpo do Senhor que é Sua Igreja. Não podemos pensar a Igreja sem sua Cabeça que é Cristo, mesmo sabendo que homens frágeis estão à sua frente, e que estes homens podem falhar, mas Cristo não falha nunca, porque é Ele quem age sempre por meio do seu Espírito, dando suporte a esses membros em suas falhas, corrigindo o que precisa ser corrigido para que o seu Corpo permanece unido e assim leve a cabo o plano traçado por Deus Pai para a salvação de toda a humanidade. Sem dúvidas todos nós temos uma identidade existencial, pessoal, isto é, temos a vida natural, um nome, um credo ou não; e é com a identidade que somos que desenvolvemos as capacidades naturais que recebemos do nosso Criador. Na verdade, muito mais que uma identidade, somos de fato, “imagem e semelhança” D’aquele que nos fez. Com efeito, escreve São João: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. E todo aquele que nele tem esta esperança torna-se puro, como ele é puro”. (1Jo 3,1-3). Ora, tudo o que Deus criou é bom e tudo criou para o bem e somente para o bem; no entanto, os homens por distorcerem os dons de Deus, andam na contramão da plenitude destes mesmos dons e com isso deixam o mal se inserir na obra do Senhor, manchando assim o que não pode ser manchado, ou seja, a sua “imagem e semelhança” que somos; nem por isso, Deus deixou de levar à bom termo sua obra, enviando o Seu Filho, Jesus Cristo, para corrigir e cumprir a missão que, nós os homens recebemos de Deus, mas falhamos no seu cumprimento, ou seja, elevar a obra da criação de todas as coisas à plenitude de Sua Divindade. Vejamos o que nos revela as Sagradas Escrituras a esse respeito: “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus”. (Gal 4,4-7). E ainda: “Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus...” (Heb 1,1-3). “Nesse Filho, pelo seu sangue, temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça que derramou profusamente sobre nós, em torrentes de sabedoria e de prudência. Ele nos manifestou o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre, para realizá-lo na plenitude dos tempos - desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra. Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, para servirmos à celebração de sua glória...”. (Ef 1,7-12a). Logo, a Igreja, que é "a coluna e sustentáculo da verdade" (1Tm 3,15), guarda fielmente a fé uma vez por todas confiada aos santos (Cf. Jd 1,3). É ela que conserva a memória das Palavras de Cristo, é ela que transmite de geração em geração a confissão de fé dos apóstolos. Como uma mãe que ensina seus filhos a falar e, com isso, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, nos ensina a linguagem da fé para introduzir-nos na compreensão e na vida da fé. (Catecismo da Igreja Católica). Assim, a Igreja é, de fato, o Sacramento da salvação de todos os homens. Portanto, nós que professamos a fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus vivo, carregamos a identidade cristã em nossas almas, pelo batismo que recebemos, como sinal sagrado de nossa união com Cristo, que é o Senhor e Redentor de nossa vida. Por isso, ser Igreja é ser membros de Cristo conduzidos pelo Espírito Santo e alimentados por Seu Corpo e Sangue, na sagrada comunhão eucarística, até atingirmos a Plenitude do Reino de Deus, onde no seio da Santíssima Trindade seremos Um por toda a eternidade. Paz e Bem! Frei Fernando,OFMConv. Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 19/11/2010
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